Lembro de minha primeira Professora, Sra. Maria da Penha, que, de forma paciente e carinhosa, me ensinou a ler e escrever, pois antes, eu efetuava alguns rabiscos, com auxílio de minha mãe. Saudosos tempos. Mas minha professora, com paciência e observação, ensinava a todos, alguns de forma mais próxima.
Fui um dos brindados com essa proximidade. Ela observava nosso recreio, como eram chamados os intervalos, mesmo havendo uma inspetora, que agora me foge o nome, mas não sua imagem. Foi na época que insistem em chamar de ditadura militar.
Nessa época, tínhamos aulas de OSPB e Moral e Cívica. OSPB era Organização Social e Política Brasileira, onde nos ensinavam a estrutura Governamental do momento que estávamos. Em Moral e Cívica, aprendíamos os valores da Bandeira, da Pátria, dos Símbolos Nacionais, não apenas os transitórios. Nunca aprendi, ao menos naquele momento, a identificar patentes militares, pois não era esse o objetivo, mas aprender sobre cidadania, sociedade, etc..
Mas voltando a minha saudosa Professora, ela acolhia e protegia. Era rígida, mas carinhosa. Professores podiam aplicar castigo aos alunos mais exaltados. Esses torciam para que os pais jamais soubessem, pois seriam penalizados em casa. Havia o respeito.
Mas como crianças, fazíamos o que nós esperavam, éramos crianças, aprendendo com os erros, aprontando, correndo, se machucando, mas fortalecendo valores. Como era um colégio, à época, chamava-se Ginásio, compreendia oito etapas (séries). Crianças mais velhas, "judiavam" dos mais novos, tirando o lanche, uma borracha ou lápis.
Não podíamos falar nada, sob o risco de apanharmos. Mas eu tinha minha Professora, que com observação, me pediu para ficar com ela num intervalo e me perguntou se acontecia algo. Foi difícil de falar, mas eu havia visto alguns meninos mais velhos, oprimindo, pela força, alguns poucos mais novos, e os demais, deviam ficar calados - eu era um deles.
Ela conversou com a Inspetora, Dna. Dinorah (me veio a lembrança de seu nome). No dia seguinte, fui para o intervalo, ciente que seria repreendido pelos mais velhos, mas quando se aproximaram, estava em cada ponta, minha Professora e a Inspetora, olhando de cima, o Diretor da Escola. Os meninos, deixaram a escola, e aprendi que poder falar sem receio, mesmo que pudesse haver alguma consequência, não deveria me intimidar.
Ela me mostrou o valor da Liberdade, pois os Justos e as pessoas de Bem, só podem agir, se acionados, seja por manifestarmos a eles, seja por tomarem conhecimento.
A Liberdade é o bem mais precioso, pois depende dela o futuro de nossos filhos e demais gerações. Ouvimos a todo momento palavras expelidas, por pessoas que já traíram e cometeram outros crimes e atos questionáveis. Existem meios para nos defendermos de injúrias, mentiras, difamações, muito antes de resoluções de tribunais, que acabam ferindo o que diz a Constituição. Sob pretexto de ordenar e organizar, chamam para si, poderes que não foram conferidos.
Vejo nisso, manipulação, não julgadores, necessariamente, mas daqueles que rejeitam a verdade, e omitem o passado. Quando fazem isso, tentam esconder os verdadeiros objetivos e projeto que abraçam. Olhemos para nossos vizinhos - Venezuela, Argentina, Colômbia, citando alguns apenas, de como estão vivendo sua população, que acreditaram num discurso que não é bem aquilo que fizeram e estão fazendo.
Podemos não gostar de uma pessoa, mas nem por isso devemos usar isso para difamar, ou mesmo questionar seu caráter. A mentira é ardilosa, e quando vemos a verdade, poderemos estar como nossos vizinhos, se assim permitirmos. Que não seja tarde para decidir.
Meu voto é pela família - que nos dá sustentação, pela fé - que nos conforta e nos permite orientação - e pelo Brasil - que é o país que vale a pena lutar.