Cinquenta mulheres - na esmagadora maioria, brasileiras em situação ilegal - vendem seus corpos nos prédios da Quinta do Grilo. Ficam ali desde a manhã até o último cliente, madrugada adentro. Nunca dormem no local. Os proprietários dos apartamentos não põem os pés no bairro e cobram de cada profissional 20 (R$ 50) por dia. Em cada um trabalham seis moças.
A retaliação das "esposasdeviseu" está longe de ser consensual - mesmo entre as esposas de Viseu. Isabel Machado é casada, vive há três anos no bairro e reconhece que por vezes chega a "ser embaraçoso" entrar e sair de casa, por causa da presença sôfrega de homens em busca de "ajuda profissional". No entanto, ressalva que a origem das listas de placas não é fidedigna e "poderá até servir como vingança pessoal para prejudicar alguém que nem sequer sabe do que se trata". Carlos Vieira, da Olho Vivo, uma ONG que presta apoio a prostitutas e imigrantes ilegais, lembra que há vários dispositivos legais aos quais os moradores podem recorrer e "a exposição online viola o direito à privacidade".
Dito e feito: a PSP de Viseu acabou recebendo queixas de duas pessoas - um homem e uma mulher - cujas placas foram expostas. Os visados acusam os autores do blog de violação de privacidade. No mesmo dia, o site saiu do ar. O ministério público acolheu as reclamações e abriu inquérito para apurar responsabilidades.
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