Na contramão da onda conservadora que recentemente vem ganhando força em alguns setores da sociedade mundial, o Ministério de Cultura francês eliminou o artigo que obrigava todos os filmes com cenas explícitas de sexo a receberem automaticamente a censura de 18 anos no país.
O ato visa conter a influência da associação fundamentalista católica Promouvoir no mercado cinematográfico da França. Nos últimos anos, por exemplo, a pressão da Promouvoir fez com que a classificação etária de longas como ‘Azul é a Cor Mais Quente’ e Abdellatif Kechiche, e ‘Love’, de Gaspar Noé, produções com longas cenas de sexo, inicialmente recomendados para maiores de 16 anos, subisse para 18 anos.
A partir de agora, fica a cargo apenas da Comissão Nacional do Cinema avaliar se as cenas de sexo de um filme justificam que seja vetado aos menores. O decreto do Ministério da Cultura diz que serão estes conteúdos proibidos para os menores serão apenas aqueles nos quais cenas fortes, “em particular por sua acumulação, possam perturbar a sensibilidade dos menores ou que apresentem a violência como um fato positivo ou banalizem.”
O decreto também estabelece que a classificação deverá ser “proporcionada às exigências da proteção da infância e da juventude, levando em conta a sensibilidade e o desenvolvimento da personalidade próprias a cada idade e o respeito à dignidade humana”.
Cena de ‘Azul é a Cor Mais Quente’. (Divulgação)Mais
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