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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

04 - 'Marca de sacrifício': raspar pele para fazer tatuagem vira moda no Canadá - Comportamento

Fonte das imagens: Reprodução/Oddee
     
 
Com as últimas descobertas de múmias com mais de cinco mil anos tatuadas não é mais possível dizer que a origem da tatuagem é tribal, mas certamente foi a partir daí que se popularizou, incluindo os métodos e adaptações, estão aí as maoris para comprovar. Se a tatuagem tem a ver com tribos, a posição que seus membros ocupam ao ponto de alguns corpos contarem através dos desenhos histórias de vida, tem a ver com tribos africanas também. Só que por serem as tribos africanas de pele escura, a forma de marcar o corpo é diferente. Escarificações são a forma mais comum das marcações corporais em tribos africanas e em alguns locais a tradição é preservada, como na Papua Nova Guiné.

No Brasil as conhecemos bem através dos negros de tribos que praticavam a escarificação e que chegaram aqui escravizados entre o final do séc XVI até meados do século XIX. “As cicatrizes intencionais dos escravos – também chamadas de escarificação – eram outra marca corporal impressionante para os estrangeiros. “Fazem pôr por enfeite e sinal nas suas faces muitos lanhos, (…) indicativos da família, do Reino, do Presídio e do lugar onde nasceram”, descreveu, em 1793, o português Oliveira Mendes em Memória a respeito dos escravos e tráfico de escravatura entre a Costa d’África e o Brasil. Outro europeu a mencionar as escarificações dos negros escravos foi o historiador francês Ferdinand Denis (1798-1890). Ao circular pela Rua da Alfândega, no Rio de Janeiro da primeira metade do século XIX, afirmou que era chocante ver os negros seminus na rua, com suas “tatuagens bizarras, que servem de pronto para reconhecer as suas nações”. Denis se referia às cicatrizes intencionais, mas já emprega, em francês, a palavra “tatuagem”.” — diz Toni Marques, no artigo Questão de Pele da Revista de História da Biblioteca Nacional.
Se considerarmos o método atual e moderno de tatuar (agulha furando a pele e injetando tinta), talvez possamos desclassificar as escarificações como tatuagem. Mas, claro, tem muita gente que discorda disso. E essa marcação corporal tribal africana agora é ‘moda de branco’. As escarificações, agora feitas com bisturi (e torço que com aplicação de anestesia), já são uma verdadeira febre no Canadá e começam a se tornar tendência no resto do mundo. E se tem gente que já morre de dor só de pensar no barulhinho da máquina de tatuar e justo por isso não animou ainda em fazer uma tattoo, imagina depois de verem esse método de marcar a pele…?!
      

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