Boothby e seus colegas especulam que tem a ver com a resposta do animal ao estresse. Tardígrados vivem em musgo molhado, e um dos perigos comuns que enfrentam é a dessecação.
Quando os animais ficam desidratados, seu DNA se quebra em pedaços. Quaisquer organismos ao seu redor também sofrem o mesmo destino.
Quando a água volta para o ambiente, os tardígrados se reidratam. Conforme isso ocorre, suas paredes celulares se tornam porosas e “furadas”, e fragmentos de DNA dos organismos dessecados em torno deles podem fluir para dentro e fundir-se com seu próprio DNA.
Se o DNA “de fora” entra no núcleo das células dos tardígrados, os animais podem “costurar” seus próprios genomas e incorporar pelo menos um pouco deste DNA estranho. Caso esteja no lugar correto, como uma célula germinativa, esse material não animal poderia ser transmitido às gerações subsequentes de ursos d’água.
Os pesquisadores também descobriram que muitos dos genes que os tardígrados “emprestaram” de plantas e bactérias estão relacionados com a tolerância ao estresse e reparo do DNA.
“Isso estabelece um cenário interessante ‘ovo ou galinha’. Minha especulação pessoal é que tardígrados provavelmente originalmente tinham alguma habilidade rudimentar de sobreviver a desidratação, e têm aumentado a sua capacidade de sobreviver em ambientes extremos através da aquisição de genes estranhos. Isso também provavelmente configura um ciclo de feedback positivo, onde quanto melhor um tardígrado torna-se em sobreviver a desidratação, mais DNA estranho pode adquirir”, explica Boothby.
Ou seja, quanto mais você tenta destruir um tardígrado, mais forte ele fica.
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