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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

02 - Dando valor somente após o término - Sociedade


A fantasia e a idealização, tão inerentes às relações amorosas, também contribuem para o arrependimento. "Estar comprometido sempre parece mais interessante para os solteiros. E vice-versa", diz Lígia.
Se o início de um relacionamento é uma decisão conjunta, a decisão pelo fim, normalmente, parte de um dos dois, mesmo quando ambos estão aparentemente em acordo. "Incompatibilidade de ideias, falta de atenção, rotina sexual e não se achar a prioridade são algumas das inúmeras razões que fazem as pessoas se sentirem insatisfeitas com a relação. Mas, normalmente, as projeções de como seria a vida se o relacionamento acabasse, fantasiosas ou não, pesam muito na hora da decisão", fala Luciano Passianotto.
Quanto mais idealizada é essa projeção –incluindo os benefícios da vida de solteiro, como a ampla oferta de parceiros ou a oportunidade de finalmente conhecer a verdadeira alma gêmea–, maiores são as chances de se arrepender ao notar que o verdadeiro problema não era o relacionamento que acabou. "Os problemas, nesses casos, eram as expectativas em relação ao outro e à vida como um todo", diz o terapeuta.
Ainda segundo Luciano, quando a pessoa decide se separar sem ter certeza sobre seus sentimentos, e após as frustrações da vida de solteiro reconhece o quanto amava o "ex", deve ter muito cuidado para que a fantasia de que a vida de solteiro seria melhor não se torne, agora, inversa, e a pessoa fantasie que reatar é a melhor solução. "O arrependimento pode ser tão leviano quanto o que o levou ao rompimento. Resumindo, em se tratando de amor, a incerteza é uma das piores inimigas", comenta o especialista.

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