A entrevista ao iG aconteceu em seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. No bate-papo, ela criticou mulheres que não transam no primeiro encontro, explicou por que elas fingem ter orgasmos, disse que o sistema patriarcal foi por terra desde o surgimento da pílula e defendeu a ideia de que a mulher deve dividir a conta do motel. Relações extraconjugais também entraram na pauta, obviamente. “Elas acontecem porque variar é bom. Todo mundo gosta. Simples assim”.
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A pílula anticoncepcional foi o golpe fatal. Antigamente, a mulher tinha quantos filhos o homem quisesse, passava a vida toda amamentando. A pílula desassociou o sexo da criação e a mulher se livrou da gravidez indesejada. No patriarcado, os papéis sempre foram bem definidos. Aos homens: força, sucesso, poder e coragem. Às mulheres: ser meiga, gentil, suave, submissa e cordata. Com o desmoronamento do sistema patriarcal causado pela pílula, a fronteira entre o masculino e o feminino está se dissolvendo.
Dos anos 70 pra cá, os homens começaram a assumir comportamentos que antes só eram permitidos às mulheres. Dão mamadeira aos filhos, levam para a escola, estudam junto. Na minha infância, homem não podia usar xampu. Aquele que usasse era mal falado. O máximo que podia usar era sabão de coco. Na verdade, não existe mais masculino e feminino.
Acho que, à medida que essa fronteira está se dissolvendo, a tendência é que as pessoas busquem o amor muito mais pelas características de personalidade em comum do que em função do gênero do parceiro. E você já observa isso nas meninas adolescentes que ficam com outras meninas.
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