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domingo, 24 de maio de 2020

65 - Estradas fantásticas e perigosas - Turismo

16 - Rodovia Nacional 5, MadagascarDireito de imagemGETTYImage caption
A estrada em Madagáscar é tão rústica que muitos levam 24 horas para percorrer seus 200 km

Para percorrer a Rodovia Nacional 5, que vai de norte a sul entre as cidades de Maroantsetra e Soanierana-Ivongo, na costa leste deste país africano, "você precisa contratar um motorista e um mecânico", conta Anders Alm, diretor de tecnologia da WAU, uma agência de viagens que oferece excursões regulares para a ilha. "Se você está cansado do concreto, essa estrada pode ser a única maneira de mudar radicalmente".
Com trechos de areia, pedras e até pontes em ruínas que o motorista precisa inspecionar antes de cruzar, a via tem 200 quilômetros, mas pode levar até 24 horas para ser percorrida de carro.
O percurso se torna particularmente arriscado durante a estação chuvosa (de dezembro a março), quando a falta de pavimentação faz a estrada ficar intransponível em vários pontos.
O lado bom? A maior parte da Rodovia Nacional 5 passa ao lado de um litoral de belas praias de areia branca e oferece vistas incríveis de florestas de palmeiras e do Oceano Índico.
Madagascar, pegando a estrada.

O grupo estava formado e já cedo o carro nos esperava. Passamos por todas aquelas ruas estreitas de Tana, cheia de vendedores de verduras, artesanato e tudo que tem direito, para seguir sentido a região rural. Ainda na parte urbana é possível observar plantações de arroz nos terraços alagados. Não muito longe apareciam as primeiras confecções de tijolos, que eram cuidadosamente feitos artesanalmente. Estrada simples, uma mão da cada lado, sem acostamento, mas com um bom asfalto e relativamente pouco movimento.


Producao manual de tijolos

O visual foi se alterando rapidamente, e o aspecto de cidade desapareceu. A região rural também é encantadora. Parecia que mergulhávamos no interior da Franca a seculos atras. Rodamos e na primeira parada descobrimos a capital mundial do Foie Gras. Vimos um anuncio e fomos verificar, olhamos para o lado tinha outro, no restaurante da frente também vendia, no outro lado tambem. Tivemos direito a degustar antes de comprar um pote de umas 200 gramas. Preço? menos de 10 reais!! Tivemos que enfrentar o “problema” de comer em 3 dias, pois não estava refrigerado, que dificuldade… La tivemos o primeiro contato com a comida Malagaci, e para acompanhar uma água de arroz, servida como chá.


Foie Gras

Depois da parada para comer, seguimos pela estrada. A companhia dos japoneses ficava cada vez mais agradável, e se tínhamos algum receio de como seria o “grupo”, perdemos rápido, e estávamos ficando muito empolgados com os novos amigos.

Não muito tempo depois chegamos a Antsirabe. Cidade com uma larga avenida principal, toda florida, e com prédios histo ricos. Dezenas de pousse-pousse nos cercaram para oferecer para darmos uma volta. A cidade possui uma bela estacão de trem e um decadente hotel/termas. Fomos num bairro não muito longe famoso pelo artesanato. Vimos como produzem, acompanhando diversos processos da produção de pecas com chifres de zebu. A região era simples mas bem bonita, com sacadas de madeira e toda aquela arquitetura diferente. Em vez de seguir viagem optamos por conhecer 2 lagos da região. Meio longe um deles, mas fica ao lado de uma pedreira, e tem uma cor azulada muito bonita. O grande problema e que não da para respirar, de tantas crianças te pedindo coisas. São muito pobres, carentes de dinheiro, de atenção, mas também vimos que muitos turistas “estragaram” a região dando qualquer coisa para elas, e criando o abito de pedir, te pedem o que você tiver na mão, independente de se precisão ou não.



Acabamos chegando tarde em Ambositra, e os japoneses ficaram no primeiro hotel que fomos ver, enquanto eu e a Bibi fomos ver um outro. Gostamos mais da segunda opção, então ficamos separados deles. Fomos jantar num restaurante bem bacaninha. O motorista foi junto pois era longe e o tempo tava meio ruim. A comida além de barata era muita. Tivemos que chamar reforço para conseguir acabar com tudo.

Outro dia mais passeio pela pequena cidade, visitar artesanato e umas lojinhas muito legais. Todo mundo sabe que eu não sou nada consumista, mas tinham umas coisas em madeira muito legais, com preços excelentes. Dava vontade de comprar varias coisas, mas só compramos algumas. Fizemos um percurso a pé, passando por lojinhas, ruas e regiões bem interessantes. Muito gostosa a caminhada, mas a criançada continuava perturbando, e se dava atenção era pior ainda.


Pouse-Pousse

Grande parte das cidades que passamos (por menores que fossem) tinham barreira policial. Em uma delas pediram ate a passagem de volta e certificado de vacinação. Tudo tava em ordem, mas não e uma sensação muito agradável. Passamos a margear uma floresta tropical, mata fechada, e um belo rio com corredeiras e pequenas quedas acompanhavam a estrada, fizemos check in mas já tava tarde para ir as águas termais que tem ali perto. Toda a vila gira ao redor do parque nacional. Acabamos conhecendo um irlandês e um casal de italianos que estavam fazendo o mesmo trajeto que nos, mas utilizando o transporte publico. Confesso que fiquei morrendo de inveja quando eles contaram tudo o que eles tinham visto/passado. Todos jantamos juntos e tomamos uma cerveja, mas sem se estender pois o dia começaria cedo no dia seguinte.


Pela rua


Vegetariano? Sem problemas…

A visita do parque Ramanofama tem que ser cedo, pois os animais são mais ativos de manha. Estava um pouco preocupado com o trajeto que faríamos, se as 4 horas não eram um pouco demais para a Bibi. Final das contas e bem light, varias paradas, enrolações, nem chega a cansar muito. O trajeto feito em trilhas meio enlamaçadas e lento, para que ninguém escorregue. O primeiro contato com os Lemurs foi meio decepcionante. Vimos bem de longe, e apesar de parecerem criaturas muito interessantes, pouco dava para ver, pois passavam a maior parte do tempo encolhidos. Depois de caminhar mais encontramos um outro grupo, mas ainda tava longe, e junto tinham outros visitantes do parque que faziam bastante barulho. Algum tempo depois, quando menos esperávamos, encontramos um outro grupo. Este veio em nossa direção, e não estavam no topo das arvores e sim descendo. Um parou a menos de um metro de mim, cheguei ate a me assustar. Eles são muito diferentes de tudo, e ao vermos de perto paramos de tentar comparar com outros animais. Antes tava um tal de falar que era mistura de macaco com gamba com guaxinim… depois vimos que são só lemurs. Alias a diferença e grande de uma especie de Lemur para outra. Agora sim estávamos realizados. Ainda fomos ver algumas cobras que deveriam sair para pegar sol mas insistiram em ficar em buracos entre as pedras. Vimos alguns camaleões alem de diversas plantas endêmicas também. Poderíamos seguir viagem, mas optamos por ficar mais uma noite ali. Tentamos ir visitar uma vila mais afastada e uns camaleões gigantes, mas nosso motorista desapareceu. Saímos a pé mesmo pela região. Tinha uma musica de fundo que não identificávamos de onde vinha. Subimos ate uma igreja, que estava vazia. Fomos acompanhando o som que estava mais alto ate chegarmos num pequeno barracão. Crianças ensaiavam uma dança tipica,e depois de observarmos pedimos para tirar fotos. A mulher que estava cuidando falou que só se participassem também. La foram a Bibi e a Koku dançar junto. Não e que se saíram bem. Dançaram um tempo e ganharam ate elogios depois. Muito bacana. E uma dança tipica só desta região, e estavam ensaiando para a apresentação que seria na próxima semana. No jantar, mais um casal de franceses se juntou ao nosso grupo que aumentava cada vez mais.


Ranamofama


Primo!!!!


+ Lemur


Dança


Jantar


Vila de Ramonofamo

Dia seguinte seguimos estrada, e a paisagem parecia ficar cada vez mais bonita. Me perguntava diversas vezes porque alguém preferiria voar que passar por aquelas regiões. Paramos para ver algumas mulheres produzirem fios manualmente e depois tecerem formando lindos cachecóis. Em uma bonita loja de fotografias compramos alguns cartões postais. Na estrada cruzamos com pessoas que levavam imensos rebanhos de Zebu. Aquela cena meio faroeste, atravessando rios, subindo colinas. Descobrimos que iriam seguir todo o caminho ate Tana, onde venderiam o gado.


Paisagem


Arroz por todos os lados

Paramos em Ambalavao onde tem uma feira de Zebus todas as quartas. Antes que ir ate o local paramos para comer, e tinha a opção menu ou buffet. O buffet o preço e por colherada!!! Mas poucos centavos cada. Ruas estreitas, onde praticamente só passavam pedestres. Dava para ver que era um dia especial pois todos estavam na rua, e o comercio a mil. No topo da montanha onde ocorre a feira, o gado fica separado em diferentes grupos, e nem se mexem para não apanhar. A cidadezinha, a vista e o povo em si davam um charme extra para a atracão.


Zebus


Feira Ambalavao

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