Total de visualizações de página

sábado, 27 de fevereiro de 2021

226 - Ilhas paradisíacas (Brasil - Ilhabela) - Turismo

 Em 1854, a população da ilha era de 10.769 habitantes, concentrados no lado voltado para o continente. Havia 225 fazendas onde 1725 pessoas escravizadas realizavam seus trabalhos forçados; a produção da vila na época era maior que a de qualquer município litorâneo de São Paulo.


A era do café na região chegou ao fim com a abolição da escravatura no Brasil e a economia da ilha passou por um resgate das atividades do engenho, que na época somavam 36 e focavam em aguardente em vez de açúcar. Essa aguardente se destinava principalmente à exportação, em pequenas quantidades, por meio do porto de Santos.  A própria população levava sua produção ao porto, usando canoas denominadas "vogas"; o conhecimento para fabricá-las era herança dos índios que antes povoavam a região. A Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo deixou o seguinte relato a respeito dessas embarcações:

“ São as denominadas 'vogas' com dois mastros e uma tripulação de seis ou mais pessoas, que fazem esta viagem. Carregam até dezoito pipas de aguardente, em décimos ou quintos, e é por este gênero de carregamento, que se avalia sua capacidade. Navegam à vela quando possível, e senão a remos, quando há calmaria ou vento contrário. (...) em geral estas vogas não levam só aguardente, embora constitua o carregamento de maior monta. Frequentemente segue grande quantidade de 'quitandas', e é uma das cousas mais curiosas ver uma destas 'vogas', pronta para partir. Há de tudo a bordo: limões, cocos e outras frutas, cabritos, perus, galinhas, patos, ovos, esteiras e objetos de barro, enfim uma infinidade de produtos diversos, que são vendidos por conta dos donos que os confiaram ao patrão da canoa. Muitas vezes embarcam ainda passageiros, de maneira a tornar-se um verdadeiro enigma como tudo aquilo se arranja em caminho... ”

Nenhum comentário:

Postar um comentário