As focas normalmente caçam os pinguins e os comem. Mas esta estava se debatendo com a ave, perseguindo-a, enquanto ela tentava repetidamente fugir. Perplexo no início, Scott, pesquisador da fauna selvagem, percebeu que a foca "estava tentando cortejar o pinguim como ele se fosse uma foca fêmea". Ao perceber que isso não funcionou, a foca "destroçou o pássaro e o comeu", lembrou Scott.
Por mais perturbadora que a cena possa parecer, não é a primeira vez que alguém toma conhecimento desse comportamento de acasalamento de caráter rebelde. Um episódio anterior de violência sexual praticada pelas focas contra os pinguins, também ocorrido na Ilha de Marion, foi relatado em 2008 por Nico de Bruyn e seus colegas da Universidade de Pretória, na África do Sul, onde Scott faz pós-graduação.
O fenômeno é chamado de acasalamento equivocado e se estende a outros mamíferos marinhos. Especialistas em fauna selvagem dizem que os leões marinhos e as lontras marinhas foram ocasionalmente vistos forçando outros tipos de focas a acasalar e matando-as.
De fato, alguns pesquisadores dizem que o acasalamento equivocado não é anormal. "Essas coisas acontecem na fauna selvagem", disse Heather Harris, veterinária que estudou as lontras do mar da Baía de Monterrey. "Nós acreditamos que ele fica dentro do espectro do comportamento normal possível."
Tal acasalamento tampouco se limita a mamíferos marinhos. Insetos, aranhas, minhocas, sapos, pássaros e peixes também o praticam, disse Hochkirch. O comportamento é uma forma de interferência reprodutiva, na qual o radar de reconhecimento de uma fêmea por parte de um animal se mostra imperfeito; os encontros não necessariamente terminam em morte.
Algumas cópulas entre espécies estreitamente relacionadas resultam em híbridos familiares, como a mula.
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