Mas, por conta das agressões observadas terem sido perpetradas por jovens machos "que não ocupam uma posição muito elevada no meio social", disse Cotter, os altos níveis de testosterona alcançados durante a época de reprodução pode ter dado vazão à violência.
Ele e outros especialistas alertam contra julgar os agressores animais pelos padrões humanos. "Na natureza, não existe nada realmente certo ou errado", disse ele. Mas, inversamente, de Georgetown, o simples fato de que os conflitos sexuais são "naturais" na fauna selvagem não implica que eles sejam "morais ou justificáveis ou qualquer outra coisa que tenha a ver com a cultura humana".
Alguns biólogos, temendo que a violência sexual animal seja mal interpretada, são cautelosos ao discutir o assunto. Os cientistas da fauna selvagem geralmente trabalham para proteger as espécies, disse Mann, e "eles não querem comprometer isso por meio de histórias sensacionalistas sobre os animais".
De fato, alguns cientistas se recusaram a conceder entrevistas, em parte por conta da preocupação com a possibilidade de que os animais que se envolvem em casos de acasalamento equivocado sejam erroneamente percebidos como aberrações sexuais. Um caso em questão foi a lontra Morgan, que recebeu cuidados de pesquisadores que trabalham com prevenção. Sua morte, em março, passou despercebida – ao contrário do falecimento de uma lontra fêmea do Aquário de Monterrey, que foi homenageada em jornais locais no mesmo mês.
Terrie Williams, professora de Biologia do Laboratório Long Marine, recusou-se a responder a perguntas sobre Morgan. Por e-mail, ela escreveu: "O envolvimento de Morgan com meu programa era estritamente como um participante excelente e bem disposto de nossos estudos de fisiologia de animais aquáticos. Eu gostaria de lembrar dele assim".
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