Conhecido pelos ocidentais apenas no século XIX, o monte Roraima foi escalado pela primeira vez em 1884, por uma expedição britânica chefiada por Everard Ferdinand im Thurn. Entretanto, apesar das diversas expedições posteriores, sua fauna, flora e geologia permanecem largamente desconhecidas. A história de uma dessas incursões inspirou sir Arthur Conan Doyle a escrever o livro O Mundo Perdido, em 1912. Com o desenvolvimento do turismo na região, especialmente a partir da década de 1980, o monte Roraima tornou-se um dos destinos mais populares para os praticantes de trekking, devido ao ambiente singular e às condições relativamente fáceis de acesso e escalada. O trajeto mais utilizado é feito pelo lado sul da montanha, através de uma passagem natural à beira de um despenhadeiro. A escalada por outros pontos, no entanto, exige bastante técnica, mas permite a abertura de novos acessos.
Vista da falésia meridional com a Maverick Stone à esquerda e a Gran Sabana aos pés.
O monte Roraima é um tepui, um tipo de platô cercado por falésias, típico do planalto das Guianas. A montanha tem formato de arco no sentido norte-sul-leste-oeste com um estreitamento central causado pela presença de um grande circo natural em seu flanco noroeste. Falésias retilíneas de até 1.000 metros de altura compõem a maior parte de suas outras faces, como a sul, sudeste, leste, nordeste e noroeste – essas duas últimas faces imitam a proade um navio avançando sobre floresta, sendo por isso mesmo denominado "a proa". No extremo sul da montanha, uma parte da falésia rompeu-se e formou um imponente monólito natural: o Tök-Wasen. As falésias tem suas bases cercadas por encostas íngremes, mas pouco elevadas nas faces sul e leste, que se estendem rapidamente em altas planícies de cerca de 1.200 metros de altura, cobertas pela Gran Sabana. Por outro lado, as faces norte e oeste formam vales curtos que conduzem a um planalto de cerca de 600 metros, ocupados pela floresta tropical.
Vista do cume do platô, com uma área pantanosa ao centro.
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