BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - Um senhor idoso com a camisa aberta até o meio do peito, um jovem estudante, um homem apressado. No entra e sai das portas na rua Guaicurus, centro de Belo Horizonte, se vê todos os tipos de homens. São o público dos "sobe e desce", hotéis onde as prostitutas atendem. O nome vem do movimento nas escadas que levam até os corredores cheios de quartos.
A Guaicurus sempre foi conhecida como zona boêmia e pelos armazéns que recebiam carregamentos de arroz, feijão e café. Dizem que o cineasta Orson Welles passou pelo Montanhês Dancing, certa vez, nas imediações do Magnífico Hotel, onde uma longa fila de homens se formava para ver Hilda Furacão. Com o passado presente nas fotos e desenhos espalhados nas fachadas, a Guaicurus virou centro de discussão em julho, graças a um vídeo em frente ao casarão que deve virar o Museu do Sexo das Putas.
"Acreditem se quiserem", diz o autor, após filmar a placa onde aparece o nome do Fundo Municipal de Cultura e do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural. "É isso aí, o dinheiro dos contribuintes de Belo Horizonte", conclui. O vídeo abriu disputa ideológica. Três deputados estaduais -Sargento Rodrigues (PTB), João Leite (PSDB) e Gustavo Santana (PL)- pediram que a Assembleia Legislativa encaminhe requerimentos sobre o caso ao presidente Jair Bolsonaro e à ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.
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