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terça-feira, 10 de setembro de 2019

01 - Por que os carros autônomos ainda não estão nas ruas? - Indústria

Cadê o volante? Falta muito ainda para vermos carros assim nas ruas - Eric Risberg/AP
Cadê o volante? Falta muito ainda para vermos carros assim nas ruasImagem: Eric Risberg/AP

Já faz pelo menos dez anos que os veículos autônomos são promessa. Mas sentar-se no banco do motorista e aproveitar o tempo de trânsito para ler um livro ainda é um sonho distante.
Enquanto isso, nossos celulares se transformaram em computadores, descobrimos os serviços de streaming e a economia compartilhada entrou na nossa vida. Por que, então, a automação dos carros está demorando tanto para chegar?
A culpa é, basicamente, nossa. A imprevisibilidade humana não combina muito bem com a precisão e o respeito total às regras que vêm embutidos nos códigos dos veículos autônomos. "É muito mais fácil automatizar algo quando você não tem a presença desse elemento confuso que é o ser humano", afirma Fernando Osório, professor do LRM (Laboratório de Robótica Móvel) do ICMC-USP (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo), em São Carlos.
O LRM trabalha com tecnologias de automatização de veículos no Brasil desde 2009. Toda essa trajetória colaborou, segundo Osório, para que a equipe vencesse, em julho deste ano, um desafio internacional de segurança de carros autônomos, disputado pelos melhores laboratórios do mundo.
Em 2013, um carro automatizado pelo LRM foi colocado em teste nas ruas de São Carlos com autorização especial, a primeira avaliação do tipo em vias públicas da América Latina.
Para Stella Hiroki, doutora sobre cidades inteligentes pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), a forma como será feita a transição dos veículos de hoje para os do futuro é uma questão essencial. "Misturar carros autônomos e não autônomos vai gerar grandes problemas de trânsito", diz.
Soluções como vias inteligentes levam em conta a convivência pacífica do velho com o novo. Na opinião de Osório, dificilmente os carros como temos hoje vão desaparecer, assim como carroça não sumiu com o advento do automóvel.
O Brasil, no entanto, está longe de ficar pronto para ter automóveis autônomos nas ruas. Segundo a KPMG, empresa de auditoria independente, nós somos o pior dos 25 países analisados para receber carros autônomos. Caímos da 17ª posição em 2018 para a 25ª no Índice de Prontidão para o uso de veículos autônomos 2019.
Temos a pior qualidade de infraestrutura viária, a pior cobertura 4G e estamos entre os cinco piores em quantidade de sedes de empresas no ramo. Ao mesmo tempo, os consumidores brasileiros aparecem em quinto lugar quando o quesito é entusiasmo com a tecnologia.

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