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quarta-feira, 11 de setembro de 2019
02 - Por que os carros autônomos ainda não estão nas ruas? - Indústria
Imagem: Divulgação
A ideia pode ser empolgante e ter cara de filme futurista, mas há desafios e resistências a vencer para colocá-la em prática - ou melhor, nas ruas. Para começar, Osório observa que é difícil convencer a população de que a tecnologia pode ser melhor do que um ser humano atrás do volante. "Tem que desmistificar a questão de que ela vai tirar o emprego (de motoristas), ou aquela ideia de que vai ter que escolher entre atropelar uma criança ou uma idosa." Mas é inquestionável, afirma o pesquisador, que uma máquina não vai beber, não vai ficar com sono, não vai se distrair no celular ou cometer imprudências. "Ela nasce mais segura", argumenta o professor da USP.
A polêmica à qual ele se refere é o desafio de se programar um carro para tomar decisões difíceis, nas quais um acidente parece inevitável. Em diversas críticas aos veículos autônomos, levanta-se o conhecido problema ético: se um trem fosse atropelar cinco trabalhadores distraídos nos trilhos, mas você pudesse puxar uma alavanca para desviá-lo e matar apenas uma, você o faria? Muita gente usa essa comparação para dizer que os carros precisarão tomar esse tipo de decisão e teriam que ser programados por um humano para isso. "A verdade é que você vai trabalhar para evitar o acidente a todo custo", explica Osório.
Na indústria, o argumento mais forte está num índice tão alto quanto preocupante. "Nossos veículos autônomos têm o objetivo de eliminar o erro humano, causa primária de 94% dos acidentes", diz a General Motors. O mesmo índice aparece no site da Waymo, empresa que começou nos laboratórios do Google em 2009 e hoje lidera pesquisas e aplicação da automação de veículos. "Nós nos comprometemos em desenvolver veículos totalmente autônomos porque acreditamos que isso é mais seguro e melhor para todos", diz a empresa.
Mas não é só a população que precisa ser convencida sobre a chegada dos autônomos. "O que você vai fazer com a infraestrutura que atende aos carros não autônomos?", questiona Stella. Negócios como estacionamentos e postos de combustíveis podem se tornar obsoletos, já que os veículos poderão circular sem parar e provavelmente serão também elétricos, entre outras mudanças.
Até o comércio de rua pode sofrer com a mudança, se considerarmos que veículos totalmente autônomos não vão parar em semáforos por tanto tempo. "Tem um mercado muito grande que vai ter que se adequar, e acredito que ele ainda não esteja aberto a essa mudança", diz.
Autônomo, mas até que ponto?
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