Propagandas mostravam os 'erros' que as mulheres podiam cometer, como ter cheiro, lavar louça, menstruar, e, claro pesar demais - ou de menos
Crédito: Reprodução
Evelyn está numa festa, desacompanhada. Amigas discutem sobre o que levou a pobre moça a não ter um namorado. A conclusão? Seus seios pequenos. Mas, espere! Isso pode ser resolvido com um simples creme. E voilà! Trinta dias depois, Evelyn está confiante com seios perfeitamente modelados, pronta para encontrar um marido.
Parece paródia, mas não é. A história faz parte de um dos anúncios veiculados em revistas femininas entre o final do século 19 e a primeira metade do século 20. Para vender não só cirurgia plástica em pote, mas também sabonetes íntimos, maquiagem, produtos para aumentar ou reduzir medidas, cintas modeladoras, remédios para TPM e cólicas menstruais.
Graças à artista norte-americana Cynthia Petrovic, algumas dessas propagandas podem ser vistas na sua página do Facebook, chamada “Do I Offend?”. Todas são retiradas da coleção de revistas femininas antigas de Petrovic, que procura selecionar as mais repulsivas, ofensivas e ridículas e acrescentar uma dose de ironia. Segundo a artista, o objetivo é chamar atenção para algo que não ficou no passado: a estratégia da mídia de vender body shaming para o público feminino. Na descrição da página, ela já avisa: “prepare-se para ser ofendida”.
Isso porque cada mínimo detalhe na apresentação da mulher deveria ser perfeito, desde a aparência até o odor e o estado de espírito dela. Caso contrário, ela acabaria sozinha, já que ser boa mãe e zelar pela casa não era o suficiente. E, claro, havia produtos certos para cada um desses possíveis “defeitos”.
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