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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

04 - Mastectomia - Saúde

Ao contrário do que muita gente acredita, o câncer de mama não é um mal exclusivamente feminino. A doença também pode afetar os homens, apesar de ser mais comum entre as mulheres (a proporção é de um caso em homens para cada 100 casos de câncer de mama em mulheres).
Nos homens, geralmente a doença se manifesta entre os 60 e 70 anos de idade. Apesar de ter suas causas desconhecidas, alguns fatores podem desencadear a doença, como os genéticos e hormonais. Além disso, o tabagismo e o consumo abusivo ou crônico de álcool são importantes fatores de risco para o câncer de mama masculino.
Um dos grandes problemas do câncer de mama masculino é o preconceito e a desinformação. Como muitas pessoas acreditam que a doença só acomete as mulheres, ela é geralmente diagnosticada tardiamente nos homens, quando já está em estágio avançado e a chance de cura é bem menor. Por isso os exames são importantes para ambos os sexos. Como o homem tem pouca glândula mamária, fica ainda mais fácil notar qualquer nódulo que apareça. Além de eventuais carocinhos, os homens devem ficar atentos também a vermelhidões ou mesmo dores na região da mama.
Mulheres diagnosticadas com câncer em uma das mamas costumam se confrontar com a difícil decisão de se devem remover ambas e um estudo publicado mostrou que as mastectomias duplas podem ser realizadas com frequência demais. A cirurgia não aumenta a sobrevivência na maior parte das mulheres e é tipicamente recomendada para cerca de 10% daquelas consideradas com alto risco de desenvolver o câncer de mama.
Das mulheres que se submeteram à cirurgia para remover a mama saudável, 69% não apresentavam grandes fatores de risco familiares ou genéticos, destacou o estudo, publicado no Jornal da Associação Médica Americana.
Enquanto isso, apenas um quarto das mulheres que correm um risco maior de desenvolver câncer no futuro tiveram a recomendação de remover as duas mamas, uma operação conhecida como mastectomia profilática contralateral.
Mulheres com algumas mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 ou que têm um forte histórico familiar de câncer de mama costumam ser aconselhadas a remover as duas mamas após a doença ser diagnosticada em uma, para evitar a recorrência.
"As mulheres parecem estar se baseando em uma preocupação com a recorrência do câncer para optar pela mastectomia profilática contralateral", disse a principal autora do estudo, Sarah Hawley, professora associada de medicina interna da Escola Médica da Universidade de Michigan. "Não faz sentido, porque ter uma mama não afetada removida não reduzirá o risco de recorrência na mama afetada".
A pesquisa tomou como base uma amostra de 1.447 mulheres americanas, com média de 59 anos, que foram diagnosticadas com cânceres no estágio de 1 a 3 em uma das mamas. Cerca de 8% das mulheres tiveram as duas mamas removidas, 35% tiveram apenas a mama afetada removida e quase 58% fizeram uma cirurgia de conservação da mama, na qual apenas o tumor é retirado.
Os cientistas descobriram que as mulheres com nível educacional mais elevado eram mais propensas a optar pela mastectomia profilática contralateral, e que o principal fator que pesou em sua decisão foi a preocupação de que a doença pudesse vir a aparecer na mama sadia.

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