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domingo, 1 de julho de 2018

05 - O DIA A DIA NO LADO SEM GLAMOUR DE DUBAI - Turismo/Sociedade

Ahmad concordou em dar entrevista, mas não quis que seu porta-malas fosse fotografado pela reportagem. Para não perder oportunidade de fazer negócio, tentou a todo custo vender uma bolsa genérica para o Estado. Diante da recusa, puxa conversa e pergunta sobre o Brasil e futebol. Foi mais uma tática de venda frustrada. Depois emendou: “Tenho uma namorada brasileira. Ela se chama Ana Paula e mora em São Paulo. Falamos pela internet.”
A poucas quadras da lojinha de Ahmad, Sajim Herij, indiano de 22 anos, ainda não teve ainda a mesma sorte de ser empreendedor como o vendedor afegão. Herij vive há dois anos em Dubai e trabalha para na equipe de Ali Mamuti. Tentou emprego na construção civil, mas não deu certo. Disse que não tinha talento. Mora em um pequeno imóvel alugado longe de Deira. Longe da família, não faz coro aos colegas imigrantes. “Morar em Dubai é muito bom. Há várias oportunidades de emprego aqui”. Mas disse que não sobra muito dinheiro para se divertir.
Assim como nos Estados Unidos, os indianos e paquistaneses também dominam os táxis. Muhammad Zohaib, de origem paquistanesa, trabalha para uma espécie de cooperativa, mas faz bicos oferecendo-se para fazer pequenas viagens aos turistas.
A contratação de mão de obra barata é comum nos principados que formam os Emirados Árabes Unidos. A massa de trabalhadores é formada, sobretudo, por imigrantes indianos e paquistaneses, muitas vezes em condições consideradas precárias. No ano passado, uma série reportagens do jornal britânica The Independent mostrou “um lado obscuro” de Dubai, escondido por trás dos arranha-céus e de todo o luxo.

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