"É recomendável cobrir os ombros e joelhos, evitando transparências e decotes excessivos. Para os homens, é aconselhável o uso de calças compridas em ambientes mais formais ou religiosos", diz o órgão. Para Juliana de Faria, criadora do projeto feminista Clique Think Olga, a recomendação é "machista", já que somente aos homens é dito que os trajes compridos se aplicam apenas a ambientes formais ou religiosos. Ela diz que, ao usar o termo "indecente" para qualificar a forma de se vestir, o Itamaraty exprime um juízo de valor, algo incompatível com suas atribuições.
Segundo Faria, a mensagem da chancelaria "legitima a desmoralização de mulheres por suas escolhas de moda, como se alguém pudesse ser indecente simplesmente pela saia que está usando". Diferentemente de outras nações islâmicas, os Emirados Árabes não abordam regras de vestimenta em sua legislação.
No item sobre a Jamaica, o Itamaraty diz que a sociedade local "tem certa intolerância para com pessoas com diferente orientação sexual (homoafetivos)". O órgão afirma ainda que, "em casos extremos, esses turistas podem vir a receber ameaças e sofrer atos de violência".
Para Marcelo Hailer, membro do Núcleo Transdisciplinar de Investigações de Sexualidades, Gêneros e Diferenças da PUC-SP, a recomendação é pertinente, mas o Itamaraty foi "infeliz" ao formulá-la. "Ao usar o termo 'diferente' para se referir às pessoas LGBT [sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros], sugere-se que elas são fora da norma, esquisitas".
O Itamaraty diz que "a utilização da linguagem mais adequada [no site] é uma preocupação constante. "Críticas ou indicações de falhas para aperfeiçoar o sistema são bem-vindas".
Recomendação sobre roupas 'indecentes' para mulheres é considerada machista por ativistas
Nenhum comentário:
Postar um comentário