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quarta-feira, 31 de maio de 2017
02 - De volta ao lar... - Tecnologia
Em 2015, o comportamento misterioso de um satélite russo alimentou a especulação de que Moscou estava desenvolvendo satélites de ataque capazes de fazer manobras no espaço para mirar em outros satélites. Mas muitos especialistas duvidam que o X-37 B seja o protótipo de uma verdadeira arma de guerra ou de espionagem.
"O X-37 é do tamanho de uma caminhonete, seria difícil ter uma arma efetiva a bordo", diz Victoria Samson, especialista da Secure World Foundation, defensora do desenvolvimento sustentável no espaço. Além disso, o X-37 B não seria muito manobrável uma vez no espaço, visto que a sua única fonte de energia são os painéis solares. "De um modo geral, manobrar em órbita requer uma enorme quantidade de combustível. Então não acredito que eles estivessem fazendo muitas manobras".
Mark Gubrud, físico e especialista em tecnologias espaciais militares da Universidade da Carolina do Norte, diz que a ideia de que o avião seja um satélite de espionagem manobrável também não faz muito sentido. "Ele tem pouca capacidade de manobra em órbita, e não pode atingir altitudes elevadas, apenas uma órbita terrestre baixa. Se você quer fazer um satélite de manobras furtivo, você não vai sobrecarregá-lo com asas e trem de pouso e torná-lo tão visível a partir da Terra que até mesmo amadores são capazes de rastreá-lo".
O quarto voo do X-37 B foi detectado seis dias após seu lançamento, em 2015, por uma rede de rastreadores de satélite amadores, de acordo com o site Spaceflight101.com. Ele desapareceu por vários meses em 2015, após uma mudança na órbita, e novamente em fevereiro de 2017, após outra manobra, mas depois foi encontrado novamente, segundo o site.
Na verdade, os especialistas acreditam hoje que é mais provável que o X-37 B seja um banco de ensaios do que uma arma potencial, de acordo com o que a Força Aérea afirmou em uma de suas poucas declarações públicas sobre o sistema. Eles pensam que o avião está sendo usado para testar sensores e equipamentos no espaço que podem depois ser trazidos para o solo para ver como foi seu desempenho. A empresa americana Rocketdyne anunciou que no último voo, o X-37 testou um propulsor iônico usado por satélites para se mover no espaço.
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