Total de visualizações de página

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

07 - Profissões inusitadas - Trabalho/Economia

Para ser um cliente oculto, o interessado deve se cadastrar em sites e aplicativos especializados nesse tipo de avaliação. Ali, ele responderá a extensos questionários sobre seus hábitos de lazer e consumo e será chamado quando seu perfil se enquadrar nas exigências do contratante.
“Se é uma pessoa que viaja muito, avaliará companhias aéreas e hotéis”, diz Stella Susskind, de 47 anos, presidente da Shopper Experience, empresa de São Paulo especializada nessas avaliações. O ideal é que o cliente oculto tenha perfil semelhante ao dos consumidores do produto ou serviço que analisará.
“Só não aceitamos menores de 18 anos, e os candidatos precisam ter pelo menos o ensino médio”, afirma o publicitário Alexandre Guimarães, de 40 anos, sócio da Orange, empresa carioca que contrata clientes ocultos.
No Rio de Janeiro, a nutricionista Renata Almeida, de 35 anos, faz quase todos os meses avaliações de restaurantes italianos, cinemas e postos de combustível, pelas quais recebe de 10 a 30 reais. Além disso, ganha o reembolso das despesas, que podem somar mais de 100 reais, entre estacionamento, lanche e pipoca, no caso do cinema.
Ao avaliar o posto, ela só recebe o dinheiro de volta, mas fica com o tanque cheio. Para isso, confere se o frentista fala da opção aditivada, se oferece para checar o óleo, e avalia a limpeza do local. “Não é diversão, tenho de ser observadora e crítica”, afirma. A cada semana, Renata dá uma olhada nas tarefas dos sites Orange, OnYou e GFK. “Pego aquelas que se encaixam nos meus horários.”
O engenheiro de produção Victor Fernandes, de 27 anos, de São Paulo, fez mais de 160 missões pelo Pinion, aplicativo para smart­phones por meio do qual o usuário recebe os detalhes da missão e responde com fotos e as informações pedidas. Em menos de um ano, Victor recebeu 2 278 reais pelos serviços como cliente oculto.
Em geral, os valores pagos estão associados ao grau de complexidade da tarefa. Numa sorveteria, o cliente tem poucas questões para responder, e seu relatório será breve. Numa concessionária, há muita conversa com os vendedores, e as informações são mais complexas.
A OnYou paga 15 reais para o cliente da sorveteria e 150 reais para o da loja de carros. “Não é uma forma de ganhar a vida, mas proporciona uma renda extra”, afirma Victor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário