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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
03 -Especial: Zoologico Humano - Comportamento/Sociedade
A exposição reuniu cerca de 600 obras, entre fotos e filmes de arquivo, além de pôsteres de "espetáculos" e objetos usados por cientistas no século 19, como instrumentos para medir os crânios. Nesse período, se desenvolveram noções sobre a raça e o conceito de hierarquia racial, com teses de que os africanos seriam o elo que faltava entre o macaco e os homens brancos ocidentais, ou o "homem normal", como consideravam os cientistas.
A exposição começava com as primeiras chegadas de povos "exóticos" à Europa, trazidos pelos exploradores, como os índios tupinambá, do Brasil, que desfilaram, em 1550, para o rei Henrique 2º em Rouen, na França. Pessoas com deformações físicas e mentais também serviam de atração para as cortes europeias na época.
No início do século 19, a exibição de "selvagens" deixou de ser reservada às elites, com o surgimento de "shows étnicos", que ganharam força com o desenvolvimento da antropologia e a conquista colonial. Londres, que apresentou uma exposição de índios brasileiros Botocudos em 1817, tornou-se a "capital dos espetáculos étnicos", seguida pela França, Alemanha e Estados Unidos.
A exibição em Londres, em 1810, e em Paris, em 1815, da sul-africana Saartje Baartman, conhecida como "Vênus Hotentote" (nome pelo qual sua tribo era conhecida à época), que tinha nádegas proeminentes, marcou uma reviravolta nesse tipo de apresentação.
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