Indústria de espetáculos
Uma exposição em Paris mostra como seres humanos considerados “exóticos, selvagens ou monstros” foram exibidos em feiras, circos e zoológicos no Ocidente. Na foto, cartão postal com “um pequeno grupo de peles vermelhas”, exibidos em 1911. Foto: Grupo de Pesquisas Achac, Coleção Particular
Esses "shows" se profissionalizaram com interesse cada vez maior do público, tornando-se uma indústria de espetáculos de massa, com turnês internacionais. Em Paris, um "vilarejo" africano foi montado próximo à Torre Eiffel em 1895, com apresentações sensacionalistas de mulheres quase nuas e homens tidos como canibais.
É em um contexto expansionista das grandes potências ocidentais e de pesquisa desenfreada dos cientistas que essas exibições vão ganhar legitimidade necessária para existir", afirmavam os organizadores da mostra. Eles dizem que os espetáculos de "diversão" serviam também como instrumento de propaganda para legitimar a colonização.
O apogeu dessas exibições ocorreu entre 1890 e os anos 1930. Depois disso, os "shows étnicos" deixaram de existir por razões diversas: falta de interesse do público, surgimento do cinema e desejo das potências de excluir o "selvagem" da propaganda de colonização.
A última apresentação desse tipo foi realizada em Bruxelas, em 1958. O "vilarejo congolês" teve de ser fechado devido às críticas na época. Segundo os organizadores da mostra, mais de 1 bilhão de pessoas assistiram aos espetáculos exóticos realizados entre 1800 e 1958. A exposição ficou em cartaz no museu do Quai Branly.
Pessoas com deformações mentais e físicas também serviam de atração para o público europeu, como o 'homem-cachorro', que sofria de hiperpilosidade. Foto: Museu do Quai Branly
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