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sexta-feira, 3 de maio de 2013

04 - Fibrose Cística - Saúde

O que torna a fibrose cística grave é que os genes, herdados da mãe e do pai que não necessariamente manifestam a doença, provocam alterações nas mucosas que envolvem os pulmões e o pâncreas. Essa anomalia facilita o surgimento de infecções pulmonares, compromete a respiração e dificulta a absorção de nutrientes, promovendo a ocorrência de pneumonias e desnutrição.
Atualmente, o teste do pezinho especial é capaz de diagnosticar a fibrose logo após o nascimento e evita que os portadores passem anos acumulando as sequelas nocivas da fibrose sem diagnóstico. A técnica chamada de de "triagem neonatal ampliada" já está disponível na maioria das maternidades particulares do País. Faz parte da rede pública de 9 Estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Espírito Santo e Rondônia). O secretário do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, afirmou em comunicado da pasta que "é preciso estruturar os serviços para que todos os estados tenham condições de realizar o diagnóstico (da fibrose) no teste do pezinho até 2014".
Neiva Damaceno, pneumologista responsável pelo Ambulatório de Fibrose Cística da Santa Casa de São Paulo, ressalta que diagnosticando cedo a doença, é possível prevenir as sequelas mais letais (destruição total dos brônquios, a principal causa de morte dos portadores) e permitir que as crianças possam ser favorecidas com os avanços da medicina.
“Quantas doenças já foram desafio no ano passado, eram sinônimos de atestado de óbito, e hoje não são mais?”, questiona a especialista. “A fibrose é progressiva e sem cura, mas há muita pesquisa no momento e estamos próximos de um medicamento”, afirma a médica. “A mudança de expectativa de vida dos portadores foi fantástica. Se conseguirmos tratar as sequelas da doença desde cedo é possível fazer com que os doentes cheguem à fase adulta com condições clínicas para um transplante de pulmão. Caso o transplante seja feito, a doença fica infinitas vezes mais fácil de controlar. A sobrevida deixa então de ser restrita.”
Foi o caso da jovem Kirstie Mills, da Grã Bretanha. Portadora de fibrose cística, ela realizou aos 21 anos um transplante de pulmão duas semanas após casar. Desde então, deixou de usar a cadeira de rodas para a locomoção. Ganhou fôlego para poder andar sozinha e uma expectativa de vida não mais mapeada pela medicina.
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