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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

02 - Espionagem - NSA olha a rede - Internacional


Os documentos obtidos pelo jornal mostram que uma das principais ferramentas usadas pela agência para montar a cadeia de números de telefones e endereços de e-mail de um alvo é o programa chamado Mainway. O serviço funciona como um repositório de dados para o qual é direcionada uma vasta quantidade de informação coletada nos cabos de fibra ótica da NSA, parceiros corporativos e redes de computador estrangeiras que foram hackeadas.
De acordo com um boletim interno da NSA, o Mainway recebia 700 milhões de registros telefônicos por dia em 2011. A partir de agosto daquele ano, o programa passou a receber um volume adicional de 1,1 bilhão de registros de ligações de celular por dia, fornecido por prestadoras do serviço pela lei de segurança nacional dos EUA.
No começo de setembro, o Fantástico mostrou que a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores eram alvo direto de espionagem da NSA, segundo documentos classificados como ultrassecretos pela agência. Também é espionada a comunicação dos assessores entre eles e com terceiros. O presidente do México, Enrique Peña Nieto, também foi um alvo, segundo o material. A apresentação secreta, obtida pelo Fantástico, é chamada de "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil." O programa da NSA, diz a apresentação, torna possível encontrar, sempre que quiser, uma "agulha no palheiro."
O palheiro, no caso, é o volume imenso de dados a que a espionagem americana tem acesso todos os dias, espionando as redes de telefonia, internet, servidores de e-mail e redes sociais. A agulha é quem eles escolherem. O Fantástico também mostrou que a Petrobras, quarta maior petroleira do mundo, também foi espionada.
Não há informações sobre a extensão da espionagem nem se a agência americana conseguiu acessar o conteúdo guardado nos computadores da empresa. Não há também informações a respeito sobre quais documentos a NSA buscava.
Este tipo de informação é liberada somente ao grupo chamado pelos americanos de “Five eyes” (cinco olhos, na tradução literal), que se refere aos cinco países aliados na espionagem: EUA, Inglaterra, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.
O nome da Petrobras apareceu em vários slides obtidos pela reportagem. Além da estatal, estão listados também como alvos da NSA a infraestrutura do Google, o provedor de e-mails e serviços de internet. A suspeita causou desconforto entre as diplomacias de Brasil e EUA, tanto que a presidente Dilma cancelou a visita de estado planejada para outubro ao país.

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