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domingo, 6 de outubro de 2013

E o Brasil estragou tudo.. - Economia


Em novembro de 2009, a revista britânica The Economist estampava em sua capa a imagem do Cristo Redentor alçando vôo do pico do Corcovado, abaixo de uma chamada de dar orgulho a qualquer brasileiro : "O Brasil decola". Quatro anos depois, a publicação, uma das mais importantes do mundo, já vê dúvidas sobre a decolagem brasileira. A nova edição da revista, traz na capa que circulará na América Latina e na Ásia um questionamento: "O Brasil estragou tudo?". Desta vez, o Cristo aparece caindo, depois de fazer um vôo torto pelos céus.
"Nos anos 2000, a economia do Brasil estava decolando. Mal vacilou durante a crise econômica mundial; em 2010, cresceu 7,5%. No entanto, recentemente, está estagnada. Desde 2011, o Brasil teve um crescimento de apenas 2% ao ano. Seus cidadãos estão descontentes - em junho, eles tomaram as ruas para protestar contra o alto custo de vida, serviços públicos pobres e a ganância e corrupção dos políticos", disse a publicação na apresentação da nova edição. E faz novos questionamentos: "Será que Dilma Rousseff, a presidente do Brasil, poderá religar os motores? Será que a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos ajudarão a recuperar o Brasil ou simplesmente trarão mais dívidas?".
A The Economist coloca parte da culpa da estagnação econômica do Brasil nas costas da presidente Dilma. A revista argumenta que, apesar de pedir constantemente o aumento dos investimentos do setor privado, ela ignora o fato de que a mão pesada do governo na economia tem sido o principal motivo para os investimentos não aparecerem.
Segundo a publicação, o Brasil estaria perdendo a oportunidade de ouro de aproveitar o bônus demográfico. "Infelizmente, a maior parte desse bônus está indo para um sistema de aposentadoria insanamente generoso. Isso irá, em breve, colocar um peso ainda maior nos gastos públicos, conforme mais trabalhadores comecem a se aposentar", diz o texto da revista.
Apesar das críticas, a The Economist não é tão pessimista em sua conclusão em relação ao Brasil. "Havendo vontade, há espaço para os avanços sociais e econômicos do país das últimas duas décadas continuarem. O agronegócio teve ganhos enormes de produtividade e oferece oportunidades para maior crescimento futuro. Empresas inovadoras de consumo estão atendendo a nova classe média e começam a ir para o exterior. Os políticos brasileiros foram alertados de que os jovens de hoje, mais educados que a geração anterior, estarão menos propensos a aceitar a corrupção e mais insistentes em exigir serviços públicos decentes em troca dos altos impostos que pagam".
A revista defende que para arcar com tais serviços o Brasil não deveria cair na tentação de aumentar os gastos públicos, hoje em 38,5% do PIB. A resposta para o problema seria voltar a crescer de forma convincente. Para atingir esse objetivo, o país teria que retomar as reformas que abandonou no tempo da bonança: diminuir os benefícios previdenciários, reduzir e simplificar o sistema tributário e atualizar suas leis trabalhistas. "Leilões de infraestrutura bem-sucedidos iriam também ajudar a retomar os investimentos, assim como abandonar a retórica antilucro iria melhorar o clima do ambiente de negócios. O problema mais urgente, no entanto, é a queda brusca de competitividade".
A visão reticente sobre a economia brasileira não é uma novidade na The Economist. Em junho deste ano, a revista disse que o desempenho da economia do país em 2011 foi "medíocre" e chegou a pedir a saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Sem sucesso, a publicação fez um novo artigo, desta vez adotando uma estratégia diferente: "Foi amplamente noticiado no Brasil que a nossa impertinência teve o efeito de fazer o ministro da Fazenda ficar 'indemitível'. Agora, vamos tentar um novo rumo. Pedimos para a presidente ficar com ele a todo custo: ele é um sucesso", diz o texto, em tom irônico, claro.
A pelo menos 40 anos ouço que o Brasil é o país do futuro. Está na hora de sermos país do presente. O futuro é daqui 1 minuto, que depois vira passado. Esperar que as coisas aconteçam sem que nos movimentemos e continuar na mesmice, bancando políticos com o mesmo discurso tosco e hipócrita...

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