A Epidermodisplasia Verruciforme (EV) é uma genodermatose hereditária rara caracterizada por infeção crônica pelo papilomavírus humano (HPV) levando a lesões cutâneas polimórficas e alto risco de desenvolver cancro de pele não melanoma. A prevalência exata da EV é desconhecida; foram descritos mais de 200 casos na literatura até ao momento.
A doença manifesta-se normalmente durante latência infância precoce (7.5% dos casos), infância tardia (61.5% dos casos) ou puberdade (22% dos casos) com o desenvolvimento progressivo de pápulas verrucosas planas hiper ou hipopigmentadas, placas irregulares castanho-avermelhadas, lesões semelhantes a queratose seborreica e máculas semelhantes a pitiríase versicolor no tronco, pescoço, face, zona dorsal das mãos e dos pés (pele com exposição solar). Podem ser detetados vários subtipos de HPV nas lesões cutâneas (HPV5 e HPV8 são encontrados em 80% dos casos). Trinta a 60% dos doentes desenvolvem cancros de pele não-melanoma, especialmente carcinomas espinocelulares (SCC), durante a quarta e a quinta década de vida, principalmente nas áreas expostas ao sol. Os doentes com pele negra têm uma incidência muito mais baixa de cancro da pele. A maioria dos SCC permanecem localizados; as metástases não são comuns.
A EV pode ser causada por mutações com perda de função em um de 2 genes adjacentes EVER1/TMC6 ou EVER2/TMC8(17q25.3) que codificam para proteínas de membrana que formam um complexo com a proteína transportadora de zinco ZnT-1 na membrana do reticulo endoplasmático (ER) dos queratinócitos. Mutações nestes genes levam a suscetibilidade a infeção com subtipos específicos de HPV pertencentes ao género beta, incluindo HPV5, 8, 9, 12, 14, 15, 17, 19-25, 36-38, 47 e 49, que são ubíquos e inofensivos para indivíduos saudáveis. Na maioria dos casos, a transmissão é autossómica recessiva mas foram também descritos padrões de hereditariedade ligada ao sexo e autossómica dominante.
O diagnóstico é baseado em achados clínicos e histológicos. A biopsia da pele mostra lesões semelhantes a verruga plana com hiperqueratose, hipergranulose e acantose da epiderme. Os queratinócitos das camadas epidérmicas superiores estão aumentados com vacuolização perinuclear e uma descoloração azul-acinzentada típica. Os HPVs podem ser detetados nos queratinócitos usando hibridização in situ ou imunohistoquímica com anticorpos anti-HPV.
O diagnóstico diferencial inclui carcinoma espinocelular, acroqueratose verruciforme (ver estes termos), tinea versicolor e verrucose generalizada de outras origens. Adicionalmente, foi descrito um síndrome adquirido semelhante a epidermodisplasia verruciforme em doentes com compromisso da imunidade mediada por células, principalmente indivíduos infetados pelo HIV.
Apesar de nenhuma terapêutica presente constituir uma cura permanente da EV, modalidades de tratamento descritas incluem crioterapia, imiquimod e 5-fluorouracil tópicos, retinóides sistémicos, interferão alfa, e terapia fotodinâmica com ácido 5-aminolevulínico. O tratamento de escolha para o SCC é a excisão cirúrgica. As medidas preventivas, em particular evitar a exposição solar e a fotoproteção, são cruciais para uma orientação apropriada. O prognóstico é favorável já que os tumores de pele aparecem progressivamente e as metástases não são comuns.
Esta condição muito rara é causada por uma sensibilidade ao papilomavírus humano (HPV) que causam uma grande quantidade de verrugas, que se parecem cascas de árvore, daí que esta condição seja também conhecida como homens árvore.
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