Outros paísesGetty Images - Lindeka Stulo foi uma das vítimas do estupro corretivo na África do Sul
O Peru não é único país em que se fala de estupros corretivos. Na África do Sul, em julho de 2007, as namoradas Sizakele Sigasa e Salome Massooa foram estupradas e assassinadas. Como consequência, vários grupos defensores dos direitos humanos criaram a campanha 07/07/07 para pedir o fim dos crimes de ódio contra a população LGBT.
Mas o caso que teve maior notoriedade e colocou estes estupros na mira internacional foi o ataque a Eudy Simelane, ex-jogadora da seleção sul-africana de futebol, ativista e uma das primeiras mulheres a viver abertamente como lésbica em Kwa Thema, no norte do país.
Simelane foi estuprada por um grupo de homens antes de ser apunhalada 25 vezes no rosto, no peito e nas pernas em abril de 2009. Um ano antes, a Triangle, uma organização defensora dos direitos homossexuais, havia revelado que 86% das lésbicas negras vivem com medo de sofrer uma agressão sexual e que cuidava de dez novos casos de estupro corretivo por semana.
O mesmo tem ocorrido no Zimbábue e na Índia, além de outros países, como o Equador, onde, em 2012, foram fechadas diversas clínicas para "curar" homossexuais, nas quais o estupro era um dos métodos empregados. Quando tinha 23 anos, em 2007, Paola Concha foi internada a força em um destes centros em um subúrbio da capital Quito.
Nos 18 meses que permaneceu lá, foi submetida a todo tipo de humilhação e violência: foi obrigada a se casar com um homem, ficou sem comida por dias, foi obrigada a se vestir como homem e foi estuprada. No Peru, apesar da falta de dados, os testemunhos das vítimas deixam clara a gravidade desta questão. "Este é um país conservador em que o assunto é pouco ou nada explorado. Mas trata-se de um problema social atual e urgente", diz Montenegro, uma das vítimas.
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