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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Trapaça Olímpica? - Esportes

O nadador sul-africano Cameron van der Burgh, campeão olímpico nos 100m peito, admitiu que utilizou táticas ilegais durante a prova na qual quebrou o recorde mundial e garantiu a medalha de ouro em Londres. Segundo o próprio atleta em entrevista ao Sydney Herald Morning, da Austrália, a manobra utilizada foi a ‘golfinhada’, como é conhecido na natação o movimento de impulsinar o nado com a perna mais de duas vezes depois das viradas.
“Isso - a manobra - é algo que se você não fizer, vai estar para trás de seus adversários”, afirmou Burgh. “Obviamente não é a coisa mais moral que você terá que fazer, mas eu não estava disposto a jogar fora quatro anos de treinos e trabalho duro sendo que qualquer nadador faria o mesmo”.
A regra que não permite as chamadas ‘golfinhadas’ é relativamente nova na natação. Começou a ser discutida por conta do tetracampeão olímpico Kosuke Kitajima, que impulsionava muitas de suas vitórias com os movimentos de perna embaixo d’água. O japonês, uma das lendas de seu país na natação, treinava muito os movimentos de perna e fazia disso uma vantagem natural. As regras, então, foram modificadas para que apenas os movimentos com o peito fossem utilizados.
A tática do sul-africano, porém, não será punida. Mesmo com o nadador admitindo o uso do recurso ilegal, os árbitros deveriam tê-lo punido no momento em que a ‘golfinhada’ foi utilizada. Como não existem câmeras subaquáticas para revisão, não há como a punição ser feita dias depois da prova. Com isso, a manobra ilegal que rendeu ouro e recorde mundial para Burgh deverá fazer com que as autoridades da natação mundial optem pela introdução de câmeras com esse intuito embaixo d’água.
Mais do que punição, é necessário ser feito algo para reparar o problema observado. Os jogos olímpicos estão sendo observados pelo mundo, com câmeras posicionadas por vários ângulos, com qualidade impecável, e muita gente observando e analisando.
A omissão generalizada é incomum. Ele deveria para o bem do esporte, se redimir e pedir aos organizadores uma chance de mostrar que pode fazer algo mais digno. Não sei como, a devolução da medalha seria algo correto, mas isso vai representar em perda de patrocínio, seja para o comitê organizador de seu país, ou para a confederação de natação. Perder dinheiro ninguém quer, mesmo que com isso, se perca o espirito olímpico, onde o importante era competir...

Momento em que o movimento ilegal é executado (Reprodução/NBC)



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