Os pacientes não adquirem maconha sozinhos, mas sim através da associação, que faz a compra para os cerca de 400 sócios. Diferente de Catalunha, na comunidade de Madri as penas por cultivo são mais rígidas. 'Madri é mais conservadora', comenta, sugerindo que a compra coletiva é feita no mercado negro. Carolina classifica como 'urgente e humanitária' a regulação dos clubes canábicos. 'Se já estão comprovados os benefícios, como doente que sou, não entendo porque não se regulou ainda.'
Ao todo, 250 mil usuários de maconha estão registrados na federação. Desses, 10% consomem a erva com fins terapêuticos. O uso medicinal é o que recebe maior apoio social até mesmo dos que se mostram contra os clubes da maconha (como a Secretaria de Interior da Catalunha, que afirmou à BBC Brasil que não elaborará nenhuma norma que facilite o consumo da substância, 'exceto para uso terapêutico').
Ao mesmo tempo, representantes das entidades de autoconsumo de maconha há anos se mobilizam pela regulação dos clubes. Em março passado, o tema foi amplamente discutido durante a 11ª Spannabis, a maior feira do cânhamo e de tecnologias alternativas do mundo, que este ano reuniu 33 mil pessoas em Cornellà, na província de Barcelona.
Com caráter lúdico e informativo, o espaço foi palco de debates internacionais, sob as perspectivas jurídica e social. O destaque foi para a recente legalização no Uruguai e no Colorado, Estados Unidos, e o referendo na Flórida. Além disso, a feira teve 1,8 mil profissionais de 500 empresas do setor, que apresentaram as múltiplas utilidades do cânhamo, por exemplo, na construção civil, na culinária e como terapia para doentes crônicos.
Que a maconha possui propriedades químicas, e seus compostos podem ajudar em alguns casos não há dúvida. O problema é quando se cria clubes, e mecanismos, fora do olhar do Estado (apesar de não funcionar bem), onde pode acabar havendo o consumo recreativo, gerando os transtornos do vício de uma substância entorpecente...
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