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terça-feira, 10 de março de 2015

02 - BDSM e violência doméstica: saiba a diferença


Mariana Borges é submissa e masoquista no BDSM, além de feminista (Foto: Arquivo pessoal)

O BDSM é um conjunto de siglas englobando uma diversidade de práticas: Bondage e Disciplina (BD), Dominação e Submissão (DS) e Sadismo e Masoquismo (SM), além de diversos tipos de fetichismo. Um praticante varia de uma pessoa que faz de tudo a alguém que pratica somente uma das diversas técnicas do BDSM, não havendo qualquer restrição a respeito de quantas ou quais práticas devem ser feitas, ou mesmo sobre quem deve assumir quais papeis.
Embora seja frequentemente relacionado a atividades sexuais, há quem goste de práticas específicas do BDSM sem o envolvimento de sexo; por exemplo, há masoquistas que gostam somente de sentir dor, sem que sejam diretamente estimulados sexualmente no processo. Do mesmo modo, há pessoas que gostam somente de ser amarradas, ou que gostam da dinâmica de Dominação e Submissão, mas detestam qualquer tipo de dor.
Para muitos, aliás, a graça do BDSM está nas dinâmicas de poder. A entrega do controle sobre o próprio corpo do submisso para o dominador pode ser bastante excitante para ambos. Normalmente, o submisso (ou masoquista, escravo, bondagista, etc) negocia com o dominador (ou sadista, Dom/Domme, dono etc) para pré-estabelecer tudo aquilo que poderá acontecer durante a sessão. As práticas BDSM com um parceiro podem durar uma única noite, ou podem abranger um relacionamento inteiro por diversos anos – às vezes, um relacionamento DS leva o dominador a controlar até mesmo a comida ou as roupas do submisso. Tanto homens quanto mulheres podem ser submissos ou dominadores e as dinâmicas de relacionamento podem ser hetero, bi ou homo, em um relacionamento aberto ou fechado. Além disso, uma pessoa que é submissa em um relacionamento pode ser dominadora em outro, ou mesmo trocar de papeis com o parceiro, como é o caso de alguns Switchers.
Com tudo isso, o respeito mútuo é uma das características mais importantes do BDSM. Todos os envolvidos precisam se ouvir e estar completamente cientes dos limites um do outro. Para o dominador, especialmente, recai a responsabilidade pelo bem estar do submisso, que poderá estar imobilizado e vendado sob situações de risco. A confiança total é essencial para que uma sessão BDSM dê certo, pois as práticas requerem muito mais responsabilidade do que outros tipos de relações.

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