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quarta-feira, 11 de março de 2015

03 - BDSM e violência doméstica: saiba a diferença



Muitas pessoas olham superficialmente para o BDSM e enxergam somente as práticas físicas, frequentemente comparadas à violência doméstica. Porém, por trás de cada palmada, ou de cada ponta do chicote, há muito mais atividades envolvidas. É consenso entre muitos dos praticantes que o BDSM se sustenta em três pilares: ele deve ser sempre seguro, são e consensual. Isso significa que todas as práticas precisam ser pensadas e planejadas com antecedência para que sejam seguras quanto à integridade física dos participantes, quanto à saúde mental e psicológica, e precisam ser acordadas de antemão com o consentimento dos envolvidos.
“A diferença entre uma relação BDSM, baseada nos conceitos de sanidade, segurança e consensualidade, e a violência doméstica é muito clara. Em um relacionamento abusivo, a pessoa que apanha não gosta e nem consente o ato. Ela é, na maioria das vezes, obrigada a aceitar por falta de opção ou por dependência. Ela é agredida. Uma pessoa masoquista sente prazer na dor, conhece seus limites e faz com que eles sejam respeitados através de negociação, palavra de segurança ou qualquer outro mecanismo”, diz Mariana Borges, submissa e masoquista no BDSM, além de feminista.
Por conta desses fatores, as relações BDSM provocam, no geral, menos casos de abuso do que o sexo baunilha – como são chamadas as relações que não são BDSM. Acontece que, ao contrário do sexo corriqueiro, em que os parceiros nem sempre sabem do que o outro gosta e muitas vezes recebem surpresas desagradáveis durante a relação, o BDSM é antecedido por muita conversa e acertos, muitas vezes acompanhados até mesmo por contratos informais. Cada participante precisa expor o que gosta e o que não gosta, o que pode e o que não pode, e estabelecer seus limites antes mesmo da coisa acontecer.

Divina, como é conhecida na cena BDSM, é dominadora e sadista feminista (Foto: Arquivo pessoal)

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