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segunda-feira, 16 de março de 2015

08 - BDSM e violência doméstica: saiba a diferença

Letícia Oliveira relata que tem a segurança de ter tido sempre um papel totalmente ativo e autônomo em sua prática como submissa. “Eu acho fundamental ter o direito (e ser respeitada por isso) de exercer a minha sexualidade da maneira como eu desejar e como eu for capaz de lidar com ela naquele momento”. Mas frisa: “Por outro lado, obviamente o meu entendimento de sexualidade e de papeis é uma construção social. E essa construção social só pode mudar via feminismo, que é capaz de ajudar as mulheres a se sentirem empoderadas e donas da própria vida e do próprio desejo. Então eu acho que, desde que a mulher seja protagonista da sua prática sexual, não importa o papel, seja de sub, domme, masoquista ou sadista”, completa.
Mariana Borges conta sua experiência com feministas contrárias ao BDSM: “Não é nada raro encontrar feministas que querem demonizar o desejo alheio e praticar o que eu chamo de ‘baunilhexplicanismo’ – que é quando uma pessoa não praticante de BDSM acha que sabe tudo sobre o assunto e por isso deve convencer submissas e masoquistas que o seu desejo é apenas reprodução de opressão e machismo. Já li inclusive textos chamando feministas no BDSM de ‘desertoras do movimento’ e outras coisas bem pesadas”.
Segundo Divina, é primoroso que o feminismo bata na tecla que as mulheres precisem aprender a dizer “não”. “’Não, é não’. Perfeito. Mas o feminismo também precisa repensar que as mulheres precisam se sentir confortáveis em dizer ‘Sim’ sem se sentirem pecadoras. As mulheres não precisam de mais culpa, mais vergonha”, afirma. “Defendo a agência e autonomia de todas as mulheres, cada mulher deve se sentir confortável para dizer o não, mas também responder afirmativamente ao que lhe dá tesão, mesmo que aos olhos dos outros pareça uma moral duvidosa”, explica.
A dominadora segue a criticar a visão do feminismo autoritário quanto ao BDSM: “Algumas correntes do feminismo creem em um patriarcado no qual as mulheres não possuem o poder de escolha. Considero essa perspectiva deprimente e fatalista, contraproducente até para quem professa tal discurso, haja vista o pressuposto no qual mulheres não podem ser autônomas apesar do esforço hercúleo. Relacionamentos abusivos fazem mulheres duvidarem de sua capacidade de discernimento (gaslighting); o feminismo autoritário também”.
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