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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Apple, Foxconn e polêmicas: Parte V (final?) - Tecnologia/Economia/Sociedade


Em reposta à reportagem “O custo humano embutido num iPad”, do jornal New York Times, o presidente da Apple, Tim Cook, enviou um e-mail a todos os funcionários vinculados à empresa com esclarecimentos sobre as condições de trabalho nas fábricas que montam os aparelhos da companhia.
“Infelizmente, algumas pessoas estão questionando os valores da Apple hoje, e eu gostaria de falar sobre isso com você diretamente. Nós nos importamos com cada trabalhador da nossa rede mundial de fornecedores. Qualquer acidente é um problema profundo e qualquer questão envolvendo condições de trabalho é motivo para preocupação. Qualquer sugestão de que nós não nos importamos com isso é expressamente falsa e ofensiva a nós. Como você sabe melhor que qualquer um, acusações como essa são contrárias aos nossos valores. Não representa quem somos”, diz o início do e-mail de Cook, reproduzido pelo site de tecnologia 9to5Mac.
Apesar de não mencionar o diário americano, a fala do presidente da Apple representa uma posição, principalmente, em relação ao depoimento de Li Mingqi, ex-empregado da Foxconn que trabalhou na área de administração da fábrica. “A Apple nunca se preocupou com qualquer outra coisa a não ser melhorar a qualidade do produto e reduzir os custos de produção”, disse ele ao NYT. (A Foxconn é uma das principais parceiras da Apple na China e enfrenta constantes críticas quanto ao tratamento dado a seus funcionários. Nesta semana, o presidente da fábrica pediu desculpas por ter dito dar dor de cabeça gerenciar 1 milhão de animais.)
A matéria do New York Times apresenta graves casos de maus tratos e acidentes. Um deles é o de Lai Xiaodong, um jovem de 22 anos que consertava as máquinas da fábrica da Foxconn. Ele estava no Edifício A5 quando houve uma explosão na área em que os empregados poliam milhares de estojos de iPads por dia. “O rosto lambuzado, atingido pelo calor e a violência da explosão, deu lugar a uma pasta preta e vermelha no lugar da boca e nariz”, descreve a cena o jornal.
No e-mail aos funcionários, o presidente da Apple se dirige às muitas centenas de trabalhadores baseados nas fábricas fornecedoras da Apple e diz que sabe que eles se sentem indignados (com a notícia), assim como ele mesmo. A carta também se dirige a quem não trabalha próximo às fábricas, que “têm o direito de saber os fatos”.
Eis alguns trechos de Tim Cook:
- “Todos os anos nós inspecionamos mais fábricas (…). Como reportado no início deste mês, nós fizemos um grande progresso e melhoramos as condições para centenas de milhares de trabalhadores.”
- “Nós estamos atacando os problemas agressivamente, com a ajuda das maiores autoridades do mundo em segurança, meio ambiente e justiça do trabalho.”
- “No começo deste mês, nós abrimos nossa cadeia de fornecedores para avaliações independentes pela Associação da Justiça do Trabalho (Fair Labor Association).”
- “Nós estamos concentrados em educar os trabalhadores sobre seus direitos, para que eles tenham o poder de se manifestarem quando houver condições inseguras de trabalho ou tratamento injusto. Como você sabe, mais de um milhão de pessoas foram treinadas por nosso programa.”
- “O que nós não vamos fazer — nem nunca fizemos — é ficar parado ou fingir não enxergar os problemas na nossa cadeia de fornecedores. Vocês têm a minha palavra. Vocês podem acompanhar nossos avanços em apple.com/supplierresponsibility.”
O que se observa é uma empresa almejando lucro pois investidores o exigem. Essa é a economia de mercado, onde a produtividade tem que ser sempre otimizada. Isso se ensina nos bancos escolares, nos MBA's e outros.
Vejo que a industrialização atual não agrega empregos, apenas gera renda. Cada vez mais a indústria demite, isso se observa em todos os indicadores. São concedidos subsídios, doações e outras maravilhas do capital moderno, mas a geração de empregos e insignificante.
Talvez seja melhor estudar mais a fundo o caso, para que possamos ter em mente o que nos aguarda para um futuro próximo, talvez nos próximos meses...

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