Os presidentes das escolas de samba de São Paulo estavam reunidos no Anhembi no início da noite desta terça-feira (21) para resolver o que seria feito após a confusão no Sambódromo. A apuração do resultado do carnaval do Grupo Especial de São Paulo foi interrompida após um torcedor invadir a área onde ocorria a leitura das notas e rasgar os envelopes com a pontuação de dois últimos jurados no quesito comissão de frente.
O regulamento da liga das escolas de samba diz que será eliminada da disputa, e expulsa da liga, a escola que tiver qualquer membro ou dirigente com comportamento inadequado, seja na concentração, dispersão, durante o desfile ou na apuração. A Escola Mocidade Alegre tinha a maior pontuação entre as 13 escolas do Grupo Especial quando o anúncio das notas foi interrompido. A agremiação estava com 160 pontos e se recebesse mais uma nota dez, entre as duas restantes, seria campeã.
Paulo Sérgio Ferreira, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, afirmou que "tem escola que não sabe perder". "O jogo é jogado, a regra é clara. A escola vem na avenida, canta o samba errado e depois quer tirar o julgador de samba-enredo. Vamos ver se tem possibilidade de levantar as duas notas que faltam, se não tiver, vai se manter o resultado que se mantém até agora", afirmou o dirigente logo após a confusão que se estabeleceu durante a apuração no sambódromo do Anhembi, Zona Norte de São Paulo, na tarde desta terça-feira (21).
Ao final da apuração, quando faltavam apenas duas notas para serem divulgadas do último quesito, um integrante da escola Império da Casa Verde pulou a grade que separa a área entre os integrantes das escolas e a Liga. O homem chegou a roubar as notas que estavam sendo lidas e as rasgou. A escola estava até então em 11º lugar, ou seja, não estava sendo rebaixada - são 14 escolas e as duas últimas caem para o Grupo de Acesso.
Carro alegórico da escola Pérola Negra pegou fogo durante confusão na apuração dos desfiles das escolas de samba de São Paulo. (Foto: Bruno Azevedo/G1)
Torcedores jogaram cadeiras próximas da grade de proteção, que separava o público dos organizadores. Depois, o grupo saiu do sambódromo e ocupou a área da Marginal Tiête, seguindo em direção à Casa Verde. Pouco tempo depois integrantes da escola Gaviões da Fiel também invadiram a área. Mais tarde, carros alegóricos foram queimados. Um deles da Pérola Negra. A Mocidade Alegre liderava a disputa e precisava apenas de mais uma nota dez para ser considerada a campeã do carnaval paulista em 2012. A escola da Zona Verde já venceu por sete vezes.
Buscamos fazer frente à dita manifestação popular que bem dita ano passado, de popular não tem nada. Hoje temos bandos, oriundos de torcidas que se dizem organizadas, apenas para promover discórdia, agressão, arruaça. Se a polícia faz uma atuação contundente, podem ser acusados de agressores de pobres torcedores que estavam representando uma agremiação.
Gosto de futebol, mas tem anos que não reúno coragem de assistir um jogo no estádio, pois sei que irei me deparar com esses "torcedores". Escolas de samba, ao menos em São Paulo, acabam representando três grandes clubes de futebol, onde evita-se ao máximo o encontro pois o conflito é certeiro.
O Carnaval, como manifestação popular, se voltar às suas origens, talvez se volte para o povo, mas perderá o luxo e ostentação e deixará de render trocados a poucos que cultuam a hipocrisia da "festa". Devemos pensar um pouco no negócio como negócio, não com a visão romântica e ultrapassada que se perdeu faz tempo..
O Carnaval, como muitos propõe deixou de ser festa popular, e se tornou popularesco, algo que o povo apoia sem saber, massa de manobra, assim como agem os políticos. Seriam eles alguns dos integrantes das ditas "Escolas de Samba"? Pois é, eu gostava tanto disso, perdeu o encanto com quem está no comando, quem sabe se houver mudanças e banimentos mesmo...
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