6 – Sasha Grey
A queridinha Sasha Grey chegou ao topo rapidamente e, como é mundialmente famosa, lucrou muito fazendo filmes pornográficos. Hoje ela já não se dedica a esse tipo de entretenimento, mas trabalha como modelo e, inclusive, tem feito trabalhos como atriz para a TV. Atualmente ela tem um patrimônio de US$ 3 milhões.
5 – Jenna Haze
Jenna é a atriz que conseguiu destaque por aceitar qualquer tipo de desafio na hora de gravar seus filmes. A atriz recebeu muitos prêmios por seu desempenho e, claro, tem uma legião de fãs em todo o mundo. Hoje ela não trabalha mais atuando, mas já dirigiu 14 filmes pela companhia que fundou, a Jennaration X Studios. O patrimônio dela está estimado em US$ 3,7 milhões.
Meu olhar, uma forma de avaliar as notícias, não apenas como elas são fornecidas. Um pouco sobre quase tudo, buscando respeitar e não polemizar muito.
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sexta-feira, 31 de julho de 2015
quinta-feira, 30 de julho de 2015
02 - Atrizes pornos e seus ganhos - Economia
8 – Lisa Ann
Lisa começou a se apresentar como dançarina para ganhar uma grana extra, mas acabou entrando para o universo dos filmes pornográficos e, desde então, estrelou cerca de 340 filmes e hoje tem um patrimônio de US$ 2 milhões.
7 – Sunny Leone
A canadense Sunny começou como modelo, passou a trabalhar como atriz pornô e hoje é também empresária, já tendo participado de diferentes programas de TV e, inclusive, filmes “não adultos”, digamos assim. O patrimônio dela é estimado em US$ 2,5 milhões.
Lisa começou a se apresentar como dançarina para ganhar uma grana extra, mas acabou entrando para o universo dos filmes pornográficos e, desde então, estrelou cerca de 340 filmes e hoje tem um patrimônio de US$ 2 milhões.
7 – Sunny Leone
A canadense Sunny começou como modelo, passou a trabalhar como atriz pornô e hoje é também empresária, já tendo participado de diferentes programas de TV e, inclusive, filmes “não adultos”, digamos assim. O patrimônio dela é estimado em US$ 2,5 milhões.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
01 - Atrizes pornos e seus ganhos - Economia
Todo mundo sabe que o mercado de filmes pornográficos é bastante lucrativo, afinal a demanda para esse tipo de produção parece não diminuir – cof cof. Além disso, é cada vez mais comum que atrizes de filmes adultos interajam mais com seus fãs, escrevam sobre a carreira – como é o caso da incrível Stoya, que solta o verbo na Vice – e, claro, acabam faturando mais à medida que ficam cada vez mais populares.
O The Richest reuniu algumas celebridades do mundo da pornografia e, ao contrário do que acontece na maioria dos setores, a mulherada tem salários muito maiores do que os dos homens. Só para você ter ideia, homens ganham entre US$ 300 e US$ 1.000 por cena, enquanto as mulheres ganham entre US$ 500 e US$ 1.500.
10 – Nikki Benz
A loira está em último lugar na lista das dez que mais faturam e, só para você ter ideia, o patrimônio da atriz ucraniana está avaliado em US$ 1 milhão! Trabalhando desde os 18 anos, Nikki já fez mais de 180 vídeos.
9 – Asa Akira
Asa já fez mais de 300 filmes desde que deu início à carreira de atriz pornô. O patrimônio dela está avaliado em US$ 1,5 milhão. Em 2012, Asa se casou com o ator pornô Toni Ribas. No ano seguinte, recebeu o prêmio XRCO de Melhor Performance Feminina.
O The Richest reuniu algumas celebridades do mundo da pornografia e, ao contrário do que acontece na maioria dos setores, a mulherada tem salários muito maiores do que os dos homens. Só para você ter ideia, homens ganham entre US$ 300 e US$ 1.000 por cena, enquanto as mulheres ganham entre US$ 500 e US$ 1.500.
10 – Nikki Benz
A loira está em último lugar na lista das dez que mais faturam e, só para você ter ideia, o patrimônio da atriz ucraniana está avaliado em US$ 1 milhão! Trabalhando desde os 18 anos, Nikki já fez mais de 180 vídeos.
9 – Asa Akira
Asa já fez mais de 300 filmes desde que deu início à carreira de atriz pornô. O patrimônio dela está avaliado em US$ 1,5 milhão. Em 2012, Asa se casou com o ator pornô Toni Ribas. No ano seguinte, recebeu o prêmio XRCO de Melhor Performance Feminina.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Modelo que perdeu a perna, processa empresa de absorvente - Sociedade
Dificilmente você já ouviu falar desta síndrome chamada “choque tóxico” mas ela existe e foi suficiente para amputar a perna da modelo Lauren Wasser. A modelo californiana, de 27 anos, que perdeu a perna e quase morreu ao contrair esta síndrome rara reveleou à imprensa internacional que contraiu a doença por causa de um absorvente interno e está processando o fabricante. Em entrevista à revista “People”, que estará nas bancas na próxima semana, ela afirmou que não vai mais usar absorventes internos.
A marca em questão que Lauren se refere no processo é a Kotex Natural Balan. “Se eu soubesse que o choque tóxico era real, e se tivesse visto alguém que perdeu a perna ou tenha falado isso publicamente, eu nunca teria usado absorventes internos”, disse. Ela quer conscientizar outras meninas sobre os riscos do uso do produto. “Isso não é apenas sobre mim. É sobre o futuro, e é sobre essas meninas jovens que usam absorventes internos o tempo todo”, disse a modelo.
Em 2012, por causa da doença, ela teve falência de órgãos, um ataque cardíaco e desenvolveu gangrena na perna que resultou na amputação abaixo do joelho da perna direita e causou graves danos ao seu pé esquerdo. “Se as pessoas soubessem a dor que eu tive que passar, talvez eles fossem mais cautelosos e usariam absorventes normais, parariam de dormir com eles e cuidariam mais de si”, disse. Leia mais em: http://tr.im/C6imi
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Kalachi:a cidade do sono? - Comportamento
Não estamos falando só do vovozinho dormindo no sofá não... Já imaginou uma cidade inteira que só dorme, praticamente o dia todo, ou até por vários dias seguidos? Essa é precisamente a situação em Kalachi, que fica no noroeste do Cazaquistão.
A sonolência da cidade é tão grande, que seu nome se transformou em um termo técnico pra classificar esse fenômeno: “mal de Kalachi”! Os moradores locais não consigam evitar a sonolência e dormem por dias a fio, e quando estão acordados sofrem com tonturas e dificuldades para andar ou fazer qualquer tipo de atividade.
Foram muitos estudos pra tentar identificar as causas do problema, e mesmo assim, até hoje médicos e especialistas, não conseguem explicar o fenômeno. Mas uma nova pesquisa surgiu, e dá algumas pistas: recentemente descobriu-se que pelo menos 60 pessoas carregavam um líquido em seus cérebros, e os cientistas supõem que ele deve ser o responsável pela sonolência aguda na cidade.
Mas qual a origem desse líquido no cérebro? Bem, os especialistas já descartaram a hipótese dele ter sido causado por um vírus, e a teoria mais aceita atualmente é que o problema se deve a uma amarga herança do tempo em que o país fazia parte da União Soviética: as antigas minas radioativas de urânio da cidade, que fazem Kalachi ter um nível de radiação 16 vezes maior que o normal.
domingo, 26 de julho de 2015
03 - Sugar Daddy paga as contas - Comportamento/Sociedade
Thinkstock Photos
Presentes caros e viagens são rotina para algumas garotas que se relacionam com "pais ricos".
Catherine, de 21 anos, estuda Direito numa boa universidade britânica. Diz que, assim que iniciar seus estudos finais, deixará seu relacionamento. Ela elogiou seu "pai rico" Mark como "o homem mais carinhoso do mundo, que literalmente respeita todas as minhas decisões". Ele paga seu aluguel e taxas escolares. Disse ter deixado claro desde o começo que não gostaria de uma relação física com Mark. Mas ela admite que se sentiu ruim "por aceitar dinheiro e não dar nada em troca".
Concordou, então, com um relacionamento físico e, logo depois, viu sua remuneração subir de 700 libras para 1,2 mil libras por mês. "Ele quer que eu seja de uma certa maneira. Ele quer que eu faça várias coisas para ele, fisicamente e mentalmente", reclama. "Mas ele é tão generoso para mim. Você sabe, é dinheiro fácil".
Por outro lado, Raquel, de 21 anos, vê a situação como perigosa. Uma tímida estudante de idiomas em outra prestigiada universidade, ela se inscreveu num site de relacionamentos sugar enquanto ainda estava no colégio, após ouvir seus pais discutindo por dinheiro. Viu nessa saída uma "maneira rápida de conseguir dinheiro sem ter que fazer muito".
Seu primeiro encontro terminou de maneira brutal após o homem com quem havia saído tê-la levado a um estacionamento e tentado violentá-la. Mas a necessidade em conseguir dinheiro levou-a a tentar novamente. Por 18 meses, Rachel encontrou-se com um homem de cerca de 50 anos. Nunca dormiu com ele.
"Ele era solteiro e um pouco velho e não tinha nenhum amigo", diz. "Ele só queria companhia porque estava muito sozinho. Ele me dava 100 libras e saíamos para jantar. Ele também me ajudava a comprar livros".
Rachel terminou a relação não porque ele estava exigindo mais dela, mas por sentir estar explorando-o. Quando fala sobre isso, está claramente tentando controlar as lágrimas. "Gostava dele como pessoa e me senti como se estivesse tirando vantagem".
Presentes caros e viagens são rotina para algumas garotas que se relacionam com "pais ricos".
Catherine, de 21 anos, estuda Direito numa boa universidade britânica. Diz que, assim que iniciar seus estudos finais, deixará seu relacionamento. Ela elogiou seu "pai rico" Mark como "o homem mais carinhoso do mundo, que literalmente respeita todas as minhas decisões". Ele paga seu aluguel e taxas escolares. Disse ter deixado claro desde o começo que não gostaria de uma relação física com Mark. Mas ela admite que se sentiu ruim "por aceitar dinheiro e não dar nada em troca".
Concordou, então, com um relacionamento físico e, logo depois, viu sua remuneração subir de 700 libras para 1,2 mil libras por mês. "Ele quer que eu seja de uma certa maneira. Ele quer que eu faça várias coisas para ele, fisicamente e mentalmente", reclama. "Mas ele é tão generoso para mim. Você sabe, é dinheiro fácil".
Por outro lado, Raquel, de 21 anos, vê a situação como perigosa. Uma tímida estudante de idiomas em outra prestigiada universidade, ela se inscreveu num site de relacionamentos sugar enquanto ainda estava no colégio, após ouvir seus pais discutindo por dinheiro. Viu nessa saída uma "maneira rápida de conseguir dinheiro sem ter que fazer muito".
Seu primeiro encontro terminou de maneira brutal após o homem com quem havia saído tê-la levado a um estacionamento e tentado violentá-la. Mas a necessidade em conseguir dinheiro levou-a a tentar novamente. Por 18 meses, Rachel encontrou-se com um homem de cerca de 50 anos. Nunca dormiu com ele.
"Ele era solteiro e um pouco velho e não tinha nenhum amigo", diz. "Ele só queria companhia porque estava muito sozinho. Ele me dava 100 libras e saíamos para jantar. Ele também me ajudava a comprar livros".
Rachel terminou a relação não porque ele estava exigindo mais dela, mas por sentir estar explorando-o. Quando fala sobre isso, está claramente tentando controlar as lágrimas. "Gostava dele como pessoa e me senti como se estivesse tirando vantagem".
sábado, 25 de julho de 2015
02 - Sugar Daddy paga as contas - Comportamento/Sociedade
Garotas dizem que mesadas são usadas para ajudar a pagar por estudos e que nem sempre relacionamentos envolvem sexo. Mary, mãe de Freya, não parecia incomodada pelas decisões da filha. "Na verdade, eu tenho muito orgulho dela", diz Mary. "Acho que é uma coisa muito valente de se fazer e estou feliz que ela me consultou. Claro que meus amigos foram bem contra".
Mas o dinheiro faltava na família, diz a mãe, divorciada e com outros filhos que também iriam à universidade. "Assim que eu vi que Freya estava realmente feliz e gostava do que fazia, não vi nenhum problema e achei que isso era uma boa solução. Todas as crianças nascem com talentos. Minha família nasceu com beleza e atrativo sexual. É como uma commodity".
Sites de relacionamentos que intermedeiam contatos com "sugar daddies" não definem suas atividades como um serviço de venda sexual, já que isso os colocaria sob risco do ponto de vista legal. Mas só os mais ingênuos não percebem a real finalidade destes espaços.
"Inscreva-se na Universidade Sugar Baby hoje e consiga um patrocinador generoso que pague sua educação", diz uma voz feminina num anúncio online.
Angela Jacob Bermudo é diretora de imprensa desta página. "Não acredito que (os usuários) esperem por sexo. Diria que aspiram por ele. "Uma 'sugar baby' conquista estabilidade financeira com uma mesada", diz Angela. "E (ganha) um mentor e oportunidades de networking. Na Grã-Bretanha, estudantes são quem mais procuram este tipo de serviços".
A 'sugar baby' Alana, de 28 anos, ri. "São as jovens garotas que têm o poder! Eu tenho o poder". Ela considera esta atividade como um parque de diversões para adultos. "Perdi a conta do número de bolsas Louis Vuitton, das férias - Nova York, as Bahamas".
Alana diz que, atualmente, tem 13 "pais ricos", mas que chegou a ter ao menos 40 durante os anos. Quase todos são investidores. Ela diz ter dormido com apenas três deles. "Sempre termino ganhando aquilo que quero. E esta é a grande razão de tudo isso. Você tem que saber jogar este jogo".
A jovem, entretanto, diz sentir falta de um namorado. "Às vezes você se sente sozinha. À noite, enquanto assiste a um filme, e gostaria da companhia de alguém. Não só um homem, mas seu parceiro, seu namorado. Mas isso seria bom o bastante para mim agora? Seria satisfatório?"
Mike, de 38 anos, trabalha em tecnologia digital e diz não ter tempo para encontrar uma parceira. Assim, nos últimos três anos, optou por estes relacionamentos. Paga sua atual companheira 2 mil libras, além de 1 mil libras em compras. Ele, agora, dá de costas para relacionamentos tradicionais. "Já passei por isso, tentei, fiz... Estou dando dinheiro para alguém que está decidida a ter um certo tipo de relacionamento. Há expectativas de ambos os lados", diz ele, que se define solteiro.
Mike espera ter relações sexuais com a mulher a quem paga. Gosta que seus relacionamentos sejam monogâmicos e de longa duração e fala de forma carinhosa sobre as garotas com quem está. "O máximo que eu gastei num relacionamento foi cerca de 40 mil libras (cerca de R$ 195 mil)", disse. "Por um fim de semana". Ele admite ter se decepcionado com relacionamentos anteriores nos quais meninas não lhe foram agradecidas. Mas diz que nunca se sentiu usado. "Vejo meus pais: eles têm 70 anos e estão casados há mais de 50. Até hoje, meu pai coloca dinheiro na conta da minha mãe toda semana. Qual a diferença?"
sexta-feira, 24 de julho de 2015
01 - Sugar Daddy paga as contas - Comportamento/Sociedade
Jovens contam detalhes sobre relacionamentos com 'sugar daddies', como são conhecidos homens mais velhos que, pela internet, se oferecem para ajudar com 'mesadas'.
Thinkstock Photos
Relacionamentos "sugar daddy" são facilitados por páginas na internet. É uma tendência em alta na Grã-Bretanha: mulheres buscam homens maduros e economicamente saudáveis que lhes ofereçam dinheiro para bancar estudos ou dar "mesadas" em troca de uma relação - os chamados"sugar daddy". Estas relações são conhecidas como "mutuamente benéficas" ou "transacionais". Mas seria a busca por um "pai rico" uma forma aceita socialmente para se referir ao trabalho sexual?
Freya tem 22 anos. Veste uma calça de academia e uma camiseta gasta. Se expressa de forma natural e confiante. A jovem decidiu começar a dormir com homens mais velhos em troca de dinheiro ainda na universidade. "Eu amo sexo", diz Freya. "E, você sabe, eu sou muito boa nisso. Então, conquistar um 'sugar daddy', ou dois, foi uma decisão fácil".
Ela é uma das muitas estudantes na Grã-Bretanha que, cercadas por dívidas, se tornaram "sugar babies": jovens mulheres que aceitam relações com homens mais velhos e ricos em troca de dinheiro e presentes.
"Meu 'sugar daddy' casado me deu cerca de 1 mil libras (cerca de R$ 4,8 mil) por uma noite. Ele estava interessado apenas em sexo. Já o meu 'sugar daddy'divorciado me dava entre 1 mil e 2 mil libras como mesada", diz.
Ela diz ter trabalhado duro para pagar as contas durante a universidade. "Trabalhava em dois empregos durante meu primeiro ano. Era horrível - ganhava 5 libras (cerca de R$ 24) por hora trabalhando num bar e isso estava atrapalhando meus estudos".
Apesar de reconhecer que o que fazia era um trabalho sexual, Freya diz acreditar que sempre manteve certo grau de controle. "Eram homens muito atraentes - eu escolhi com muito cuidado. Sim, na verdade, é prostituição, mas acho que existe um estigma ridículo ligado a esta palavra".
quinta-feira, 23 de julho de 2015
03 - O silicone e as transformações: Um caminho? - Saúde/Sociedade
Luiz Paulo ri da confusão, mas muita gente que sabe que ele tem clientes trans e travestis conclui que ele faça cirurgia de readequação sexual. Ele não faz, nunca fez e não saberia fazer sozinho uma cirurgia de mudança de sexo. "Só assisti uma cirurgia desse tipo uma vez, por curiosidade, na clínica de um colega na Bélgica", esclarece (mais sobre isso mais para frente). O que ele faz sim, e bastante, é a cirurgia de feminilização do rosto, que significa transformar um rosto masculino no mais próximo possível de um feminino. "É como um lifting (no literal do inglês, "levantamento", cirurgia para reverter o efeito da flacidez e "levantar" a musculatura) feito com características especiais para deixar mais feminino o rosto masculino.Divulgação - A drag queen RuPaul e os traços feminilizados do rosto: nariz afinado, olhos e sobrancelhas levantados, maxilar suavizado
“O rosto masculino tem algumas particularidades. Os cantos dos olhos são em geral mais baixos, assim como as sobrancelhas. Na feminilização, mexo na posição dos olhos e levanto as sobrancelhas. O custo começa em R$ 30.000,00, com modificações nos olhos, nariz, bochechas. Vai aumentando se incluir a raspagem do pomo de adão, a diminuição da testa, implante de cabelo, implante de silicone sólido no queixo ou alguma outra necessidade específica. "O rosto masculino tem algumas particularidades. Os cantos dos olhos são em geral mais baixos, assim como a sobrancelha. Na feminilização, mexo na posição dos olhos e levanto as sobrancelhas", explica. "O crânio masculino tem uma formação óssea em cima dos olhos que forma uma espécie de degrau na testa, arredondar isso é muito mais feminino. Em alguns casos é preciso mexer na parte óssea para diminuir o maxilar ou o queixo", continua.
"A testa grande é muito mais comum nos homens, posso diminuir cirurgicamente e posteriormente complementar com implante de cabelo. O nariz masculino é menos delicado que o feminino, mexer no nariz quase sempre dá resultado. Em alguns casos retiro uma formação gordurosa que se encontra na região mole da bochecha para afinar o rosto." Para subir a maçã do rosto ele usa prótese de silicone sólido. Para quem tem o queixo muito pequeno, outra prótese do mesmo tipo é indicada.
Luiz Paulo diz que esta é uma cirurgia difícil e trabalhosa, que dura em torno de quatro horas. Ele a realiza na clínica própria, no Itaim Bibi, ou em qualquer hospital da escolha da paciente.
Reprodução - Chaz Bono, filho trans da Cher, era Chastity, à esquerda. Ele fez a 'cirurgia do poder', que custa 480 mil reais
A cirurgia que Luiz Paulo assistiu na Bélgica, na cidade universitária de Ghent, foi feita em um homem trans, para transformar sua genitália feminina em masculina, com prótese de pênis. "Vi meu colega transformar uma mulher em homem", lembra.
Segundo ele, a intervenção foi realizada em três etapas. "Na primeira, são retirados os peitos e o útero, e se fecha a vagina. Os grandes lábios vaginais permanecem, é a partir deles que se faz os sacos escrotais." Na segunda fase, ele viu o médico fazer um corte em formato de retângulo no antebraço do paciente e retirar um pedaço subcutâneo e a pele do local. Com essa parte retirada do braço é feito um cilindro, em que se ligam vasos, veias e artérias para irrigar e se recolocam nervos. "Fica igualzinho a uma glande", diz ele. Então se faz a recanalização da uretra, para a pessoa conseguir fazer xixi com o novo órgão. Essa fase da cirurgia dura cerca de 12 horas.
Segundo Luiz Paulo, no mundo dos transexuais estrangeiros essa cicatriz no braço em forma de retângiulo é símbolo do poder maior, sinal de que o homem trans tem um pênis e que gastou 150.000 euros na cirurgia (cerca de 480 mil reais). "O filho da Cher tem uma", conta.
A terceira fase, feita depois da cicatrização dos procedimentos anteriores, é a colocação da prótese. As opções são as mesmas utilizadas para um homem que tem problemas de ereção; a prótese pode ser inflável ou dobrável.
“O rosto masculino tem algumas particularidades. Os cantos dos olhos são em geral mais baixos, assim como as sobrancelhas. Na feminilização, mexo na posição dos olhos e levanto as sobrancelhas. O custo começa em R$ 30.000,00, com modificações nos olhos, nariz, bochechas. Vai aumentando se incluir a raspagem do pomo de adão, a diminuição da testa, implante de cabelo, implante de silicone sólido no queixo ou alguma outra necessidade específica. "O rosto masculino tem algumas particularidades. Os cantos dos olhos são em geral mais baixos, assim como a sobrancelha. Na feminilização, mexo na posição dos olhos e levanto as sobrancelhas", explica. "O crânio masculino tem uma formação óssea em cima dos olhos que forma uma espécie de degrau na testa, arredondar isso é muito mais feminino. Em alguns casos é preciso mexer na parte óssea para diminuir o maxilar ou o queixo", continua.
"A testa grande é muito mais comum nos homens, posso diminuir cirurgicamente e posteriormente complementar com implante de cabelo. O nariz masculino é menos delicado que o feminino, mexer no nariz quase sempre dá resultado. Em alguns casos retiro uma formação gordurosa que se encontra na região mole da bochecha para afinar o rosto." Para subir a maçã do rosto ele usa prótese de silicone sólido. Para quem tem o queixo muito pequeno, outra prótese do mesmo tipo é indicada.
Luiz Paulo diz que esta é uma cirurgia difícil e trabalhosa, que dura em torno de quatro horas. Ele a realiza na clínica própria, no Itaim Bibi, ou em qualquer hospital da escolha da paciente.
Reprodução - Chaz Bono, filho trans da Cher, era Chastity, à esquerda. Ele fez a 'cirurgia do poder', que custa 480 mil reais
A cirurgia que Luiz Paulo assistiu na Bélgica, na cidade universitária de Ghent, foi feita em um homem trans, para transformar sua genitália feminina em masculina, com prótese de pênis. "Vi meu colega transformar uma mulher em homem", lembra.
Segundo ele, a intervenção foi realizada em três etapas. "Na primeira, são retirados os peitos e o útero, e se fecha a vagina. Os grandes lábios vaginais permanecem, é a partir deles que se faz os sacos escrotais." Na segunda fase, ele viu o médico fazer um corte em formato de retângulo no antebraço do paciente e retirar um pedaço subcutâneo e a pele do local. Com essa parte retirada do braço é feito um cilindro, em que se ligam vasos, veias e artérias para irrigar e se recolocam nervos. "Fica igualzinho a uma glande", diz ele. Então se faz a recanalização da uretra, para a pessoa conseguir fazer xixi com o novo órgão. Essa fase da cirurgia dura cerca de 12 horas.
Segundo Luiz Paulo, no mundo dos transexuais estrangeiros essa cicatriz no braço em forma de retângiulo é símbolo do poder maior, sinal de que o homem trans tem um pênis e que gastou 150.000 euros na cirurgia (cerca de 480 mil reais). "O filho da Cher tem uma", conta.
A terceira fase, feita depois da cicatrização dos procedimentos anteriores, é a colocação da prótese. As opções são as mesmas utilizadas para um homem que tem problemas de ereção; a prótese pode ser inflável ou dobrável.
quarta-feira, 22 de julho de 2015
02 - O silicone e as transformações: Um caminho? - Saúde/Sociedade
Essa parte do portfólio, que continuamos não podendo mostrar aqui por conta do acordo de confidencialidade médica, é assustadora. Tem pernas com manchas pretas de necrose, com manchas vermelhas provocadas por infecção, buracos, bumbuns deformados (imagina um bumbum em que a linha que divide os glúteos não é uma reta e sim um "S"?), rostos em que (o que um dia foi) a maçã veio parar no maxilar. "Tem silicone que foi colocado nas nádegas e desce até o pé, que fica parecendo um pé de elefante", conta Luiz Paulo.Reprodução - Foto anônima de mulher que teve problema com silicone injetável, que causou danos. Nesse caso, a prótese foi colocada na pele, e não no músculo
"Nos anos 60, as mulheres chegaram a colocar parafina nos seios e nádegas. Antes de operar para tirar silicone, já operei para tirar parafina do corpo delas", conta Luiz Paulo. "Tirei de mulheres e apareceram por acaso as travestis, muitas delas estrangeiras. Tenho clientes suíças, francesas, italianas, americanas", diz ele, que operou a cantora trans portuguesa Patrícia Ribeiro, que chegou à sua clínica com rosto e bumbuns deformados por uso de silicone.
"Muitas vezes, quem injeta são leigos, uns nos outros. Tem enfermeira que é especialista em silicone, PMMA e hidrogel. Nada disso você deve colocar no corpo." Para injetar no rosto, a única coisa que ele indica é o ácido hiarulônico, que faz preenchimento de vincos, rugas e aumento dos lábios de forma temporária, e o corpo vai naturalmente absorvendo a substância, até que seja preciso aplicar outra vez.
Reprodução - Outra foto anônima mostra deformação provocada por silicone injetável aplicado no bumbum
“Muitas vezes, quem injeta são leigos, uns nos outros. Tem enfermeira que é especialista em silicone, PMMA e hidrogel. Nada disso você deve colocar no corpo
Segundo ele, o silicone é proibido no Brasil, mas o uso do PMMA, que tem efeito semelhante, foi autorizado anos atrás. Para tirar parcialmente o material que se moveu, deformou, endureceu, causou inflamação ou alergia, são necessárias diversas cirurgias. "Tem que abrir e raspar seguidas vezes, a pessoa fica com diversas cicatrizes. A gente toma todo o cuidado do mundo, mas cada pessoa tem um processo de cicatrização diferente. Nunca dá para tirar 100%, principalmente do que está dentro do músculo."
"Nos anos 60, as mulheres chegaram a colocar parafina nos seios e nádegas. Antes de operar para tirar silicone, já operei para tirar parafina do corpo delas", conta Luiz Paulo. "Tirei de mulheres e apareceram por acaso as travestis, muitas delas estrangeiras. Tenho clientes suíças, francesas, italianas, americanas", diz ele, que operou a cantora trans portuguesa Patrícia Ribeiro, que chegou à sua clínica com rosto e bumbuns deformados por uso de silicone.
"Muitas vezes, quem injeta são leigos, uns nos outros. Tem enfermeira que é especialista em silicone, PMMA e hidrogel. Nada disso você deve colocar no corpo." Para injetar no rosto, a única coisa que ele indica é o ácido hiarulônico, que faz preenchimento de vincos, rugas e aumento dos lábios de forma temporária, e o corpo vai naturalmente absorvendo a substância, até que seja preciso aplicar outra vez.
Reprodução - Outra foto anônima mostra deformação provocada por silicone injetável aplicado no bumbum
“Muitas vezes, quem injeta são leigos, uns nos outros. Tem enfermeira que é especialista em silicone, PMMA e hidrogel. Nada disso você deve colocar no corpo
Segundo ele, o silicone é proibido no Brasil, mas o uso do PMMA, que tem efeito semelhante, foi autorizado anos atrás. Para tirar parcialmente o material que se moveu, deformou, endureceu, causou inflamação ou alergia, são necessárias diversas cirurgias. "Tem que abrir e raspar seguidas vezes, a pessoa fica com diversas cicatrizes. A gente toma todo o cuidado do mundo, mas cada pessoa tem um processo de cicatrização diferente. Nunca dá para tirar 100%, principalmente do que está dentro do músculo."
terça-feira, 21 de julho de 2015
01 - O silicone e as transformações: Um caminho? - Saúde/Sociedade
Experiente em cirurgias de retirada de silicone, o dr. Luiz Paulo Barbosa socorre trans e travestis com intervenções de feminilização do rosto ou para consertar procedimentos anteriores
Reprodução
A cantora trans portuguesa Patricia Ribeiro é uma das pacientes trans satisfeitas com a intervenção do cirurgião brasileiro Luiz Paulo Barbosa. "Meu rosto estava deformado", diz ela
O portfólio do dr. Luiz Paulo Barbosa mostra muitas daquelas cenas irresistíveis de antes e depois: um nariz grande que virou arrebitado, um bumbum murcho que ficou redondo, uma cintura reta que ganhou curvas, peitos caídos que voltaram a ser jovens. A maioria de suas pacientes são mulheres que o procuram principalmente para fazer lipoaspiração, cirurgia que ele próprio introduziu no Brasil em 1982, ou colocar prótese de mama.
“O silicone faz um mal terrível. Se não der problema em seis meses, dá em um ano, em 12, em 20. Um dia vai dar. Mesmo que o resultado fique lindo no começo, uma hora vai ter alguma consequência
Mas ele tem uma outra realidade em sua clínica paulistana: transgêneros que o consultam para fazer feminilização do rosto ou para consertar procedimentos anteriores, na maior parte das vezes problemas decorrentes do uso de silicone. "O silicone faz um mal terrível. Se não der problema em seis meses, dá em um ano, em 12, em 20. Um dia vai dar", diz ele, que condena completamente o uso de silicone injetável para procedimentos estéticos. "Mesmo que o resultado fique lindo no começo, uma hora vai ter alguma consequência", diz ele.
Patrícia Ribeiro com dois modelos e a modelo trans Thalita Zampirolli na gravação de seu clipe. Foto: Divulgação
Reprodução
A cantora trans portuguesa Patricia Ribeiro é uma das pacientes trans satisfeitas com a intervenção do cirurgião brasileiro Luiz Paulo Barbosa. "Meu rosto estava deformado", diz ela
O portfólio do dr. Luiz Paulo Barbosa mostra muitas daquelas cenas irresistíveis de antes e depois: um nariz grande que virou arrebitado, um bumbum murcho que ficou redondo, uma cintura reta que ganhou curvas, peitos caídos que voltaram a ser jovens. A maioria de suas pacientes são mulheres que o procuram principalmente para fazer lipoaspiração, cirurgia que ele próprio introduziu no Brasil em 1982, ou colocar prótese de mama.
“O silicone faz um mal terrível. Se não der problema em seis meses, dá em um ano, em 12, em 20. Um dia vai dar. Mesmo que o resultado fique lindo no começo, uma hora vai ter alguma consequência
Mas ele tem uma outra realidade em sua clínica paulistana: transgêneros que o consultam para fazer feminilização do rosto ou para consertar procedimentos anteriores, na maior parte das vezes problemas decorrentes do uso de silicone. "O silicone faz um mal terrível. Se não der problema em seis meses, dá em um ano, em 12, em 20. Um dia vai dar", diz ele, que condena completamente o uso de silicone injetável para procedimentos estéticos. "Mesmo que o resultado fique lindo no começo, uma hora vai ter alguma consequência", diz ele.
Patrícia Ribeiro com dois modelos e a modelo trans Thalita Zampirolli na gravação de seu clipe. Foto: Divulgação
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Espuma de alumínio em automóveis - Economia/Tecnologia
A espuma de alumínio é um material muito resistente. Possui um peso menor que o da fibra de vidro, e é ótima na absorção de impactos e ruídos. Por tais motivos, esse material deve ser, muito em breve, incorporado em automóveis e trens.
Criada em 1968, a espuma de alumínio não possuía aplicações em escala industrial devido ao alto custo da matéria-prima (alumínio) e à dificuldade que envolvia o processo de moldagem. Entretanto, recentemente os engenheiros do Fraunhofer Institute e do Voith Engineering Services desenvolveram uma nova técnica de produção desse material, só que com um baixo custo. O processo ocorre durante a criação do bloco, em que bolhas de ar se formam enquanto o alumínio derretido adquire o formato do molde.
De acordo com o Dr. Thomas Hipke, chefe de construção leve do Fraunhofer Institute, o custo do material diminuiu em 60% com a utilização desse novo processo. O material é feito como um sanduíche, no qual duas camadas de alumínio com dois milímetros de diâmetro são preenchidas com uma camada de 25 milímetros de "espuma", que na verdade é um composto de baixa densidade de magnésio, silicone, ferro e alumínio preenchido com ar. As camadas são unidas a partir da ligação metálica, que é a atração eletrostática dos elétrons carregados negativamente e dos íons carregados positivamente, evitando assim o uso de cola.
O material, se usado em partes mais críticas de ruptura da carroceria dos automóveis, poderia deixar um carro compacto até 20 quilos mais leve, além de aumentar a rigidez da carroceria em cerca de 10%. Essa diferença de peso levaria a uma diminuição do gasto de combustível utilizado pelo automóvel. Além disso, o material é 100% reciclável, atóxico, resistente ao fogo e um excelente isolante acústico. Nos trens de alta velocidade, a espuma de alumínio tornaria a carroceria mais leve e mais resistente aos impactos, se comparada à fibra de vidro que compõe a carroceria dos mesmos atualmente.
Apesar de não sofrer grandes impactos, os trens são suscetíveis a impactos contínuos por pequenos objetos como pedras, garrafas e pássaros. Colisões com os animais de penas são bastante comuns e causam grandes danos aos trens e perigo aos passageiros. Em 2013, um trem de alta velocidade em rota para Pequim, na China, foi obrigado a parar depois de uma colisão direta com um pássaro no exterior da carroceria.
Em testes de colisão, a espuma de alumínio absorveu o impacto e protegeu os passageiros de colisões secundárias na estrutura do automóvel. "Lesões na cabeça foram notavelmente reduzidas em uma batida bastante grave", disse o Dr. Hipke.
domingo, 19 de julho de 2015
Japão planeja construir maior usina solar flutuante do mundo - Tecnologia
A energia solar é uma das fontes de energia alternativa mais promissoras. Apesar de poucos saberem, a aplicação dela a partir de painéis solares pode se dar de formas bem variadas. Um dos problemas da energia solar é a grande área em que deve ser utilizada para sua captação, por isso uma nova ideia promete ser a solução para esse problema: mover as instalações das usinas de energia solar para a água.
Até o momento, Reino Unido, Austrália, Itália e Índia já possuem planos para a instalação de usinas solares flutuantes. Mas é no Japão em que o maior desses planos está pronto para se tornar realidade.
No local escolhido, o reservatório Yakamura Dan na cidade de Ichihara, as empresasKyocera Corporation, Century Tokyo Leasing Corporation e a Ciel et Terre planejam construir a maior usina solar flutuante do mundo. O projeto de 50 mil módulos de painéis solares instalados em uma área de 180 quilômetros quadrados irá gerar 15.635 megawatts-horas de eletricidade por ano, o que é suficiente para abastecer cerca de cinco mil casas pelo mesmo período.
A principal vantagem de construir uma usina de energia solar na água é que não é necessária a sua construção na terra, deixando o lugar livre para sua preservação ou para outros usos, como agricultura e moradia. Essa ideia é perfeita para o Japão, que não possui um vasto território, no entanto, não se pode simplesmente colocar milhares de painéis fotovoltaicos na água de uma hora pra outra.
Na construção da usina, deve-se levar em conta diversos problemas, como a corrosão e desastres naturais, principalmente no Japão, um país suscetível a terremotos, tufões, deslizamentos e maremotos. Para aguentar tudo isso, o equipamento passou por vários testes, incluindo a sua avaliação em um túnel de vento que simulava as condições de um furacão.
Além disso, os painéis solares devem cumprir com algumas regulações ambientais devido ao seu impacto na natureza. O material utilizado em sua composição é um polietileno de alta densidade que é 100% reciclável e resiste aos raios ultravioletas e à corrosão. O projeto também irá causar um impacto no ambiente em que vai ser inserido, modificando a taxa de infiltração dos raios solares na água, tornando-a mais escura e fria, podendo assim afetar o crescimento das algas, fonte de alimentação de diversos seres vivos aquáticos.
Com mais de ⅔ da superfície da Terra coberta por água, a ideia de construir usinas solares nela parece muito plausível. Contudo, a utilização dessa tecnologia nos oceanos ainda é um sonho distante devido a diversas variações, como ondas e mudanças nos níveis de água, que iriam interferir e causar danos aos painéis.
sábado, 18 de julho de 2015
Palmitato de retinol: bom para os olhos, ruim para a pele - Saúde
É preciso tomar cuidado com palmitato de retinol nos protetores solares, pois ele pode trazer mais riscos do que benefícios
Quando você pensa em vitamina A, o que passa pela sua cabeça? Cenoura? Benefícios à visão? Certo, mas você sabia que ela também pode estar relacionada a potenciais problemas à saúde por ser componente de protetores solares? Para entender a questão, em primeiro lugar, é necessário compreender um pouco mais sobre algumas substâncias.
O palmitato de retinol (retinyl palmitate, em inglês) é uma das formas encontradas do retinol. Por sua vez, o retinol é um micronutriente derivado da vitamina A e pertencente à classe das vitaminas lipossolúveis. Ele é necessário para um bom funcionamento dos olhos, para o crescimento e desenvolvimento de crianças, participa na defesa do organismo, ajudando a manter úmidas as mucosas (cobertura interna do corpo que recobre alguns órgãos como nariz, garganta, boca, olhos, estômago e que funcionam como uma barreira contra vírus e bactérias).
Estudos mais recentes mostram que a vitamina A age como um antioxidante (combate os radicais livres que aceleram o envelhecimento e estão associados a algumas doenças).
A falta dessa vitamina, além de causar cegueira noturna, isto é, a dificuldade de enxergar bem na penumbra, pode proporcionar alterações na pele, aumento da gravidade de infecções e problemas no crescimento em crianças.
A vitamina A pode ser encontrada naturalmente em certos alimentos como os vegetais folhosos verdes escuros (espinafre), vegetais amarelos (abóbora e cenoura), frutas não cítricas amarelas e laranjas (mangas, pêssego e mamão).
Nos produtos cosméticos, a vitamina A começou a ser empregada por se acreditar que ela atua de forma a retardar o envelhecimento da pele, devido ao seu poder antioxidante. Os derivados da vitamina A, se bem utilizados, não causam problemas à saúde, porém algumas preocupações sobre o uso do palmitato de retinol nos cremes para o corpo e sua exposição aos raios solares surgiram após uma publicação do National Toxicology Program (NTP) sobre o uso dessas substâncias - particularmente, do emprego delas na composição de protetores solares.
De acordo com o estudo, o palmitato de retinol contido nos protetores solares pode aumentar a taxa de crescimento do câncer de pele. O efeito carcinogênico se deve ao fato do palmitato de retinol formar radicais livres na presença da radiação solar, devido aos raios UVA e UVB e, dessa forma, esses radicais acabam comprometendo a estrutura do DNA, podendo levar ao câncer.
Atualmente, a Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que fiscaliza e autoriza o comércio de alimentos e cosméticos, argumenta que mais estudos são necessários sobre o tema.
No Brasil, de modo geral, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estipula que a vitamina A, na forma de retinol, seja usada nas preparações cosméticas com uma concentração máxima de 10 mil UI (3 mil microgramas) de vitamina A por grama de produto acabado.
Qualquer dúvida sobre a segurança em usar algum tipo de protetor solar, consulte um dermatologista e evite produtos que contenham em sua composição o palmitato de retinol e os derivados do retinol.
Quando você pensa em vitamina A, o que passa pela sua cabeça? Cenoura? Benefícios à visão? Certo, mas você sabia que ela também pode estar relacionada a potenciais problemas à saúde por ser componente de protetores solares? Para entender a questão, em primeiro lugar, é necessário compreender um pouco mais sobre algumas substâncias.
O palmitato de retinol (retinyl palmitate, em inglês) é uma das formas encontradas do retinol. Por sua vez, o retinol é um micronutriente derivado da vitamina A e pertencente à classe das vitaminas lipossolúveis. Ele é necessário para um bom funcionamento dos olhos, para o crescimento e desenvolvimento de crianças, participa na defesa do organismo, ajudando a manter úmidas as mucosas (cobertura interna do corpo que recobre alguns órgãos como nariz, garganta, boca, olhos, estômago e que funcionam como uma barreira contra vírus e bactérias).
Estudos mais recentes mostram que a vitamina A age como um antioxidante (combate os radicais livres que aceleram o envelhecimento e estão associados a algumas doenças).
A falta dessa vitamina, além de causar cegueira noturna, isto é, a dificuldade de enxergar bem na penumbra, pode proporcionar alterações na pele, aumento da gravidade de infecções e problemas no crescimento em crianças.
A vitamina A pode ser encontrada naturalmente em certos alimentos como os vegetais folhosos verdes escuros (espinafre), vegetais amarelos (abóbora e cenoura), frutas não cítricas amarelas e laranjas (mangas, pêssego e mamão).
Nos produtos cosméticos, a vitamina A começou a ser empregada por se acreditar que ela atua de forma a retardar o envelhecimento da pele, devido ao seu poder antioxidante. Os derivados da vitamina A, se bem utilizados, não causam problemas à saúde, porém algumas preocupações sobre o uso do palmitato de retinol nos cremes para o corpo e sua exposição aos raios solares surgiram após uma publicação do National Toxicology Program (NTP) sobre o uso dessas substâncias - particularmente, do emprego delas na composição de protetores solares.
De acordo com o estudo, o palmitato de retinol contido nos protetores solares pode aumentar a taxa de crescimento do câncer de pele. O efeito carcinogênico se deve ao fato do palmitato de retinol formar radicais livres na presença da radiação solar, devido aos raios UVA e UVB e, dessa forma, esses radicais acabam comprometendo a estrutura do DNA, podendo levar ao câncer.
Atualmente, a Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que fiscaliza e autoriza o comércio de alimentos e cosméticos, argumenta que mais estudos são necessários sobre o tema.
No Brasil, de modo geral, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estipula que a vitamina A, na forma de retinol, seja usada nas preparações cosméticas com uma concentração máxima de 10 mil UI (3 mil microgramas) de vitamina A por grama de produto acabado.
Qualquer dúvida sobre a segurança em usar algum tipo de protetor solar, consulte um dermatologista e evite produtos que contenham em sua composição o palmitato de retinol e os derivados do retinol.
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Pastor antigay é flagrado em aplicativo para encontros gays procurando parceiro - Religiosidade/Sociedade
Reprodução/Queerty
Reverendo de Michigan, nos EUA, que se dizia contra os homossexuais e transexuais, foi flagrado utilizando o aplicativo para encontros gays Grindr
O pastor Matt Makela parece ter algumas explicações para dar aos seus fiéis. O reverendo de Michigan, nos EUA, que se dizia contra os homossexuais e transexuais, foi flagrado utilizando o aplicativo para encontros gays Grindr, de acordo com o site norte-americano Queerty, que publicou fotos do perfil do pastor.
No perfil do pastor, que é casado e pai de cinco filhos, ele se descrevia como alguém que "gosta de transar pelado, fazer sexo oral e massagem. Além de amar dormir de conchinha". Enquanto isso, no seu perfil do Facebook, Makela distribuía mensagens antigay aos seus fieis e chegou a comparar a homossexualidade ao alcoolismo e transexuais a pedófilos.
De acordo com o site, o pastor confessou que o seu perfil no aplicativo era verdadeiro, mas se recusou a comentar o flagrante. Makela deixou o seu posto na igreja St. John e também deletou o seu perfil nas redes sociais. A igreja chegou a divulgar um pedido aos fieis para que eles não dêem ouvidos à história e dizendo que o pastor será perdoado por Deus:
"Os detalhes do pecado que foram mantidos confidenciais estão sendo postados online por aqueles que procuram fazer o mal à família Makela e à igreja St. John's. (...) Matt já foi perdoado e ele continua sendo amado, e nós faremos o preciso para continuar ao seu lado e ao lado da família enquanto eles encaram esses ataques", diz o comunicado.
Acredito que para aqueles que atacam outros grupos, seja em que campo for, muitas vezes deixam rastros, que os mostram fazendo totalmente o contrario do que pregam. Estamos vendo isso aos montes no campo politico brasileiro. Partidos que se diziam honestos estão se desconfigurando e desmoronando...
O respeito vale para todos...
Reverendo de Michigan, nos EUA, que se dizia contra os homossexuais e transexuais, foi flagrado utilizando o aplicativo para encontros gays Grindr
O pastor Matt Makela parece ter algumas explicações para dar aos seus fiéis. O reverendo de Michigan, nos EUA, que se dizia contra os homossexuais e transexuais, foi flagrado utilizando o aplicativo para encontros gays Grindr, de acordo com o site norte-americano Queerty, que publicou fotos do perfil do pastor.
No perfil do pastor, que é casado e pai de cinco filhos, ele se descrevia como alguém que "gosta de transar pelado, fazer sexo oral e massagem. Além de amar dormir de conchinha". Enquanto isso, no seu perfil do Facebook, Makela distribuía mensagens antigay aos seus fieis e chegou a comparar a homossexualidade ao alcoolismo e transexuais a pedófilos.
De acordo com o site, o pastor confessou que o seu perfil no aplicativo era verdadeiro, mas se recusou a comentar o flagrante. Makela deixou o seu posto na igreja St. John e também deletou o seu perfil nas redes sociais. A igreja chegou a divulgar um pedido aos fieis para que eles não dêem ouvidos à história e dizendo que o pastor será perdoado por Deus:
"Os detalhes do pecado que foram mantidos confidenciais estão sendo postados online por aqueles que procuram fazer o mal à família Makela e à igreja St. John's. (...) Matt já foi perdoado e ele continua sendo amado, e nós faremos o preciso para continuar ao seu lado e ao lado da família enquanto eles encaram esses ataques", diz o comunicado.
Acredito que para aqueles que atacam outros grupos, seja em que campo for, muitas vezes deixam rastros, que os mostram fazendo totalmente o contrario do que pregam. Estamos vendo isso aos montes no campo politico brasileiro. Partidos que se diziam honestos estão se desconfigurando e desmoronando...
O respeito vale para todos...
quinta-feira, 16 de julho de 2015
02 - Brinquedos nada inofensivos - Entretenimento/Saúde/Educação
Nos kits de microscópio, as crianças podiam escolher entre aqueles que incluíam coisas como pedaços de minerais ou pedaços de insetos, tudo pronto para ser examinado no microscópio.
Energia nuclear
Mas os conjuntos de química eram ainda mais inseguros, apesar de as crianças acharem divertidíssimos, o que realmente era, mas elas não imaginavam o risco que estavam correndo.
Com esses kits, as crianças podiam fazer experiências com a mistura e aquecimento de produtos químicos, como o nitrato de sódio, cloreto de amônia e cloreto de cobalto, sendo que alguns ainda incluíam diferentes tipos de cianeto.
Em seguida, houve, naturalmente, o Kit Gilbert sopro de vidro, que permitia que as crianças produzissem os seus próprios tubos de ensaio, derretendo e moldando vidro com um maçarico. Mas o pior ainda estava por vir. Logo, o produto Gilbert U-238 Laboratório de Energia Atômica foi lançado e, apesar de ter durado pouco tempo, muitas crianças tiveram horas de diversão manipulando material radioativo.
As crianças podiam aprender a usar um contador Geiger (também incluído no kit) — que é um detector de radiação —, usar o minério de urânio contido no kit (tudo muito seguro), brincar com a câmara de nuvem em miniatura e ler tudo sobre materiais radioativos nos livros incluídos.
Havia também um folheto que tinha um curso intensivo sobre como encontrar o seu próprio urânio. O item foi retirado de circulação devido a denúncias de que ele era radioativo e representava perigo para as crianças. A bizarrice e o perigo do brinquedo se tornaram tão famosos tempos depois, que o item é hoje um dos mais procurados por colecionadores, que podem pagar um alto preço por ele.
Energia nuclear
Mas os conjuntos de química eram ainda mais inseguros, apesar de as crianças acharem divertidíssimos, o que realmente era, mas elas não imaginavam o risco que estavam correndo.
Com esses kits, as crianças podiam fazer experiências com a mistura e aquecimento de produtos químicos, como o nitrato de sódio, cloreto de amônia e cloreto de cobalto, sendo que alguns ainda incluíam diferentes tipos de cianeto.
Em seguida, houve, naturalmente, o Kit Gilbert sopro de vidro, que permitia que as crianças produzissem os seus próprios tubos de ensaio, derretendo e moldando vidro com um maçarico. Mas o pior ainda estava por vir. Logo, o produto Gilbert U-238 Laboratório de Energia Atômica foi lançado e, apesar de ter durado pouco tempo, muitas crianças tiveram horas de diversão manipulando material radioativo.
As crianças podiam aprender a usar um contador Geiger (também incluído no kit) — que é um detector de radiação —, usar o minério de urânio contido no kit (tudo muito seguro), brincar com a câmara de nuvem em miniatura e ler tudo sobre materiais radioativos nos livros incluídos.
Havia também um folheto que tinha um curso intensivo sobre como encontrar o seu próprio urânio. O item foi retirado de circulação devido a denúncias de que ele era radioativo e representava perigo para as crianças. A bizarrice e o perigo do brinquedo se tornaram tão famosos tempos depois, que o item é hoje um dos mais procurados por colecionadores, que podem pagar um alto preço por ele.
quarta-feira, 15 de julho de 2015
01 - Brinquedos nada inofensivos - Entretenimento/Saúde/Educação
O norte-americano A.C. Gilbert foi o fundador de uma das maiores empresas de brinquedos do mundo. A sua companhia foi fundada em 1909, em Westville, Connecticut, originalmente como uma empresa de fornecimento de suprimentos para shows de mágica. Foi apenas alguns anos depois que ele começou a fabricar brinquedos, criando o primeiro que era um jogo de construção de pontes de trem e outras estruturas.
Tempos depois desse lançamento, que teve bastante sucesso, A.C. Gilbert lançou kits de química, microscopia e laboratório de energia atômica, Não precisa nem falar que este último é aquele que pode ter sido o brinquedo mais perigoso do mundo.
Seus kits de microscopia vinham com partes de insetos, enquanto outros permitiam que as crianças usassem chumbo fundido para fazer seus próprios soldadinhos e, no kit de energia atômica, existiam alguns tipos diferentes de urânio — algo muito comum para as crianças brincarem, não é mesmo? Não.
Segurança zero.
Hoje, a maioria dos brinquedos vem com bordas arredondadas, características de segurança, cores brilhantes e etiquetas de advertência com limite de idade e de cuidados para o uso de cada um.
Há avisos de segurança do consumidor e extensos testes feitos para ter certeza que ninguém vai se machucar acidentalmente com aquele presente que fez a alegria do aniversário de uma criança. Além disso, a atenção dos pais hoje é ainda maior em checar várias vezes se o brinquedo oferece algum risco.
Mas não foi sempre assim. Aqueles brinquedos feitos pela gigante A.C. Gilbert Company, que foi uma das principais fabricantes entre 1909 e 1964, no princípio, uniam diversão em conjunto de noções de arquitetura, ciências e física de forma educativa. Mas depois...
Por apenas 6,50 dólares, as crianças podiam comprar o Kit Gilbert Kaster. O jogo permitia que elas fizessem os seus próprios soldadinhos de chumbo com o metal fundido, simplesmente aquecendo-o a 200 graus Celsius e colocando-o em moldes.
Tempos depois desse lançamento, que teve bastante sucesso, A.C. Gilbert lançou kits de química, microscopia e laboratório de energia atômica, Não precisa nem falar que este último é aquele que pode ter sido o brinquedo mais perigoso do mundo.
Seus kits de microscopia vinham com partes de insetos, enquanto outros permitiam que as crianças usassem chumbo fundido para fazer seus próprios soldadinhos e, no kit de energia atômica, existiam alguns tipos diferentes de urânio — algo muito comum para as crianças brincarem, não é mesmo? Não.
Segurança zero.
Hoje, a maioria dos brinquedos vem com bordas arredondadas, características de segurança, cores brilhantes e etiquetas de advertência com limite de idade e de cuidados para o uso de cada um.
Há avisos de segurança do consumidor e extensos testes feitos para ter certeza que ninguém vai se machucar acidentalmente com aquele presente que fez a alegria do aniversário de uma criança. Além disso, a atenção dos pais hoje é ainda maior em checar várias vezes se o brinquedo oferece algum risco.
Mas não foi sempre assim. Aqueles brinquedos feitos pela gigante A.C. Gilbert Company, que foi uma das principais fabricantes entre 1909 e 1964, no princípio, uniam diversão em conjunto de noções de arquitetura, ciências e física de forma educativa. Mas depois...
Por apenas 6,50 dólares, as crianças podiam comprar o Kit Gilbert Kaster. O jogo permitia que elas fizessem os seus próprios soldadinhos de chumbo com o metal fundido, simplesmente aquecendo-o a 200 graus Celsius e colocando-o em moldes.
terça-feira, 14 de julho de 2015
Uma Ferrari destruída - Sociedade
Um manobrista vai ter muito o que se explicar depois de ter perdido o controle de uma Ferrari 599 GTB, de R$ 2,5 milhões, e tê-la destruído na porta de uma loja lá na Itália. Roberto Cinti, o manobrista de 38 anos, disse que deveria conduzir o carro até a garagem do hotel onde trabalhava, mas cometeu um erro ao trocar o acelerador pelo freio.
A polícia vai investigar as causas, mas já é sabido que o carro terá perda total. Resta saber quem assumirá o prejuízo diante da companhia de seguros.
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Investimento em liderança e gestão de talentos traz retorno significativo aos negócios - Trabalho/Economia
Companhias com práticas de liderança e gestão de talentos aumentam seu faturamento e obtém lucros mais rápido que empresas com práticas ineficientes. É o que aponta a pesquisa realizada pelo The Boston Consulting Group com mais de 1260 empresas.
A pesquisa quantificou o retorno que as empresas podem esperar ao melhorarem suas práticas de liderança e gestão de talentos. Durante o desenvolvimento do estudo, foi utilizado o BCG Global Leadership e Talent Index (GLTI), uma ferramenta que permite que as empresas avaliem com precisão suas competências de liderança e talento, além de traçar um plano específico para que performem melhor. A ferramenta também quantifica os ganhos de receita e lucro que podem ser obtidos com a utilização desse índice.
"Os líderes sabem há muito tempo que as pessoas são os ativos mais importantes das empresas, mas eles não sabiam como avaliar seu impacto antes", disse Christian Orglmeister, sócio do BCG no Brasil. "O estudo oferece a possibilidade de avaliarmos as competências de liderança e gestão de talentos, além de sugerir alterações que vão melhorar o desempenho empresarial".
Ao analisar os resultados do estudo, o BCG criou seis níveis de liderança e gestão de talentos. As cinco companhias com melhor desempenho superaram substancialmente as cinco últimas, aumentando os lucros 1,5 vezes e as receitas 2,2 vezes mais rápido.
As empresas que subiram no índice já percebem um retorno mensurável e significativo no desempenho dos negócios. Empresas com atuação média no GLTI, por exemplo, aumentaram as suas receitas 1,4 vezes e os seus lucros em 1,2 vezes mais rápido do que aqueles que se desenvolveram lentamente.
Esses ganhos de desempenho se tornam ainda mais representativos quando líderes exercem um papel ativo e direto no desenvolvimento de futuros profissionais e gestores de talentos. As três competências de liderança e de gestão de talentos com maior correlação com o desempenho empresarial foram: a capacidade de traduzir os planos da liderança em iniciativas claras e mensuráveis, o tempo dedicado à liderança e gestão de talentos por líderes, e a responsabilidade da liderança com o desenvolvimento de talentos.
"Os líderes das grandes companhias estão ativamente envolvidos em atividades de desenvolvimento de liderança e de gestão de talentos. Eles gastam até 25 dias por ano com essas atividades", disse Mukund Rajagopalan, sócio do BCG e coautor do estudo. "Eles também têm forte atuação na área de Recursos Humanos, mas reconhecemos que os departamentos de RH por si só não podem criar líderes fortes."
Fonte: Administradores.com
A pesquisa quantificou o retorno que as empresas podem esperar ao melhorarem suas práticas de liderança e gestão de talentos. Durante o desenvolvimento do estudo, foi utilizado o BCG Global Leadership e Talent Index (GLTI), uma ferramenta que permite que as empresas avaliem com precisão suas competências de liderança e talento, além de traçar um plano específico para que performem melhor. A ferramenta também quantifica os ganhos de receita e lucro que podem ser obtidos com a utilização desse índice.
"Os líderes sabem há muito tempo que as pessoas são os ativos mais importantes das empresas, mas eles não sabiam como avaliar seu impacto antes", disse Christian Orglmeister, sócio do BCG no Brasil. "O estudo oferece a possibilidade de avaliarmos as competências de liderança e gestão de talentos, além de sugerir alterações que vão melhorar o desempenho empresarial".
Ao analisar os resultados do estudo, o BCG criou seis níveis de liderança e gestão de talentos. As cinco companhias com melhor desempenho superaram substancialmente as cinco últimas, aumentando os lucros 1,5 vezes e as receitas 2,2 vezes mais rápido.
As empresas que subiram no índice já percebem um retorno mensurável e significativo no desempenho dos negócios. Empresas com atuação média no GLTI, por exemplo, aumentaram as suas receitas 1,4 vezes e os seus lucros em 1,2 vezes mais rápido do que aqueles que se desenvolveram lentamente.
Esses ganhos de desempenho se tornam ainda mais representativos quando líderes exercem um papel ativo e direto no desenvolvimento de futuros profissionais e gestores de talentos. As três competências de liderança e de gestão de talentos com maior correlação com o desempenho empresarial foram: a capacidade de traduzir os planos da liderança em iniciativas claras e mensuráveis, o tempo dedicado à liderança e gestão de talentos por líderes, e a responsabilidade da liderança com o desenvolvimento de talentos.
"Os líderes das grandes companhias estão ativamente envolvidos em atividades de desenvolvimento de liderança e de gestão de talentos. Eles gastam até 25 dias por ano com essas atividades", disse Mukund Rajagopalan, sócio do BCG e coautor do estudo. "Eles também têm forte atuação na área de Recursos Humanos, mas reconhecemos que os departamentos de RH por si só não podem criar líderes fortes."
Fonte: Administradores.com
domingo, 12 de julho de 2015
13 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
O desenvolvimento econômico da Índia também contribuiu indiretamente para o aumento das demandas de dote. "Os casamentos se tornam cada vez mais transações comerciais", revelou Pande à Deutsche Welle. "O aumento do padrão de vida provocou a ganância em muita gente. Hoje em dia, os futuros maridos exigem equipamentos caros, automóveis ou apartamentos, enquanto antes se contentavam com vestimentas, joias, ou artigos mais baratos."
Há muito os governos indianos tentam reduzir a violência e os crimes motivados pela prática do dote. Como primeiro estado, Tamil Nadu, no sul do país, criou uma unidade especial de polícia para esse fim já em 1992. Atualmente, o estado já dispõe de 200 unidades do gênero.
"Temos muitas leis, mas ainda falta a consciência do respeito às mulheres, de encará-las como iguais e de lhes proporcionar um espaço adequado na sociedade. Isso precisa ser criado entre as famílias, já que elas formam a base da sociedade", observa Pande. Um primeiro passo seria "a recusa do dote, por ser moralmente repreensível e totalmente injustificado", concluiu.
Especialistas concordam que não há uma solução de curto prazo para o problema do dote. Tanto os estados quanto o governo federal da Índia deveriam assumir a responsabilidade pela segurança pública feminina. Pois, se não for possível mudar as tradições e atitudes obsoletas na sociedade, também a violência contra as mulheres se manterá inabalável.
Há muito os governos indianos tentam reduzir a violência e os crimes motivados pela prática do dote. Como primeiro estado, Tamil Nadu, no sul do país, criou uma unidade especial de polícia para esse fim já em 1992. Atualmente, o estado já dispõe de 200 unidades do gênero.
"Temos muitas leis, mas ainda falta a consciência do respeito às mulheres, de encará-las como iguais e de lhes proporcionar um espaço adequado na sociedade. Isso precisa ser criado entre as famílias, já que elas formam a base da sociedade", observa Pande. Um primeiro passo seria "a recusa do dote, por ser moralmente repreensível e totalmente injustificado", concluiu.
Especialistas concordam que não há uma solução de curto prazo para o problema do dote. Tanto os estados quanto o governo federal da Índia deveriam assumir a responsabilidade pela segurança pública feminina. Pois, se não for possível mudar as tradições e atitudes obsoletas na sociedade, também a violência contra as mulheres se manterá inabalável.
sábado, 11 de julho de 2015
12 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
A família da noiva passou a pagar o dote diretamente à família do noivo – primeiramente, para cobrir os custos do casamento, mais tarde, esse pagamento se transformou cada vez mais numa fonte de renda. Os pagamentos do dote são, muitas vezes, um enorme fardo para a família da noiva. Por isso, um número crescente de famílias prefere ter filhos homens, tendendo a negligenciar as filhas. Em alguns estados indianos, chega-se a matar as meninas após o nascimento.
As expectativas crescentes dos noivos levam a repetidos conflitos entre as famílias, em detrimento das mulheres. No contexto de disputa por dotes, milhares delas são expulsas, espancadas, perseguidas ou até mesmo queimadas, todos os anos. Por esse motivo, a prática do dote é ilegal na Índia desde 1961.
Mesmo assim, dá-se continuidade à tradição. "Ela existe em todas as camadas da sociedade. Até mesmo pessoas com boa formação não dizem 'não' quando se trata do dote", relata a policial Suman Nalwar, de Nova Déli, responsável pelo combate aos atos de violência contra mulheres.
"A sociedade indiana fortemente patriarcal, a pobreza crescente e uma desvalorização generalizada das mulheres introduziram a violência na prática do dote", afirmou Ranjana Kumari, diretora do Centro de Pesquisa Social em Nova Déli, em entrevista à Deutsche Welle.
"Muitos se apegam a noções tradicionais, por exemplo de que após o casamento as mulheres se tornam propriedade dos maridos, e de que são sempre um encargo financeiro para suas famílias." São frequentes os conflitos violentos, quando o noivo ou seus familiares estão insatisfeitos com o dote, ou quando a família da noiva não concorda com pagamentos adicionais.
De acordo com as estatísticas oficiais de criminalidade na Índia, o número de crimes violentos aumentou nos últimos anos: em 2001, 6.851 mulheres morreram em crimes associados a brigas pelo dote. Em 2012, esse número passou para 8.233, embora não esteja claro se o que realmente aumentou foram os crimes ou a frequência dos registros de queixa.
No entanto, nesse mesmo período, o número de condenações permaneceu baixo: em média, somente um terço dos criminosos foi condenado. Kumari aponta duas razões: "Por um lado, as investigações policiais são deficientes. Isso se deve ao baixo número de policiais e ao fato de muitos deles terem má formação". Em segundo lugar, a corrupção é generalizada dentro da polícia. "Muitos funcionários aceitam propina das famílias dos réus e, então, se recusam a prosseguir com o caso."
"Nesse contexto, muitas vezes as famílias das vítimas relutam em denunciar os agressores", disse Savita Pande, professora de Estudos Sul-Asiáticos na Universidade Jawaharlal Nehru, de Nova Déli. "Além disso, muitos temem o estigma usualmente associado a tais processos. Assim, as disputas são frequentemente decididas fora do tribunal."
Porém muitas vezes as disputas têm um resultado ainda mais trágico, levando muitas mulheres ao suicídio, ressalta Pande. As autoridades calculam que, em média, quatro mulheres se suicidam por hora na Índia devido a conflitos ligados ao dote, embora haja leis que as apoiam.
As expectativas crescentes dos noivos levam a repetidos conflitos entre as famílias, em detrimento das mulheres. No contexto de disputa por dotes, milhares delas são expulsas, espancadas, perseguidas ou até mesmo queimadas, todos os anos. Por esse motivo, a prática do dote é ilegal na Índia desde 1961.
Mesmo assim, dá-se continuidade à tradição. "Ela existe em todas as camadas da sociedade. Até mesmo pessoas com boa formação não dizem 'não' quando se trata do dote", relata a policial Suman Nalwar, de Nova Déli, responsável pelo combate aos atos de violência contra mulheres.
"A sociedade indiana fortemente patriarcal, a pobreza crescente e uma desvalorização generalizada das mulheres introduziram a violência na prática do dote", afirmou Ranjana Kumari, diretora do Centro de Pesquisa Social em Nova Déli, em entrevista à Deutsche Welle.
"Muitos se apegam a noções tradicionais, por exemplo de que após o casamento as mulheres se tornam propriedade dos maridos, e de que são sempre um encargo financeiro para suas famílias." São frequentes os conflitos violentos, quando o noivo ou seus familiares estão insatisfeitos com o dote, ou quando a família da noiva não concorda com pagamentos adicionais.
De acordo com as estatísticas oficiais de criminalidade na Índia, o número de crimes violentos aumentou nos últimos anos: em 2001, 6.851 mulheres morreram em crimes associados a brigas pelo dote. Em 2012, esse número passou para 8.233, embora não esteja claro se o que realmente aumentou foram os crimes ou a frequência dos registros de queixa.
No entanto, nesse mesmo período, o número de condenações permaneceu baixo: em média, somente um terço dos criminosos foi condenado. Kumari aponta duas razões: "Por um lado, as investigações policiais são deficientes. Isso se deve ao baixo número de policiais e ao fato de muitos deles terem má formação". Em segundo lugar, a corrupção é generalizada dentro da polícia. "Muitos funcionários aceitam propina das famílias dos réus e, então, se recusam a prosseguir com o caso."
"Nesse contexto, muitas vezes as famílias das vítimas relutam em denunciar os agressores", disse Savita Pande, professora de Estudos Sul-Asiáticos na Universidade Jawaharlal Nehru, de Nova Déli. "Além disso, muitos temem o estigma usualmente associado a tais processos. Assim, as disputas são frequentemente decididas fora do tribunal."
Porém muitas vezes as disputas têm um resultado ainda mais trágico, levando muitas mulheres ao suicídio, ressalta Pande. As autoridades calculam que, em média, quatro mulheres se suicidam por hora na Índia devido a conflitos ligados ao dote, embora haja leis que as apoiam.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
11 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
Tradição do dote na Índia é mais maldição do que bênção - Antiga tradição do dote ainda é generalizada, embora seja ilegal desde 1961. Há bons motivos isso: cada vez mais as disputas em torno da prática resultam em espancamentos, assassinatos e suicídios.
O dote era pago, inicialmente, para cobrir os custos do casamento, mais tarde, ele se transformou cada vez mais numa fonte de renda.
A tradição é secular na Índia: a família da noiva dota a filha com ouro, joias e outros objetos preciosos. Tradicionalmente, esse dote permitia que a jovem esposa tivesse um status reconhecido dentro da família do noivo, também conferindo-lhe um certo respaldo financeiro, em caso de emergência.
Mas, durante o quase um século de domínio colonial britânico (1858-1947), o dote mudou de significado, escreve a historiadora americana Veena Talwar Oldenburg em Dowry murder: The imperial origins of a cultural crime ("Assassinato por dote: As origens imperiais de um crime cultural", em tradução livre).
"Em consequência das grandes mudanças sociais e econômicas sob o domínio britânico, as mulheres perderam o direito aos bens valiosos do dote. Elas passaram a ter cada vez menos controle sobre ele. Esse processo levou a que fossem consideradas inferiores – uma desvalorização que se estendeu por toda a sua vida."
O dote era pago, inicialmente, para cobrir os custos do casamento, mais tarde, ele se transformou cada vez mais numa fonte de renda.
A tradição é secular na Índia: a família da noiva dota a filha com ouro, joias e outros objetos preciosos. Tradicionalmente, esse dote permitia que a jovem esposa tivesse um status reconhecido dentro da família do noivo, também conferindo-lhe um certo respaldo financeiro, em caso de emergência.
Mas, durante o quase um século de domínio colonial britânico (1858-1947), o dote mudou de significado, escreve a historiadora americana Veena Talwar Oldenburg em Dowry murder: The imperial origins of a cultural crime ("Assassinato por dote: As origens imperiais de um crime cultural", em tradução livre).
"Em consequência das grandes mudanças sociais e econômicas sob o domínio britânico, as mulheres perderam o direito aos bens valiosos do dote. Elas passaram a ter cada vez menos controle sobre ele. Esse processo levou a que fossem consideradas inferiores – uma desvalorização que se estendeu por toda a sua vida."
quinta-feira, 9 de julho de 2015
10 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
País fascinado pelo ouro - Maior consumidor do metal nobre no mundo, a Índia gasta 1,5% do seu PIB em jóias
O ouro é a paixão dos indianos. Logo que nasce, o bebê ganha uma pulseira dourada como um voto de vida próspera. As jóias pessoais são o único patrimônio de uma mulher, de acordo com as leis do hinduísmo, a religião de 80% da população. Só isso explica que um país pobre como a Índia, no qual um terço da população vive com menos de 1 dólar por dia, seja o maior consumidor de ouro do planeta. O país compra por volta de 700 toneladas por ano – um quinto do mercado mundial – e gasta nisso 8 bilhões de dólares, 1,5% do produto interno bruto (PIB). É o segundo item mais importado, perdendo apenas para o petróleo. Os indianos acumulam 12.000 toneladas do metal, em jóias ou guardado em casa em forma de lingotes. Isso equivale à metade de todo o ouro que existe em cofres de bancos centrais. O comércio em torno de casamentos – quando os indianos literalmente se cobrem de ouro – é tão grande que define o preço do produto nas bolsas de Londres e Nova York.
O metal dourado aparece nos enfeites da roupa da noiva, nos arreios dourados do cavalo branco que o noivo monta nos melhores casamentos e na suntuosa decoração do local da cerimônia. O dote entregue pelo pai da noiva é tradicionalmente em ouro e jóias. De acordo com dados oficiais, em média um matrimônio consome sete anos da renda da família da moça. Na zona rural, onde vive metade da população, quando o pagamento combinado não é integralmente entregue, a família do marido costuma torturar a jovem esposa e chega a matá-la. Essa é uma das razões do alto índice de infanticídio no país. Para evitar despesas futuras, a família mata a filha recém-nascida. Por causa dessas barbaridades, o governo indiano proibiu a instituição do dote em 1961 – mas o costume continua vivíssimo. A maior mudança foi o abandono, entre os indianos mais ricos, do, digamos, padrão ouro. "As classes altas estão trocando o ouro por carros luxuosos, viagens para o exterior e eletroeletrônicos", disse a VEJA Gary Mead, analista sênior da consultoria inglesa Virtual Metals Research & Consulting e autor de um estudo recente sobre o mercado de ouro na Índia.
A profissão de ourives é repassada de pai para filho dentro da mesma casta. "São 400.000 joalheiros em operação na Índia", contou o indiano Pinank Mehta, consultor de grandes fortunas em Bombaim. "Assim como os ocidentais têm médicos de família, os indianos só confiam nos joalheiros de família." Historicamente, há boas razões para a paixão. Durável e fácil de vender, o ouro é uma garantia contra as incertezas da rupia, a moeda nacional. Desde o início da década de 90, quando o governo autorizou depósitos bancários em metais preciosos, a venda de ouro crescia a um ritmo superior a 20% ao ano. Em 2002, pela primeira vez, houve queda. A abertura da economia, que criou novas formas de investimento, como a bolsa de valores, é uma das causas. A principal razão, contudo, foram as chuvas fortes que castigaram o campo, prejudicaram a colheita e diminuíram o poder de compra da população. A expectativa é que o mercado volte logo a disparar. Na Índia, a paixão pelo metal amarelo ainda fala mais alto.
O ouro é a paixão dos indianos. Logo que nasce, o bebê ganha uma pulseira dourada como um voto de vida próspera. As jóias pessoais são o único patrimônio de uma mulher, de acordo com as leis do hinduísmo, a religião de 80% da população. Só isso explica que um país pobre como a Índia, no qual um terço da população vive com menos de 1 dólar por dia, seja o maior consumidor de ouro do planeta. O país compra por volta de 700 toneladas por ano – um quinto do mercado mundial – e gasta nisso 8 bilhões de dólares, 1,5% do produto interno bruto (PIB). É o segundo item mais importado, perdendo apenas para o petróleo. Os indianos acumulam 12.000 toneladas do metal, em jóias ou guardado em casa em forma de lingotes. Isso equivale à metade de todo o ouro que existe em cofres de bancos centrais. O comércio em torno de casamentos – quando os indianos literalmente se cobrem de ouro – é tão grande que define o preço do produto nas bolsas de Londres e Nova York.
O metal dourado aparece nos enfeites da roupa da noiva, nos arreios dourados do cavalo branco que o noivo monta nos melhores casamentos e na suntuosa decoração do local da cerimônia. O dote entregue pelo pai da noiva é tradicionalmente em ouro e jóias. De acordo com dados oficiais, em média um matrimônio consome sete anos da renda da família da moça. Na zona rural, onde vive metade da população, quando o pagamento combinado não é integralmente entregue, a família do marido costuma torturar a jovem esposa e chega a matá-la. Essa é uma das razões do alto índice de infanticídio no país. Para evitar despesas futuras, a família mata a filha recém-nascida. Por causa dessas barbaridades, o governo indiano proibiu a instituição do dote em 1961 – mas o costume continua vivíssimo. A maior mudança foi o abandono, entre os indianos mais ricos, do, digamos, padrão ouro. "As classes altas estão trocando o ouro por carros luxuosos, viagens para o exterior e eletroeletrônicos", disse a VEJA Gary Mead, analista sênior da consultoria inglesa Virtual Metals Research & Consulting e autor de um estudo recente sobre o mercado de ouro na Índia.
A profissão de ourives é repassada de pai para filho dentro da mesma casta. "São 400.000 joalheiros em operação na Índia", contou o indiano Pinank Mehta, consultor de grandes fortunas em Bombaim. "Assim como os ocidentais têm médicos de família, os indianos só confiam nos joalheiros de família." Historicamente, há boas razões para a paixão. Durável e fácil de vender, o ouro é uma garantia contra as incertezas da rupia, a moeda nacional. Desde o início da década de 90, quando o governo autorizou depósitos bancários em metais preciosos, a venda de ouro crescia a um ritmo superior a 20% ao ano. Em 2002, pela primeira vez, houve queda. A abertura da economia, que criou novas formas de investimento, como a bolsa de valores, é uma das causas. A principal razão, contudo, foram as chuvas fortes que castigaram o campo, prejudicaram a colheita e diminuíram o poder de compra da população. A expectativa é que o mercado volte logo a disparar. Na Índia, a paixão pelo metal amarelo ainda fala mais alto.
quarta-feira, 8 de julho de 2015
09 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
Os indianos já foram tão liberais que indicavam sexo para salvar a alma. Hoje, até um casal de mãos dadas os faz corar
Que romance, que nada. O último dia dos namorados da Índia, 14 de fevereiro, teve muita ação. Um grupo de conservadores hindus saiu às ruas do país à caça de casais que estivessem de abraços ou cheirinhos no cangote. Queriam obrigar os pombinhos a casar na hora. A polícia entrou em ação, e o balanço do dia contou várias prisões e uma leva de cartões comemorativos fofinhos queimados pelos militantes. Ao que se sabe, o grupo não conseguiu levar ninguém ao padre (ou melhor, sacerdote). Mas se vingou cortando os cabelos de todos os apaixonados que viu pela frente.
Ainda que a polícia ficasse quieta, esse pessoal não teria muitos alvos. Toda demonstração pública de afeto é tabu na Índia. Quase toda: homens andam de mãos dadas numa boa (e isso é um costume entre amigos, nada mais). Entre homens e mulheres, nem os casados ficam de chamego na rua. O engraçado é que esse recato todo seria impensável há algum tempo. Conhece o Kama Sutra? Foi a Índia que fez. O sexo tântrico? Foi a Índia que fez. A Bruna Surfistinha? Não, essa é coisa nossa mesmo...Vamos dar uma paradinha no passado para entender como é que a Índia ficou tão pudica.
Lá pelos séculos 6, 5 e 4 a.C., o sexo não era assim vergonhoso. Reis o usavam em rituais públicos, como o Ashvamedha. Funcionava deste jeito: quando um rei queria ter um filho viril, botava um cavalo pra correr nas vizinhanças. Se o cavalo voltasse depois de passar por terrenos inimigos, é porque era um legítimo garanhão. O bicho havia passado no teste, mas acabava sacrificado. Entrava em cena a rainha: ela deveria manter relações sexuais com o cavalo morto para recolher a "semente" da virilidade, como o pessoal pensava que aconteceria. Misturada à semente do rei, a herança do cavalo daria à rainha um príncipe de grande destino à frente.
Mas os ensinamentos de Buda começaram a se espalhar nessa época, e ele dizia que tudo o que liga uma pessoa ao corpo gera sofrimento. Até sexo - que virou algo constrangedor. A mentalidade só mudou 8 séculos depois. Era o chamado Período Dourado da Índia, graças à fertilidade de inovações em campos como astronomia e matemática (a criação do xadrex e do número zero é atribuída a esses anos). Criativos, os indianos mudaram sua visão sobre relacionamentos. "Eles se perguntaram por que o sexo deveria ser uma mera ferramenta de procriação", diz Rita Banerji, antropóloga e autora do livro Sex and Power. "Defendiam que as pessoas tivessem prazer." Surgiu o Kama Sutra, uma espécie de guia para atrair o parceiro e aguçar os sentidos durante o sexo. Dizia, por exemplo, que os homens deveriam criar um clima com música antes de partir para o ataque. Mais tarde, viria o sexo tântrico. Era uma filosofia, criada por estudiosos que tentavam encontrar caminhos para a moksha, o conceito hindu de libertação do ciclo de nascimento e morte. Apostavam que a resposta estava na união de corpo e alma. E que o sexo poderia ser uma ferramenta, se seguisse alguns princípios. Homens eram instruídos a beber os fluidos sexuais ou menstruais de mulheres, por exemplo. Sacerdotes do tantra viraram conselheiros de reis e influenciaram todas as religiões da Índia. Mas os ritos libidinosos eram só pra quem passava por um longo treinamento.
Ou seja, não dá pra dizer que a Índia era um bacanal. Mas era isso o que os estrangeiros que chegavam por lá pensavam. Tanto muçulmanos, que dominaram a região da Índia entre os séculos 16 e 18, quanto os britânicos, que assumiram o comando depois, ficaram horrorizados com as vestes dos indianos. Ou a falta delas. Antes de os muçulmanos tomarem o poder, indianos e indianas andavam por aí sem camisa. Chocados, os novos líderes usaram contra a nudez o mais eficiente dos métodos: cobrar impostos. "As indianas começaram a se cobrir e usar véu por causa da vigilância", diz Rita. Os britânicos também desaprovavam a sensualidade das indianas, e tiveram uma ajudinha de Ghandi para moralizar o país - ele afirmava que o sexo distorcia o espírito.
É por isso que hoje pega mal fazer qualquer menção a romance ou sexo. Atração e desejo são conceitos impronunciáveis em uma sociedade em que nem mesmo os casamentos são por amor. Na Índia, a regra é casar-se com alguém escolhido pelos pais. O caso de Sunil Kumar mostra isso. Guia de turismo da cidade de Jaipur, Sunil tem 30 anos, o que na Índia significa que ele já está quase pra titio. Há um ano seus pais procuram uma noiva para ele. Têm15 finalistas. E Sunil só vai conhecer a mulher de sua vida no dia do casamento. "Dá medo", diz. A tradição moralista, no entanto, não impede que o sexo esteja nas ruas como em qualquer outro lugar do mundo. Há 10 milhões de prostitutas na Índia. A diferença é que elas usam saris, sem mostrar carne para atrair clientes.
O lado mais cruel é que a repressão exclui da sociedade quem não entra no script. A lei do país prevê prisão de 10 anos ou perpétua para homossexuais. Condenações são raras. Na prática, a lei é usada para chantagear e extorquir. Muitos homossexuais buscam abrigo numa casta marginalizada chamada hrijas, formada por travestis, hermafroditas e eunucos (meninos que teriam sido vítimas de castrações). Na história da ascensão e queda do sexo, esse é um capítulo ainda a ser resolvido pela Índia.
Para saber mais
- Sex and Power - Rita Banerji, Penguin, 2009.
Que romance, que nada. O último dia dos namorados da Índia, 14 de fevereiro, teve muita ação. Um grupo de conservadores hindus saiu às ruas do país à caça de casais que estivessem de abraços ou cheirinhos no cangote. Queriam obrigar os pombinhos a casar na hora. A polícia entrou em ação, e o balanço do dia contou várias prisões e uma leva de cartões comemorativos fofinhos queimados pelos militantes. Ao que se sabe, o grupo não conseguiu levar ninguém ao padre (ou melhor, sacerdote). Mas se vingou cortando os cabelos de todos os apaixonados que viu pela frente.
Ainda que a polícia ficasse quieta, esse pessoal não teria muitos alvos. Toda demonstração pública de afeto é tabu na Índia. Quase toda: homens andam de mãos dadas numa boa (e isso é um costume entre amigos, nada mais). Entre homens e mulheres, nem os casados ficam de chamego na rua. O engraçado é que esse recato todo seria impensável há algum tempo. Conhece o Kama Sutra? Foi a Índia que fez. O sexo tântrico? Foi a Índia que fez. A Bruna Surfistinha? Não, essa é coisa nossa mesmo...Vamos dar uma paradinha no passado para entender como é que a Índia ficou tão pudica.
Lá pelos séculos 6, 5 e 4 a.C., o sexo não era assim vergonhoso. Reis o usavam em rituais públicos, como o Ashvamedha. Funcionava deste jeito: quando um rei queria ter um filho viril, botava um cavalo pra correr nas vizinhanças. Se o cavalo voltasse depois de passar por terrenos inimigos, é porque era um legítimo garanhão. O bicho havia passado no teste, mas acabava sacrificado. Entrava em cena a rainha: ela deveria manter relações sexuais com o cavalo morto para recolher a "semente" da virilidade, como o pessoal pensava que aconteceria. Misturada à semente do rei, a herança do cavalo daria à rainha um príncipe de grande destino à frente.
Mas os ensinamentos de Buda começaram a se espalhar nessa época, e ele dizia que tudo o que liga uma pessoa ao corpo gera sofrimento. Até sexo - que virou algo constrangedor. A mentalidade só mudou 8 séculos depois. Era o chamado Período Dourado da Índia, graças à fertilidade de inovações em campos como astronomia e matemática (a criação do xadrex e do número zero é atribuída a esses anos). Criativos, os indianos mudaram sua visão sobre relacionamentos. "Eles se perguntaram por que o sexo deveria ser uma mera ferramenta de procriação", diz Rita Banerji, antropóloga e autora do livro Sex and Power. "Defendiam que as pessoas tivessem prazer." Surgiu o Kama Sutra, uma espécie de guia para atrair o parceiro e aguçar os sentidos durante o sexo. Dizia, por exemplo, que os homens deveriam criar um clima com música antes de partir para o ataque. Mais tarde, viria o sexo tântrico. Era uma filosofia, criada por estudiosos que tentavam encontrar caminhos para a moksha, o conceito hindu de libertação do ciclo de nascimento e morte. Apostavam que a resposta estava na união de corpo e alma. E que o sexo poderia ser uma ferramenta, se seguisse alguns princípios. Homens eram instruídos a beber os fluidos sexuais ou menstruais de mulheres, por exemplo. Sacerdotes do tantra viraram conselheiros de reis e influenciaram todas as religiões da Índia. Mas os ritos libidinosos eram só pra quem passava por um longo treinamento.
Ou seja, não dá pra dizer que a Índia era um bacanal. Mas era isso o que os estrangeiros que chegavam por lá pensavam. Tanto muçulmanos, que dominaram a região da Índia entre os séculos 16 e 18, quanto os britânicos, que assumiram o comando depois, ficaram horrorizados com as vestes dos indianos. Ou a falta delas. Antes de os muçulmanos tomarem o poder, indianos e indianas andavam por aí sem camisa. Chocados, os novos líderes usaram contra a nudez o mais eficiente dos métodos: cobrar impostos. "As indianas começaram a se cobrir e usar véu por causa da vigilância", diz Rita. Os britânicos também desaprovavam a sensualidade das indianas, e tiveram uma ajudinha de Ghandi para moralizar o país - ele afirmava que o sexo distorcia o espírito.
É por isso que hoje pega mal fazer qualquer menção a romance ou sexo. Atração e desejo são conceitos impronunciáveis em uma sociedade em que nem mesmo os casamentos são por amor. Na Índia, a regra é casar-se com alguém escolhido pelos pais. O caso de Sunil Kumar mostra isso. Guia de turismo da cidade de Jaipur, Sunil tem 30 anos, o que na Índia significa que ele já está quase pra titio. Há um ano seus pais procuram uma noiva para ele. Têm15 finalistas. E Sunil só vai conhecer a mulher de sua vida no dia do casamento. "Dá medo", diz. A tradição moralista, no entanto, não impede que o sexo esteja nas ruas como em qualquer outro lugar do mundo. Há 10 milhões de prostitutas na Índia. A diferença é que elas usam saris, sem mostrar carne para atrair clientes.
O lado mais cruel é que a repressão exclui da sociedade quem não entra no script. A lei do país prevê prisão de 10 anos ou perpétua para homossexuais. Condenações são raras. Na prática, a lei é usada para chantagear e extorquir. Muitos homossexuais buscam abrigo numa casta marginalizada chamada hrijas, formada por travestis, hermafroditas e eunucos (meninos que teriam sido vítimas de castrações). Na história da ascensão e queda do sexo, esse é um capítulo ainda a ser resolvido pela Índia.
Para saber mais
- Sex and Power - Rita Banerji, Penguin, 2009.
terça-feira, 7 de julho de 2015
08 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
Sabão de rio
Pobre que é pobre na Índia lava a roupa no rio, na pia, onde der. Máquina de lavar? Nem pensar. A Nirma, uma empresa indiana, notou isso lá nos anos 80, quando lançou um sabão em pó com uma fórmula apropriada para água corrente. Também fez embalagens pequenas, porque os indianos compram com o dinheiro que sobra do dia, e não porções para o mês todo. A então líder do mercado, a subsidiária indiana da anglo-holandesa Unilever, percebeu que precisava fazer alguma coisa. Copiou a Nirma. Criou um sabão para pobre, o Wheel, e buscou mulheres de vilas para ajudar nas vendas. Funcionou tão bem que a equipe do Wheel ajudou a Unilever do Brasil a lançar o Ala, um sabão para o Nordeste, nos anos 90.
Médico Portátil
Em 2010, 60% das pessoas com doenças do coração serão indianas. O número de pacientes no país só cresce, porque a população tem consumido mais produtos industrializados e praticado pouco exercício. Controlar essa epidemia entre os mais pobres pode ser difícil - eles não têm acesso a prevenção ou tratamentos. Há dois anos, a GE lançou um produto que pode ajudar, o Mac 400. É um eletrocardiógrafo portátil, movido a baterias, usado para diagnosticar problemas de coração. Como algumas regiões da Índia não têm médico por perto, a GE acoplou ao Mac 400 um software que analisa na hora os dados coletados. O preço? US$ 1 mil, contra os US$ 5 mil de um aparelho convencional. Se ajudou a população, ainda não se sabe. Mas o laboratório indiano foi ótimo para a GE, que já está exportando o Mac 400.
Para saber mais
- A Riqueza na Base da Pirâmide - C.K. Prahalad, Bookman, 2005
Pobre que é pobre na Índia lava a roupa no rio, na pia, onde der. Máquina de lavar? Nem pensar. A Nirma, uma empresa indiana, notou isso lá nos anos 80, quando lançou um sabão em pó com uma fórmula apropriada para água corrente. Também fez embalagens pequenas, porque os indianos compram com o dinheiro que sobra do dia, e não porções para o mês todo. A então líder do mercado, a subsidiária indiana da anglo-holandesa Unilever, percebeu que precisava fazer alguma coisa. Copiou a Nirma. Criou um sabão para pobre, o Wheel, e buscou mulheres de vilas para ajudar nas vendas. Funcionou tão bem que a equipe do Wheel ajudou a Unilever do Brasil a lançar o Ala, um sabão para o Nordeste, nos anos 90.
Médico Portátil
Em 2010, 60% das pessoas com doenças do coração serão indianas. O número de pacientes no país só cresce, porque a população tem consumido mais produtos industrializados e praticado pouco exercício. Controlar essa epidemia entre os mais pobres pode ser difícil - eles não têm acesso a prevenção ou tratamentos. Há dois anos, a GE lançou um produto que pode ajudar, o Mac 400. É um eletrocardiógrafo portátil, movido a baterias, usado para diagnosticar problemas de coração. Como algumas regiões da Índia não têm médico por perto, a GE acoplou ao Mac 400 um software que analisa na hora os dados coletados. O preço? US$ 1 mil, contra os US$ 5 mil de um aparelho convencional. Se ajudou a população, ainda não se sabe. Mas o laboratório indiano foi ótimo para a GE, que já está exportando o Mac 400.
Para saber mais
- A Riqueza na Base da Pirâmide - C.K. Prahalad, Bookman, 2005
segunda-feira, 6 de julho de 2015
07 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
Fogão rural
Numa vila indiana, as mulheres cozinham usando fogões rudimentares, às vezes de pedras, e alimentados por grandes pedaços de madeira, esterco ou carvão. Elas não sabem o risco que estão correndo. Segundo a ONU, inalar a fumaça gerada por esses combustíveis equivale a fumar dois maços de cigarros por dia. Ongs e empresas como a Philips têm tentando criar opções menos poluentes. No caso da versão da Philips, o segredo é um sistema de ventilação que acelera a queima do combustível. O produto promete reduzir a emissão de poluentes a um décimo do que é gerado pelos fogões tradicionais. E, quem sabe, gerar um dinheirinho para a empresa, se a coisa pegar.
Nano
Recém-lançado pela Tata Motors, o Nano ainda não foi para as lojas, mas já está nas ruas da Índia. Por todo o lado ele é a estrela de pôsteres e anúncios com financiamento exclusivo para quem quer o seu. O carro mais barato do mundo merece esse estrelato. O Nano custará mais ou menos US$ 2 500, pouco mais de R$ 5 mil. É a metade do preço do Maruti 800, hoje o carro mais barato na Índia, e tem 21% mais espaço interno do que o rival. Como a Tata fez o que montadoras da Europa, dos EUA e do Japão não puderam? Resposta: mentalidade espartana. A Tata sacou que deveria tirar do carro tudo o que fosse supérfluo. No Nano, só 3 parafusos prendem as rodas, e não 4 (isso é seguro, segundo a montadora). Só há uma trava na porta, e não duas. O estepe é um pneu provisório e permite que o carro ande apenas poucos quilômetros. Para-choques e portas são revestidos de plástico. E nada de rádio e ar-condicionado. As vendas devem começar na Índia em julho - e o Nano pode chegar à América Latina em 4 anos.
Numa vila indiana, as mulheres cozinham usando fogões rudimentares, às vezes de pedras, e alimentados por grandes pedaços de madeira, esterco ou carvão. Elas não sabem o risco que estão correndo. Segundo a ONU, inalar a fumaça gerada por esses combustíveis equivale a fumar dois maços de cigarros por dia. Ongs e empresas como a Philips têm tentando criar opções menos poluentes. No caso da versão da Philips, o segredo é um sistema de ventilação que acelera a queima do combustível. O produto promete reduzir a emissão de poluentes a um décimo do que é gerado pelos fogões tradicionais. E, quem sabe, gerar um dinheirinho para a empresa, se a coisa pegar.
Nano
Recém-lançado pela Tata Motors, o Nano ainda não foi para as lojas, mas já está nas ruas da Índia. Por todo o lado ele é a estrela de pôsteres e anúncios com financiamento exclusivo para quem quer o seu. O carro mais barato do mundo merece esse estrelato. O Nano custará mais ou menos US$ 2 500, pouco mais de R$ 5 mil. É a metade do preço do Maruti 800, hoje o carro mais barato na Índia, e tem 21% mais espaço interno do que o rival. Como a Tata fez o que montadoras da Europa, dos EUA e do Japão não puderam? Resposta: mentalidade espartana. A Tata sacou que deveria tirar do carro tudo o que fosse supérfluo. No Nano, só 3 parafusos prendem as rodas, e não 4 (isso é seguro, segundo a montadora). Só há uma trava na porta, e não duas. O estepe é um pneu provisório e permite que o carro ande apenas poucos quilômetros. Para-choques e portas são revestidos de plástico. E nada de rádio e ar-condicionado. As vendas devem começar na Índia em julho - e o Nano pode chegar à América Latina em 4 anos.
domingo, 5 de julho de 2015
06 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
A ciência da gambarra
Um terço dos miseráveis do mundo está na Índia. Graças a esse problema, o país achou sua vocação para inovar: unir jeitinho e tecnologia para criar os melhores produtos que pobres consigam comprar.
Se trabalhar todos os dias, um morador de favela de Mumbai consegue até 3 mil rupias por mês em um emprego informal. Dá uns R$ 125. Com isso, ele paga o aluguel de um barraco, dos menores. Comer? Só se a família estiver no batente e colaborar. Ainda assim, vai ser difícil sobrar alguma coisa no fim do mês. Há 828 milhões de pessoas nessa situação na Índia, ganhando US$ 2 ou menos por dia. O país é tão miserável que abriga 33% de todos os pobres do mundo. E isso é um problemão. Quase 70% dos indianos passam longe de qualquer loja. Não tem crediário que os ajude a comprar geladeira, roupa, computador. Gastar com médicos e remédios, então, é luxo pra essa massa famélica. Para resolver a situação, a Índia se transformou num laboratório de inovação. Um batalhão de pesquisadores tem trabalhado para achar um jeito de deixar tudo mais barato. E eles têm duas vantagens. A primeira: o baixo custo para produzir qualquer coisa na Índia. Segunda: o país é um dos mais férteis em especialistas em tecnologia - enquanto EUA e Europa produzem menos de 100 mil engenheiros por ano, a Índia forma 1 milhão. Com uma gambiarra aqui, uma pecinha a menos ali, alguns têm conseguido resultados impressionantes. Dê uma olhada.
Jaipur foot
As histórias dos 60 pacientes atendidos por dia pela Jaipur Foot são parecidas. Falam de acidentes de carro, de ônibus e de trem. E todas terminam com uma mesma e grave consequência: amputação. É o que 25 mil indianos sofrem a cada ano. Considerando que a maioria dessas pessoas é pobre, não tem meio de transporte próprio e precisa trabalhar, uma amputação pode ser uma ameaça fatal. E a solução para o dilema, uma prótese, chega à casa dos milhares de dólares - 8 mil, em média, nos EUA. Mas alguém deu um jeitinho indiano nisso. Na década de 1960, um escultor se juntou a um grupo de especialistas em próteses para tentar desenhar e produzir uma prótese de pé que fosse mais anatômica e barata do que as importadas. Escolheram a borracha como matéria-prima, daquela usada pra fazer pneu mesmo. E estudaram o modo de se comportar do indiano: como lá as pessoas têm o hábito de andar descalças, a prótese tinha de ser resistente o suficiente pra não perder a sola por aí. E como o indiano costuma sentar-se no chão cruzando as pernas, a prótese tinha de ser flexível. Deu certo. Hoje, as próteses de pernas fabricadas pela Jaipur Foot, organização fundada por eles e sediada na cidade de Jaipur, custam US$ 35. Ou seja, 228 vezes mais barato do que uma prótese nos EUA – e tão eficiente quanto. Mas quem paga a conta são empresas e instituições que fazem doações, porque as próteses são entregues de graça aos pacientes. Com uma ajudinha dos fornecedores, que vendem as matérias-primas a preço de custo para a organização, as próteses da Jaipur Foot são as mais baratas do mundo. Mais de 20 mil são feitas todos os anos. "Dos nossos pacientes, 90% não teriam condições de comprar uma prótese", diz o diretor Sanjeev Kumar. Hoje, a organização exporta as próteses para 21 países, e tem recebido visitas de alunos e professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. Nos próximos meses, os americanos devem ajudar a modernizar as próteses indianas, o que as fará durar mais – o prazo de troca, hoje de até 3 anos, poderá chegar a 5. "Nós fazemos barato, mas eles têm acesso a tecnologias que não chegam aqui", afirma Kumar.
Um terço dos miseráveis do mundo está na Índia. Graças a esse problema, o país achou sua vocação para inovar: unir jeitinho e tecnologia para criar os melhores produtos que pobres consigam comprar.
Se trabalhar todos os dias, um morador de favela de Mumbai consegue até 3 mil rupias por mês em um emprego informal. Dá uns R$ 125. Com isso, ele paga o aluguel de um barraco, dos menores. Comer? Só se a família estiver no batente e colaborar. Ainda assim, vai ser difícil sobrar alguma coisa no fim do mês. Há 828 milhões de pessoas nessa situação na Índia, ganhando US$ 2 ou menos por dia. O país é tão miserável que abriga 33% de todos os pobres do mundo. E isso é um problemão. Quase 70% dos indianos passam longe de qualquer loja. Não tem crediário que os ajude a comprar geladeira, roupa, computador. Gastar com médicos e remédios, então, é luxo pra essa massa famélica. Para resolver a situação, a Índia se transformou num laboratório de inovação. Um batalhão de pesquisadores tem trabalhado para achar um jeito de deixar tudo mais barato. E eles têm duas vantagens. A primeira: o baixo custo para produzir qualquer coisa na Índia. Segunda: o país é um dos mais férteis em especialistas em tecnologia - enquanto EUA e Europa produzem menos de 100 mil engenheiros por ano, a Índia forma 1 milhão. Com uma gambiarra aqui, uma pecinha a menos ali, alguns têm conseguido resultados impressionantes. Dê uma olhada.
Jaipur foot
As histórias dos 60 pacientes atendidos por dia pela Jaipur Foot são parecidas. Falam de acidentes de carro, de ônibus e de trem. E todas terminam com uma mesma e grave consequência: amputação. É o que 25 mil indianos sofrem a cada ano. Considerando que a maioria dessas pessoas é pobre, não tem meio de transporte próprio e precisa trabalhar, uma amputação pode ser uma ameaça fatal. E a solução para o dilema, uma prótese, chega à casa dos milhares de dólares - 8 mil, em média, nos EUA. Mas alguém deu um jeitinho indiano nisso. Na década de 1960, um escultor se juntou a um grupo de especialistas em próteses para tentar desenhar e produzir uma prótese de pé que fosse mais anatômica e barata do que as importadas. Escolheram a borracha como matéria-prima, daquela usada pra fazer pneu mesmo. E estudaram o modo de se comportar do indiano: como lá as pessoas têm o hábito de andar descalças, a prótese tinha de ser resistente o suficiente pra não perder a sola por aí. E como o indiano costuma sentar-se no chão cruzando as pernas, a prótese tinha de ser flexível. Deu certo. Hoje, as próteses de pernas fabricadas pela Jaipur Foot, organização fundada por eles e sediada na cidade de Jaipur, custam US$ 35. Ou seja, 228 vezes mais barato do que uma prótese nos EUA – e tão eficiente quanto. Mas quem paga a conta são empresas e instituições que fazem doações, porque as próteses são entregues de graça aos pacientes. Com uma ajudinha dos fornecedores, que vendem as matérias-primas a preço de custo para a organização, as próteses da Jaipur Foot são as mais baratas do mundo. Mais de 20 mil são feitas todos os anos. "Dos nossos pacientes, 90% não teriam condições de comprar uma prótese", diz o diretor Sanjeev Kumar. Hoje, a organização exporta as próteses para 21 países, e tem recebido visitas de alunos e professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. Nos próximos meses, os americanos devem ajudar a modernizar as próteses indianas, o que as fará durar mais – o prazo de troca, hoje de até 3 anos, poderá chegar a 5. "Nós fazemos barato, mas eles têm acesso a tecnologias que não chegam aqui", afirma Kumar.
sábado, 4 de julho de 2015
05 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
E se todo mundo fosse indiano?
Esqueça o churrasquinho e o ar- condicionado do carro. Na Índia, a vida é difícil - e não conte com um goró para adoçá-la.
- 90% teriam um trabalho informal.
- 70 anos seria a expectativa de vida da população.
- 61% das pessoas saberiam ler.
- 1 em 27 pessoas moraria em uma favela.
- 1 em 9500 pessoas seria um milionário.
- 2% teriam carro - o resto usaria moto, ônibus, trem ou até camelo.
- 60% trabalhariam na agricultura.
- 2% teriam acesso à internet.
- 34% teriam telefone celular.
- 31% seriam vegetarianos.
- 21% dos homens e 2% das mulheres consumiriam bebidas alcoólicas.
Fonte CIA World Fact Book; Times of India; OCDE; Telecom Regulatory India; Dipankar Gupta, Professor da Universidade Jawaharlal Nehru; World Wealth Report
Para saber mais
- India After Ghandi - Ramachandra Guha, Harper, 2007.
- In Spite of the Gods - Edward Luce, Anchor Books, 2008.
- Conhecendo o Hinduísmo - Vasudha Narayan, Vozes, 2009.
Esqueça o churrasquinho e o ar- condicionado do carro. Na Índia, a vida é difícil - e não conte com um goró para adoçá-la.
- 90% teriam um trabalho informal.
- 70 anos seria a expectativa de vida da população.
- 61% das pessoas saberiam ler.
- 1 em 27 pessoas moraria em uma favela.
- 1 em 9500 pessoas seria um milionário.
- 2% teriam carro - o resto usaria moto, ônibus, trem ou até camelo.
- 60% trabalhariam na agricultura.
- 2% teriam acesso à internet.
- 34% teriam telefone celular.
- 31% seriam vegetarianos.
- 21% dos homens e 2% das mulheres consumiriam bebidas alcoólicas.
Fonte CIA World Fact Book; Times of India; OCDE; Telecom Regulatory India; Dipankar Gupta, Professor da Universidade Jawaharlal Nehru; World Wealth Report
Para saber mais
- India After Ghandi - Ramachandra Guha, Harper, 2007.
- In Spite of the Gods - Edward Luce, Anchor Books, 2008.
- Conhecendo o Hinduísmo - Vasudha Narayan, Vozes, 2009.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
04 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
Avinash Baliga, o publicitário que apareceu no começo desta história, não é de se incomodar com diferenças religiosas. Até porque ele vive em meio a diferentes credos. Avinash é um hindu brâmane. O pai também, mas não pratica rituais. A mãe é católica. A namorada, jainista, adepta de uma religião dissidente do hinduísmo. E alguns de seus amigos são muçulmanos.
Ele nunca havia sentido o quão explosiva poderia ser a mistura de religiões presente no país até 26 de novembro de 2008. Para os indianos, é uma data como o 11 de Setembro nos EUA. Nesse dia, terroristas provocaram uma série de ataques em Mumbai. Gente que estava no trabalho, como Avinash, não sabia como voltar para casa (ou mesmo se deveria). Mais de 160 pessoas foram mortas e pelo menos 300 ficaram feridas. Os autores dos ataques eram muçulmanos. "Conflitos existem", diz Avinash. "Mas foi a primeira vez que um deles aconteceu tão perto a ponto de envolver gente conhecida." A verdade é que a tensão entre adeptos de diferentes credos nunca desaparece na Índia. Esse pode ter sido o pior ataque para Avinash, mas a história da Índia é repleta deles. E a explicação para isso está na convivência de muitos credos no país, o que nem sempre acontece em harmonia. Pra entender isso, comecemos pela fé que está na linha de frente no país: o hinduísmo.
Quem nasce hoje na Índia tem 80% de chance de cair em uma casa hindu. Ou seja, de entrar para uma família devota de uma ou algumas entre 330 milhões de divindades que representam a manifestação de um ser supremo, Brahman - exemplos dos mais populares são Shiva, considerado um destruidor, porém indispensável para a criação de tudo no mundo, e Ganesh, aquele com cabeça de elefante, deus da boa sorte. O hinduísmo segue firme e forte desde o surgimento dos Vedas. Mas lá pelo século 6 a.C., a coisa mudou. Guerras entre reinados do país provocaram mudanças constantes na política, no comércio e na sociedade. E as pessoas começaram a questionar as estruturas em vigor, entre elas o sistema de castas.
Um dos descontentes era Siddhartha Gautama, um príncipe que aos 29 anos iniciou uma jornada de iluminação espiritual. Ele achava que cada um deveria buscar a verdade a partir da própria experiência. Conhecido como Buda, seus ensinamentos viraram religião - e uma alternativa para os excluídos dentro do hinduísmo. Dalits têm se convertido em massa ao budismo nos últimos 50 anos. Na mesma época de Buda, outro descontente com o sistema de castas fundou o jainismo. Focados em alcançar a pureza da alma por meio da boa conduta e da não-violência, os jainistas são vegetarianos, para não ferir nenhuma forma de vida. Monges jainistas usam máscara na boca, para evitar engolir algum inseto, ou andam com vassouras, para não pisar em uma barata. Uma terceira dissidência do hinduísmo apareceu no século 15 - os sikhs. Eles acreditam que todos os seres são iguais. Fazem grandes refeições gratuitas em seus templos, mesmo para não adeptos. É fácil identificá-los nas ruas: eles usam turbantes para guardar os cabelos, porque não devem cortar qualquer pelo do corpo, como um símbolo de simplicidade. E, sim, isso inclui as mulheres.
Budistas, jainistas e sikhs são pouco mais de 3% da população. Em geral, se relacionam bem com os hindus. Os atritos maiores aconteceram com os sikhs, que sempre demandaram um território próprio. As faíscas levaram ao assassinato, em 1984, da então primeira-ministra Indira Ghandi por dois de seus seguranças, ambos sikhs. Mas a minoria mais forte (e inquieta) no país é a dos muçulmanos, 13,4% dos indianos. São os que ficaram mesmo após a comunidade ganhar um país só para ela, o Paquistão - uma vitória da pressão feita na época da independência da Índia. No dia-a-dia, muçulmanos e hindus tentam conviver em harmonia. Os hindus até misturam o hindi ao urdu, a língua adotada pelos muçulmanos. Mas ambos os lados preferem garantir uma distância segura. Em cidades e favelas, ruas servem de fronteira entre bairros dominados pelas duas religiões. Algumas famílias hindus evitam amizades com muçulmanos, e vice-versa. Os conflitos podem surgir em uma discussão sobre a Caxemira, território disputado por Índia e Paquistão, ou por um namorico entre adolescentes de fé diferente. É para que isso não aconteça que os muçulmanos oram em suas mesquitas, ao ouvir o chamado para a prece 5 vezes por dia. É também para pedir que tudo fique em paz que Avinash faz seu ritual todos os dias, ao acordar.
Ele nunca havia sentido o quão explosiva poderia ser a mistura de religiões presente no país até 26 de novembro de 2008. Para os indianos, é uma data como o 11 de Setembro nos EUA. Nesse dia, terroristas provocaram uma série de ataques em Mumbai. Gente que estava no trabalho, como Avinash, não sabia como voltar para casa (ou mesmo se deveria). Mais de 160 pessoas foram mortas e pelo menos 300 ficaram feridas. Os autores dos ataques eram muçulmanos. "Conflitos existem", diz Avinash. "Mas foi a primeira vez que um deles aconteceu tão perto a ponto de envolver gente conhecida." A verdade é que a tensão entre adeptos de diferentes credos nunca desaparece na Índia. Esse pode ter sido o pior ataque para Avinash, mas a história da Índia é repleta deles. E a explicação para isso está na convivência de muitos credos no país, o que nem sempre acontece em harmonia. Pra entender isso, comecemos pela fé que está na linha de frente no país: o hinduísmo.
Quem nasce hoje na Índia tem 80% de chance de cair em uma casa hindu. Ou seja, de entrar para uma família devota de uma ou algumas entre 330 milhões de divindades que representam a manifestação de um ser supremo, Brahman - exemplos dos mais populares são Shiva, considerado um destruidor, porém indispensável para a criação de tudo no mundo, e Ganesh, aquele com cabeça de elefante, deus da boa sorte. O hinduísmo segue firme e forte desde o surgimento dos Vedas. Mas lá pelo século 6 a.C., a coisa mudou. Guerras entre reinados do país provocaram mudanças constantes na política, no comércio e na sociedade. E as pessoas começaram a questionar as estruturas em vigor, entre elas o sistema de castas.
Um dos descontentes era Siddhartha Gautama, um príncipe que aos 29 anos iniciou uma jornada de iluminação espiritual. Ele achava que cada um deveria buscar a verdade a partir da própria experiência. Conhecido como Buda, seus ensinamentos viraram religião - e uma alternativa para os excluídos dentro do hinduísmo. Dalits têm se convertido em massa ao budismo nos últimos 50 anos. Na mesma época de Buda, outro descontente com o sistema de castas fundou o jainismo. Focados em alcançar a pureza da alma por meio da boa conduta e da não-violência, os jainistas são vegetarianos, para não ferir nenhuma forma de vida. Monges jainistas usam máscara na boca, para evitar engolir algum inseto, ou andam com vassouras, para não pisar em uma barata. Uma terceira dissidência do hinduísmo apareceu no século 15 - os sikhs. Eles acreditam que todos os seres são iguais. Fazem grandes refeições gratuitas em seus templos, mesmo para não adeptos. É fácil identificá-los nas ruas: eles usam turbantes para guardar os cabelos, porque não devem cortar qualquer pelo do corpo, como um símbolo de simplicidade. E, sim, isso inclui as mulheres.
Budistas, jainistas e sikhs são pouco mais de 3% da população. Em geral, se relacionam bem com os hindus. Os atritos maiores aconteceram com os sikhs, que sempre demandaram um território próprio. As faíscas levaram ao assassinato, em 1984, da então primeira-ministra Indira Ghandi por dois de seus seguranças, ambos sikhs. Mas a minoria mais forte (e inquieta) no país é a dos muçulmanos, 13,4% dos indianos. São os que ficaram mesmo após a comunidade ganhar um país só para ela, o Paquistão - uma vitória da pressão feita na época da independência da Índia. No dia-a-dia, muçulmanos e hindus tentam conviver em harmonia. Os hindus até misturam o hindi ao urdu, a língua adotada pelos muçulmanos. Mas ambos os lados preferem garantir uma distância segura. Em cidades e favelas, ruas servem de fronteira entre bairros dominados pelas duas religiões. Algumas famílias hindus evitam amizades com muçulmanos, e vice-versa. Os conflitos podem surgir em uma discussão sobre a Caxemira, território disputado por Índia e Paquistão, ou por um namorico entre adolescentes de fé diferente. É para que isso não aconteça que os muçulmanos oram em suas mesquitas, ao ouvir o chamado para a prece 5 vezes por dia. É também para pedir que tudo fique em paz que Avinash faz seu ritual todos os dias, ao acordar.
quinta-feira, 2 de julho de 2015
03 - Ouro na Índia - Sociedade/Economia
No fim do século 19, os britânicos farejaram algo de estranho no perfil da população da Índia, então sob seu domínio. Eles notaram que a proporção de mulheres para homens no país estava caindo, sem motivo aparente. Procuraram a explicação em doenças, nos dados de mortalidade, em um fenômeno mundial. Nada. Demorou até que eles entendessem o que vinha acontecendo. A população estava assassinando suas meninas.
Para os indianos, aquilo não era um absurdo. O nascimento de um filho homem era - e ainda é - um dos acontecimentos mais importantes para uma família do país. Um menino representa a continuidade da linhagem do clã e a garantia de sustento para os pais no futuro. Tudo o que uma menina não pode dar. Quando adulta, uma indiana se casa e deixa a família de origem. Sua identidade e seus bens ficam atrelados ao novo clã. E, além de tudo, seus pais têm de economizar dinheiro para dar o dote - uma série de presentes - à família do noivo. Diante disso tudo, muitas famílias simplesmente concluíram que não valia a pena investir na criação de uma menina pra que outra família colhesse os lucros. Era como rasgar dinheiro.
Os assassinatos são o retrato de como a vida de homens e mulheres é diferente na Índia. Esse é, definitivamente, um país masculino. Ver mulheres nas ruas, especialmente à noite, pode ser coisa rara em muitas cidades e vilas do país. Elas geralmente ficam em casa, com a missão de cuidar das tarefas domésticas. Uma minoria - 48% - sabe ler (e olhe lá, porque muitas só aprendem a assinar o nome). Entre os homens, 73% são alfabetizados. Até dentro da casa de que a mulher cuida o homem tem mais importância. No sul do país, as esposas esperam o marido terminar uma refeição para começar a comer.
A preponderância masculina é fácil de entender pelos números da população. Em 1991, existiam 945 mulheres para cada 100 homens no país. Em 2001, eram 927. Sim, os infanticídios continuam acontecendo. E em maior escala. Primeiro, porque o ultrassom ficou mais popular e permitiu que as famílias conhecessem o sexo dos bebês antes do nascimento. Foi assim que o aborto tomou o lugar do assassinato. Segundo, porque dote virou coisa de luxo. O crescimento do país despertou a ganância dos indianos - e das famílias de noivos, que escolhem o dote que vão ganhar dos parentes da noiva. Antes, eram presentes como ouro e tecidos. Agora tem de tudo. Geladeira? Bota na conta do pai da garota. Um carro novo? É só acrescentar à lista. Tem gente que pede até green card americano. E ai de quem não pagar. Em vilas, o assassinato da noiva de família caloteira não é uma punição rara.
Grávida nenhuma na Índia pode pedir hoje ao médico que diga o sexo do seu bebê. Para evitar os infaticídios, ficou proibido por lei - mais uma que não pegou. Os abortos chegam hoje a 1 milhão por ano. O desequilíbrio na proporção de homens e mulheres faz com que noivos sejam obrigados a viajar para encontrar noivas em outras cidades e estados. Os que têm dinheiro compram uma esposa, por um preço menor que o de um búfalo. Os que não têm, às vezes sequestram e levam pra casa. Quem não tem dinheiro ou vocação para o crime divide uma única esposa com os irmãos. A garota compartilhada ganha quase o status de prostituta.
O dote está disseminado por todas as castas e religiões da Índia. Mas algumas mulheres estão deixando essa prática pra trás. São aquelas que têm carreira e independência financeira. Elas não são a regra. Só 1 em cada 4 indianas trabalha. Nas vilas, elas dividem o emprego no campo com tarefas da casa, como caminhar quilômetros para buscar água potável para a família. Nas cidades, a porcentagem de mulheres empregadas é menor, porque mantê-las reclusas em casa é questão de moral e status para as famílias. As que trabalham estão aproveitando a onda de crescimento do país. Principalmente no setor de tecnologia, onde as mulheres já são 20% dos funcionários. Estamos falando de empregos como atendente de call-center e engenheiro de software, que têm garantido a uma molecada de 20 e poucos anos um salário maior do que o que os próprios pais ganham. Eles (e elas) pegaram carona no interesse de países como os EUA em serviços baratos de tecnologia - que está ajudando funcionários e empresários indianos a prosperar. Tanto que a população de milionários da Índia é hoje a que mais cresce no mundo.
Para as mulheres que fazem parte desse grupo, diversão não é só reunir amigas em casa ou sair para compras. Elas querem ir para a balada. Mas só 42% das indianas se consideram capaz de escolher que tipo de diversão devem ter à noite, segundo uma pesquisa com 1 004 mulheres de 8 estados, feita recentemente pelo jornal Times of India. O resto acha que maridos, pais ou grupos que se denominam polícia moral devem decidir por elas. Basta visitar os bares da Índia para comprovar. Poucas circulam neles, mesmo quando acompanhadas por um homem. "Se levo uma menina a um bar, às vezes o garçom me pede para sair, porque o ambiente pode ser perigoso para mulheres", diz Siddharta Hajra, estudante de 27 anos que mora em Calcutá. E bota perigoso nisso. Em janeiro, conservadores hindus espancaram mulheres em um pub de Mangalore, uma cidade universitária. Eles alegaram que mulheres não deveriam dançar em um bar, muito menos beber (o álcool é visto por hindus como um estimulante excessivo para o corpo).
A mudança mais radical de comportamento para as indianas, no entanto, acontece por tradição - entre as hindus. Quando o marido morre, uma hindu deve fazer votos de castidade, que incluem raspar a cabeça e usar vestes brancas. Muitas partem para cidades sagradas para o hinduísmo, principalmente Vrindavan, perto de Délhi. Apelidada de Cidade das Viúvas, lá as mulheres moram em viuvários. Nem todas buscam alento espiritual nas comunidades. Algumas são expulsas pela família por não terem como contribuir com as despesas. Outras saem porque se sentem desprotegidas sem o marido. Foi assim com Prem Verna. Ela saiu de Délhi e chegou a Vrindavan em 2008, escondida do filho, que ficou violento após a morte do pai. Hoje ela vive com 120 mulheres em um viuvário liberal, que tenta estimular a comunidade a dar menos importância aos votos de castidade impostos às viúvas. É um movimento que já está se consolidando nas cidades. Nelas, muitas viúvas apenas se desfazem dos adornos que indicam que uma indiana é casada, como braceletes e um bindi - aquele ponto na testa - de cor vermelha.
Para os indianos, aquilo não era um absurdo. O nascimento de um filho homem era - e ainda é - um dos acontecimentos mais importantes para uma família do país. Um menino representa a continuidade da linhagem do clã e a garantia de sustento para os pais no futuro. Tudo o que uma menina não pode dar. Quando adulta, uma indiana se casa e deixa a família de origem. Sua identidade e seus bens ficam atrelados ao novo clã. E, além de tudo, seus pais têm de economizar dinheiro para dar o dote - uma série de presentes - à família do noivo. Diante disso tudo, muitas famílias simplesmente concluíram que não valia a pena investir na criação de uma menina pra que outra família colhesse os lucros. Era como rasgar dinheiro.
Os assassinatos são o retrato de como a vida de homens e mulheres é diferente na Índia. Esse é, definitivamente, um país masculino. Ver mulheres nas ruas, especialmente à noite, pode ser coisa rara em muitas cidades e vilas do país. Elas geralmente ficam em casa, com a missão de cuidar das tarefas domésticas. Uma minoria - 48% - sabe ler (e olhe lá, porque muitas só aprendem a assinar o nome). Entre os homens, 73% são alfabetizados. Até dentro da casa de que a mulher cuida o homem tem mais importância. No sul do país, as esposas esperam o marido terminar uma refeição para começar a comer.
A preponderância masculina é fácil de entender pelos números da população. Em 1991, existiam 945 mulheres para cada 100 homens no país. Em 2001, eram 927. Sim, os infanticídios continuam acontecendo. E em maior escala. Primeiro, porque o ultrassom ficou mais popular e permitiu que as famílias conhecessem o sexo dos bebês antes do nascimento. Foi assim que o aborto tomou o lugar do assassinato. Segundo, porque dote virou coisa de luxo. O crescimento do país despertou a ganância dos indianos - e das famílias de noivos, que escolhem o dote que vão ganhar dos parentes da noiva. Antes, eram presentes como ouro e tecidos. Agora tem de tudo. Geladeira? Bota na conta do pai da garota. Um carro novo? É só acrescentar à lista. Tem gente que pede até green card americano. E ai de quem não pagar. Em vilas, o assassinato da noiva de família caloteira não é uma punição rara.
Grávida nenhuma na Índia pode pedir hoje ao médico que diga o sexo do seu bebê. Para evitar os infaticídios, ficou proibido por lei - mais uma que não pegou. Os abortos chegam hoje a 1 milhão por ano. O desequilíbrio na proporção de homens e mulheres faz com que noivos sejam obrigados a viajar para encontrar noivas em outras cidades e estados. Os que têm dinheiro compram uma esposa, por um preço menor que o de um búfalo. Os que não têm, às vezes sequestram e levam pra casa. Quem não tem dinheiro ou vocação para o crime divide uma única esposa com os irmãos. A garota compartilhada ganha quase o status de prostituta.
O dote está disseminado por todas as castas e religiões da Índia. Mas algumas mulheres estão deixando essa prática pra trás. São aquelas que têm carreira e independência financeira. Elas não são a regra. Só 1 em cada 4 indianas trabalha. Nas vilas, elas dividem o emprego no campo com tarefas da casa, como caminhar quilômetros para buscar água potável para a família. Nas cidades, a porcentagem de mulheres empregadas é menor, porque mantê-las reclusas em casa é questão de moral e status para as famílias. As que trabalham estão aproveitando a onda de crescimento do país. Principalmente no setor de tecnologia, onde as mulheres já são 20% dos funcionários. Estamos falando de empregos como atendente de call-center e engenheiro de software, que têm garantido a uma molecada de 20 e poucos anos um salário maior do que o que os próprios pais ganham. Eles (e elas) pegaram carona no interesse de países como os EUA em serviços baratos de tecnologia - que está ajudando funcionários e empresários indianos a prosperar. Tanto que a população de milionários da Índia é hoje a que mais cresce no mundo.
Para as mulheres que fazem parte desse grupo, diversão não é só reunir amigas em casa ou sair para compras. Elas querem ir para a balada. Mas só 42% das indianas se consideram capaz de escolher que tipo de diversão devem ter à noite, segundo uma pesquisa com 1 004 mulheres de 8 estados, feita recentemente pelo jornal Times of India. O resto acha que maridos, pais ou grupos que se denominam polícia moral devem decidir por elas. Basta visitar os bares da Índia para comprovar. Poucas circulam neles, mesmo quando acompanhadas por um homem. "Se levo uma menina a um bar, às vezes o garçom me pede para sair, porque o ambiente pode ser perigoso para mulheres", diz Siddharta Hajra, estudante de 27 anos que mora em Calcutá. E bota perigoso nisso. Em janeiro, conservadores hindus espancaram mulheres em um pub de Mangalore, uma cidade universitária. Eles alegaram que mulheres não deveriam dançar em um bar, muito menos beber (o álcool é visto por hindus como um estimulante excessivo para o corpo).
A mudança mais radical de comportamento para as indianas, no entanto, acontece por tradição - entre as hindus. Quando o marido morre, uma hindu deve fazer votos de castidade, que incluem raspar a cabeça e usar vestes brancas. Muitas partem para cidades sagradas para o hinduísmo, principalmente Vrindavan, perto de Délhi. Apelidada de Cidade das Viúvas, lá as mulheres moram em viuvários. Nem todas buscam alento espiritual nas comunidades. Algumas são expulsas pela família por não terem como contribuir com as despesas. Outras saem porque se sentem desprotegidas sem o marido. Foi assim com Prem Verna. Ela saiu de Délhi e chegou a Vrindavan em 2008, escondida do filho, que ficou violento após a morte do pai. Hoje ela vive com 120 mulheres em um viuvário liberal, que tenta estimular a comunidade a dar menos importância aos votos de castidade impostos às viúvas. É um movimento que já está se consolidando nas cidades. Nelas, muitas viúvas apenas se desfazem dos adornos que indicam que uma indiana é casada, como braceletes e um bindi - aquele ponto na testa - de cor vermelha.
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