É preciso tomar cuidado com palmitato de retinol nos protetores solares, pois ele pode trazer mais riscos do que benefícios
Quando você pensa em vitamina A, o que passa pela sua cabeça? Cenoura? Benefícios à visão? Certo, mas você sabia que ela também pode estar relacionada a potenciais problemas à saúde por ser componente de protetores solares? Para entender a questão, em primeiro lugar, é necessário compreender um pouco mais sobre algumas substâncias.
O palmitato de retinol (retinyl palmitate, em inglês) é uma das formas encontradas do retinol. Por sua vez, o retinol é um micronutriente derivado da vitamina A e pertencente à classe das vitaminas lipossolúveis. Ele é necessário para um bom funcionamento dos olhos, para o crescimento e desenvolvimento de crianças, participa na defesa do organismo, ajudando a manter úmidas as mucosas (cobertura interna do corpo que recobre alguns órgãos como nariz, garganta, boca, olhos, estômago e que funcionam como uma barreira contra vírus e bactérias).
Estudos mais recentes mostram que a vitamina A age como um antioxidante (combate os radicais livres que aceleram o envelhecimento e estão associados a algumas doenças).
A falta dessa vitamina, além de causar cegueira noturna, isto é, a dificuldade de enxergar bem na penumbra, pode proporcionar alterações na pele, aumento da gravidade de infecções e problemas no crescimento em crianças.
A vitamina A pode ser encontrada naturalmente em certos alimentos como os vegetais folhosos verdes escuros (espinafre), vegetais amarelos (abóbora e cenoura), frutas não cítricas amarelas e laranjas (mangas, pêssego e mamão).
Nos produtos cosméticos, a vitamina A começou a ser empregada por se acreditar que ela atua de forma a retardar o envelhecimento da pele, devido ao seu poder antioxidante. Os derivados da vitamina A, se bem utilizados, não causam problemas à saúde, porém algumas preocupações sobre o uso do palmitato de retinol nos cremes para o corpo e sua exposição aos raios solares surgiram após uma publicação do National Toxicology Program (NTP) sobre o uso dessas substâncias - particularmente, do emprego delas na composição de protetores solares.
De acordo com o estudo, o palmitato de retinol contido nos protetores solares pode aumentar a taxa de crescimento do câncer de pele. O efeito carcinogênico se deve ao fato do palmitato de retinol formar radicais livres na presença da radiação solar, devido aos raios UVA e UVB e, dessa forma, esses radicais acabam comprometendo a estrutura do DNA, podendo levar ao câncer.
Atualmente, a Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que fiscaliza e autoriza o comércio de alimentos e cosméticos, argumenta que mais estudos são necessários sobre o tema.
No Brasil, de modo geral, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estipula que a vitamina A, na forma de retinol, seja usada nas preparações cosméticas com uma concentração máxima de 10 mil UI (3 mil microgramas) de vitamina A por grama de produto acabado.
Qualquer dúvida sobre a segurança em usar algum tipo de protetor solar, consulte um dermatologista e evite produtos que contenham em sua composição o palmitato de retinol e os derivados do retinol.
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