Essa parte do portfólio, que continuamos não podendo mostrar aqui por conta do acordo de confidencialidade médica, é assustadora. Tem pernas com manchas pretas de necrose, com manchas vermelhas provocadas por infecção, buracos, bumbuns deformados (imagina um bumbum em que a linha que divide os glúteos não é uma reta e sim um "S"?), rostos em que (o que um dia foi) a maçã veio parar no maxilar. "Tem silicone que foi colocado nas nádegas e desce até o pé, que fica parecendo um pé de elefante", conta Luiz Paulo.Reprodução - Foto anônima de mulher que teve problema com silicone injetável, que causou danos. Nesse caso, a prótese foi colocada na pele, e não no músculo
"Nos anos 60, as mulheres chegaram a colocar parafina nos seios e nádegas. Antes de operar para tirar silicone, já operei para tirar parafina do corpo delas", conta Luiz Paulo. "Tirei de mulheres e apareceram por acaso as travestis, muitas delas estrangeiras. Tenho clientes suíças, francesas, italianas, americanas", diz ele, que operou a cantora trans portuguesa Patrícia Ribeiro, que chegou à sua clínica com rosto e bumbuns deformados por uso de silicone.
"Muitas vezes, quem injeta são leigos, uns nos outros. Tem enfermeira que é especialista em silicone, PMMA e hidrogel. Nada disso você deve colocar no corpo." Para injetar no rosto, a única coisa que ele indica é o ácido hiarulônico, que faz preenchimento de vincos, rugas e aumento dos lábios de forma temporária, e o corpo vai naturalmente absorvendo a substância, até que seja preciso aplicar outra vez.
Reprodução - Outra foto anônima mostra deformação provocada por silicone injetável aplicado no bumbum
“Muitas vezes, quem injeta são leigos, uns nos outros. Tem enfermeira que é especialista em silicone, PMMA e hidrogel. Nada disso você deve colocar no corpo
Segundo ele, o silicone é proibido no Brasil, mas o uso do PMMA, que tem efeito semelhante, foi autorizado anos atrás. Para tirar parcialmente o material que se moveu, deformou, endureceu, causou inflamação ou alergia, são necessárias diversas cirurgias. "Tem que abrir e raspar seguidas vezes, a pessoa fica com diversas cicatrizes. A gente toma todo o cuidado do mundo, mas cada pessoa tem um processo de cicatrização diferente. Nunca dá para tirar 100%, principalmente do que está dentro do músculo."
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