Tradição do dote na Índia é mais maldição do que bênção - Antiga tradição do dote ainda é generalizada, embora seja ilegal desde 1961. Há bons motivos isso: cada vez mais as disputas em torno da prática resultam em espancamentos, assassinatos e suicídios.
O dote era pago, inicialmente, para cobrir os custos do casamento, mais tarde, ele se transformou cada vez mais numa fonte de renda.
A tradição é secular na Índia: a família da noiva dota a filha com ouro, joias e outros objetos preciosos. Tradicionalmente, esse dote permitia que a jovem esposa tivesse um status reconhecido dentro da família do noivo, também conferindo-lhe um certo respaldo financeiro, em caso de emergência.
Mas, durante o quase um século de domínio colonial britânico (1858-1947), o dote mudou de significado, escreve a historiadora americana Veena Talwar Oldenburg em Dowry murder: The imperial origins of a cultural crime ("Assassinato por dote: As origens imperiais de um crime cultural", em tradução livre).
"Em consequência das grandes mudanças sociais e econômicas sob o domínio britânico, as mulheres perderam o direito aos bens valiosos do dote. Elas passaram a ter cada vez menos controle sobre ele. Esse processo levou a que fossem consideradas inferiores – uma desvalorização que se estendeu por toda a sua vida."
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