O desenvolvimento econômico da Índia também contribuiu indiretamente para o aumento das demandas de dote. "Os casamentos se tornam cada vez mais transações comerciais", revelou Pande à Deutsche Welle. "O aumento do padrão de vida provocou a ganância em muita gente. Hoje em dia, os futuros maridos exigem equipamentos caros, automóveis ou apartamentos, enquanto antes se contentavam com vestimentas, joias, ou artigos mais baratos."
Há muito os governos indianos tentam reduzir a violência e os crimes motivados pela prática do dote. Como primeiro estado, Tamil Nadu, no sul do país, criou uma unidade especial de polícia para esse fim já em 1992. Atualmente, o estado já dispõe de 200 unidades do gênero.
"Temos muitas leis, mas ainda falta a consciência do respeito às mulheres, de encará-las como iguais e de lhes proporcionar um espaço adequado na sociedade. Isso precisa ser criado entre as famílias, já que elas formam a base da sociedade", observa Pande. Um primeiro passo seria "a recusa do dote, por ser moralmente repreensível e totalmente injustificado", concluiu.
Especialistas concordam que não há uma solução de curto prazo para o problema do dote. Tanto os estados quanto o governo federal da Índia deveriam assumir a responsabilidade pela segurança pública feminina. Pois, se não for possível mudar as tradições e atitudes obsoletas na sociedade, também a violência contra as mulheres se manterá inabalável.
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