A crença em uma força superior é aliada dos pais na criação dos filhos e pode ser positiva, desde que não seja imposta e não estimule conflitos familiares. Se a religião é fonte de conflito entre os pais, os efeitos negativos sobre as crianças podem ser significativos.
Amar o próximo, aceitar e respeitar as diferenças, fazer o bem sem olhar a quem. Esses são alguns valores que guiam as famílias e a educação das crianças, sem necessariamente ter relação com uma única religião específica. O papel da crença religiosa na vida das crianças, portanto, vai muito além do cumprimento de rituais obrigatórios. Para os especialistas, é sobre desenvolver um olhar mais compassivo no dia a dia. Mas só a religião tem esse poder?
"A religião é um eixo sobre aprender a conviver, viver junto com os demais. Quando ela dá esse sentido social, comunitário e de relacionamento pacífico, é um ótimo componente para o desenvolvimento infantil. É sobre aprender a respeitar o outro e colher os frutos do que você plantou, pensando em qualquer religião. Não é o nome ou a tradição religiosa que qualifica essa educação. É o que ela imprime de valor na vida de crianças e adolescentes", afirma Ascânio João Sedrez, diretor geral do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo.
Do mesmo jeito que não existe uma doutrina melhor do que a outra, em termos de valores e ideais, não se pode dizer que a descrença absoluta tem exclusivamente efeitos negativos na vida e educação dos filhos. Muito pelo contrário. Quando desassociamos aqueles valores morais da ideia de uma divindade superior, nada da essência é perdido. Amor, compreensão, respeito e compaixão são valores que transcendem os limites religiosos.
GENEROSIDADE: esse é um valor que faz bem para a alma e para o coração. Evitar atitudes grosseiras, mesquinhas e egoístas já dá lugar a um olhar mais generoso e cuidadoso para com os outros. Foto: Getty Images
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