Um medicamento simples, e sintetizei numa experiencia de laboratório, quando ainda cursava o primeiro ano de engenharia. Branco puro, era assim que chamava, pois sua coloração é branca, com pó fino. Já se utiliza muito para "afinar" o sangue, sendo recomendado que se evite, quando a pessoa fará uma cirurgia, ou possui algum trauma, para agilizar a cicatrização e coagulação.
Agora, o consumo diário de aspirina é capaz de diminuir o risco de desenvolver um
tipo de câncer colorretal que ocorre por conta de pré-disposição genética,
segundo pesquisa publicada na edição online da revista Lancet. Os
cientistas alertam, no entanto, que ainda é necessário realizar mais estudos
para saber a dosagem correta do medicamento.
O estudo, que durou uma década, envolveu médicos de 43 centros em 16 países.
No total, a pesquisa acompanhou 861 pessoas por cerca de dez anos. Os resultados
mostraram que entre os participantes do grupo que tomava aspirina regularmente
houve 63% menos casos de câncer colorretal, quando comparados com voluntários
que não tomavam aspirina.
Os participantes do estudo tinham a síndrome de Lynch, uma anomalia genética
que causa câncer por afetar os genes responsáveis por detectar e reparar os
danos no DNA. A síndrome aumenta dez vezes o risco de desenvolver tumor de
intestino e ocorre em uma a cada dez pessoas.
Um grupo de voluntários recebeu 600 miligramas de aspirina todos os dias — o
que equivale a dois comprimidos diários. O outro grupo recebeu placebo. Aqueles
que tomaram aspirina continuaram desenvolvendo o mesmo número de pólipos, que é
um crescimento anormal que surge na mucosa do intestino grosso. Apesar disso,
eles não desenvolveram câncer. O que sugere, segundo os pesquisadores, que a
aspirina poderia provocar a destruição dessas células antes que elas se
tornassem cancerosa.
"Os resultados deste estudo provam que o uso regular de aspirina durante
períodos prolongados diminui o risco de desenvolver câncer hereditário", diz
Patrick Morrinson, da Queen University, em Belfast, capital da Irlanda do
Norte. "É uma grande descoberta em termos de prevenção do câncer. Esperamos
continuar outras pesquisas para determinar uma dosagem de aspirina ainda mais
eficaz e também pretendemos olhar para o uso da aspirina na população geral e o
impacto na redução do risco de câncer de intestino", disse Morrinson.
Sensata a posição dos pesquisadores, em deixar claro a necessidade de um estoudo mais aprofundado. Mas um medicamento simples, e antigo, cada vez mais se mostra eficiente para outros males, que não apenas uma dor de cabeça...
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Long-term effect of aspirin on cancer risk in carriers of hereditary colorectal cancer: an analysis from the CAPP2 randomised controlled trial
Onde foi divulgada: revista Lancet
Quem fez: Dezenas de médicos de 43 centros em 16 países
Instituição: Cancer Research UK, no Reino Unido
Dados de amostragem: 861 participantes foram escolhidos aleatoriamente para receber 600 miligramas de aspirina ou placebo
Resultado: Os resultados mostraram que entre os participantes do grupo que tomava aspirina regularmente houve 63% menos casos de câncer colorretal
Nenhum comentário:
Postar um comentário