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terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Família se fragmentando - Sociedade/Comportamento

Fico me lembrando de minha infância. Costumávamos nos reunir, na casa dos meus avós, passando o domingo por lá. Desde cedo, brincava, jogava, corria e, havia o almoço. Como éramos muitos, a mesa era na garagem, improvisada, mas todos juntos. Apenas voltava para casa no início da noite.
Isso aconteceu, não há muitos anos, e vejo as mudanças cada vez mais significativas na estrutura das famílias. Existiam viúvas, viúvos, casais separados, amigados, e outras configurações familiares. As pessoas trabalhavam, estudavam. Eis uma passagem interessante, eu cabulava aulas, para ir à museus, passeando pelo centro histórico de minha cidade.
Lógico que haviam problemas, um pouco de violência, com assaltos, alguns crimes passionais, outros nem tão passionais. Drogas existiam, confusões, brigas, discussões. Existia policiamento, afinal, vivíamos a época da ditadura.
Depois de alguns anos, a sociedade brasileira conquistou a democracia. Com essa conquista vieram outras cosias. Sob a falsa máscara da liberdade de pensamento, conseguimos a a quebra de valores.
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou ontem o afastamento de casa de dois filhos adultos por ofenderem seus pais e exigirem dinheiro para adquirir drogas e álcool, em Mogi das Cruzes. O juiz Marcos Alexandre Santos Ambrogi usou o Estatuto do Idoso e ainda determinou que os filhos fiquem a uma distância mínima de 100 metros dos pais. Os dois rapazes também são acusados de quebrar objetos no interior da casa, tornando o convívio insuportável. A ação foi impetrada pelo Ministério Público.
É para lamentar isso, que cada vez mais se torna comum. Mas, percebo que cada vez mais se perde a essência da família. Sem a hipocrisia da configuração de papai, mamãe e filhos felizes, não, mas se perde o respeito, a autoridade, a unidade...
A quem imputar a culpa? Em primeiro lugar aos pais, que perderam a mão, que acharam que os filhos não podem ser reprimidos.
Em segundo lugar, ao conceito educacional-pedagógico, que se defende que a criança deve decidir por ela, sem ser recriminada, mas briga-se com os professores, por que o filho não estudou, ou foi repreendido, por  não fazer o mínimo que se espera, ou por fumar dentro da sala, e pouco se importar com a presença dos professores. Está aumentando absurdamente a quantidade de professores afastados das salas de aula, por trauma ou ameaças de alunos.
Em terceiro lugar, uma legislação hipócrita, criada por pessoas que não conseguem planejar o futuro, se limitando ao imediatismo, defendendo teses, dando direitos, mas esquecendo da recíproca, que são os deveres. A legislação oportunamente com a sigla de ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) preconiza a proteção ao menor, mas esquece que o menor, conhecedor da legislação se utiliza da mesma para outros fins.
Quantos e quantos crimes são atribuídos aos menores, por ele serem imputáveis, e os delitos praticados serem apagados, quando atingirem a maioridade???
Sei que já escrevi sobre assuntos assim, mas estamos perdendo a mão. Ou começamos a fazer algo, ou vamos esperar uma ou duas gerações se perderem, para por fim, tentar fazer algo para corrigir os descaminhos...

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