No mínimo para rir, mas pensando um pouco melhor, para repudiar e trancafiar o trapalhão. Um pedreiro desempregado, Rogério Alves Emídio de 24 anos, certamente não vai
esquecer tão cedo sua estreia no mundo do crime. Ele, que até semana passada não possuía passagem pela polícia, foi assaltar uma loja de aparelhos celulares, em
Votuporanga, no interior de São Paulo, mas acabou trancado pela vítima dentro do
local ao voltar à cena do crime para recuperar a pasta que continha sua Carteira
de Trabalho e documentos do acerto trabalhista do seu último emprego.
As câmeras internas da loja Fertec GSM Celulares, que fica no centro de
Votuporanga, filmaram as trapalhadas, cujas cenas foram divulgadas sexta-feira. Fingindo possuir uma arma sob a camisa, Emídio entrou na loja, deixando a pasta no balcão e anunciou o assalto. Em seguida, pediu ao balconista Ailton Vítor Júnior, que estava sozinho, abrir
a vitrine dos aparelhos celulares. Com a recusa do balconista, ele mesmo quebrou a vitrine, pegou quatro celulares e fugiu correndo para a rua, esquecendo a
pasta, que depois de ser aberta, foi retirada do balcão e guardada pelo
balconista, que também já havia telefonado para a polícia.
Minutos depois, Emídio retornou à cena do crime para buscar a pasta, mas o
balconista se recusando a pegar a pasta, ele passou para o lado de dentro
do balcão, o balconista saiu rapidamente, fechando a porta da loja, trancando
Emídio no estabelecimento.
Desesperado, ele ainda tentou sair pela
janela, não conseguindo, esperando alguém abrir a porta, e quando isso ocorreu ele se deu de cara com PMs armados, que lhe deram voz de
prisão. "Desconfiei que ele não estava armado, por isso me recusei a abrir a vitrine
onde estavam os celulares e tomei coragem de sair e fechar a porta com ele
dentro da loja", contou Vítor Júnior.
Emídio, que foi preso em flagrante, teve nesta sexta-feira prisão preventiva
decretada pela Justiça. Foi sua primeira passagem pela polícia.
A cena, vislumbrada é cômica, mas vemos que assim se inicia a vida criminosa. É mais fácil tomar algo, visto nossa legislação capengante, e atrasada, que procurar um trabalho. E, com a prisão, o Estado protetor ainda não pode fazer com que o criminoso, pague por sua estada. Ele não é obrigado a trabalhar, para repor ao contribuinte (todos que compram produtos que recolhem impostos, além dos que pagamos diretamente), as despesas.
Rever a legislação, deixando de lado a visão social apenas, mas pensando também nas vítimas diretas e indiretas, dos atos, muitos deles, covardes contra o cidadão. Isso deve estar em pauta de nossos legisladores, que hoje estão envoltos com propostas para desqualificar os crimes cometidos por seus pares (Mensalão).
Para pensar, e se achar que vale a pena, replicar, pois isso ocorre no Brasil, e é um problema que passou do social, se tornando uma prática que cada vez mais se dissemina, e apenas cria-se tentativas belas no papel de re-socializar o bandido, esquecendo que ele deve pagar pelos seus atos, e pagar de fato, não apenas ficar trancado, praticando e esquematizando outros crimes...
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