Na Comissão Europeia, a piada que se conta é que, na Grécia, tudo está à venda e, se algum dia o Olimpo for descoberto, certamente entrará no processo de privatização. Os comentários podem ser considerados no mínimo deselegantes por parte da entidade que, em Atenas, é vista como responsável por seis anos de recessão e uma perda do PIB de cerca de 22%. Mas basta ver a lista de estatais e ativos que o governo grego pretende vender para se dar conta que o país está, de fato, se desfazendo de parte significativa de suas propriedades.
A esperança de Atenas era arrecadar 50 bilhões com essas privatizações e vendas. Mas a experiência tem sido catastrófica. Em parte por conta da crise internacional, mas também diante da obrigação dos gregos de reduzir os preços das estatais para atrair comprador. Se não bastasse, o Fundo para o Desenvolvimento de Ativos da República Helénica, espécie de ministério da privatização, é acusado de corrupção.
A lista do que a Grécia quer vender tem refinaria de petróleo, estradas, portos, correio, mineradoras e terras na praia, além de 39 aeroportos. No mês passado, o governo vendeu 14 prédios públicos para a Eurobank Properties por 145 milhões, incluindo os edifícios do Ministério da Saúde e da Educação e o quartel geral da polícia de Atenas.
Uma das vendas planejadas era da praia de uma de suas costas, além de Rodes e Corfu. Quando os inspetores foram à região para começar a mapear o terreno, se deram conta de que existiam 7 mil casas que jamais haviam sido registradas. A venda foi cancelada.
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