A privatização também é alvo de acusações de corrupção. O chefe do organismo grego responsável pelas vendas foi pego em agosto viajando com um empresário que acabara de comprar por 652 milhões a Opap, empresa estatal de jogos, cassino e loteria. Para a oposição em Atenas, a empresa era a única que dava lucro para o estado. Em apenas um ano, a direção do organismo que gerencia as vendas das "joias da coroa" foi derrubada três vezes.
Em outro escândalo, Atenas vendeu o centro de imprensa e um shopping construído para os Jogos de 2004 por 81 milhões. O comprador foi o mesmo que, há uma década, ganhou contrato para construir a obra para a cidade.
Em Bruxelas, o que não é considerado como piada é o fracasso do programa de privatizações. Além das confusões burocráticas, os gregos descobriram que suas propriedades valem menos do que pensavam. Para 2013, o plano de vender ativos em 2,6 bilhões foi reduzido para 1,6 bilhão. A poucos dias, um dos membros do Conselho Executivo do Banco Central Europeu, Joerg Asmussen, deixou claro a irritação da UE diante do caos da privatização na Grécia, alertando que sem a entrada desses recursos em 2014 o país poderá, uma vez mais, ser obrigado a pedir resgate. Em Atenas, economistas e sindicatos também atacam as vendas. Para eles, a pressa da UE na privatização força o governo a se desfazer de ativos que, num cenário econômico melhor, poderiam valer mais. "No final, quem perderá com tudo isso serão os gregos", disse Costas Melas, professor de economia na Universidade Panteion de Atenas.
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