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domingo, 29 de janeiro de 2012

Controle do vício: Quem consegue? - Sociedade


Nove em cada dez brasileiros acreditam que os viciados em crack devem ser internados em clínicas de reabilitação mesmo que contra a vontade. É o que mostra uma pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. A medida é defendida também pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, mas criticada pelo Conselho Federal de Psicologia.
O tema, que divide especialistas, ganhou força nos últimos meses com o lançamento do Plano de Enfrentamento ao Uso do Crack e outras Drogas do governo federal, em dezembro, e da ação de policiais na região da Cracolândia, em São Paulo. Pesquisa divulgada na terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que pelo menos 5.103 dependentes do crack e de outras drogas foram internados de forma involuntária em São Paulo nos últimos oito anos. Na média, são quase dois por dia.
Os dados são do Ministério Público Estadual, que deve ser notificado quando a internação involuntária ocorre mediante aprovação da família em um prazo máximo de 72 horas. A regra vale para qualquer diagnóstico, relacionado ou não ao uso de álcool e drogas. Apesar de controversa, a medida é considerada legal em todo o país desde abril de 2001, a partir da publicação da Lei 10.216, que permite que parentes de sangue optem pelo tratamento mesmo sem consentimento do paciente. A legalidade da internação, no entanto, depende da apresentação de um laudo médico, assinado por um psiquiatra.
De acordo com a pesquisa Datafolha, a concordância com a internação voluntária só apresenta ligeira queda entre os brasileiros da Região Sul (86%), os que possuem ensino superior (84%) ou renda acima de dez salários mínimos (79%). O instituto ouviu 2.575 pessoas em 159 cidades do país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.
Dizer que a imagem de uma legião de zumbis, tomados pelo vício não choca é ser apático demais. Esse tipo de contingente cada vez mais faz parte da paisagem urbana dos grandes centros. E mais que isso, está fazendo parte das pequenas cidades. A droga é potente, age rapidamente, e provoca danos consideráveis. Segundo estudos, pode-se afirmar que após 5 anos de uso, 3 em cada 5 viciados, vem a óbito, decorrente do seu uso.
Em minha visão, o usuário está de certa forma praticando o suicídio, e o traficante, auxiliando a eutanásia. Isso é que e morte assistida na modernidade...
A internação deve sim, ser obrigatória, visto que quem está dependente, não possui condições de ficar questionando se tem ou não condições. Ouvi uma entrevista de uma menina, que está grávida do 4o filho, e não sabe quem é o pai da criança (dos demais idem) visto que o sexo foi a forma de obter uma pedra.
A interferência dos meios de defesa social, apenas alimenta a continuidade do consumo e barbárie decorrente. Talvez, se eles tiverem alguém de seu círculo, ali, circulando sem rumo, buscando no vício alguma ajuda, talvez mudem de opinião, como um padre famoso que foi achacado por um de seus protegidos (e amante), quando a mesada ficou magra...


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