Há pelo menos uma década, a empresa, que dominou o mercado de fotografia mundial, luta para manter seus negócios, mas as novas tecnologias e concorrentes de peso, como Apple e a HP, têm feito a Kodak nem aparecer mais na foto das empresas promissoras do setor de imagem.
Desde agosto do ano passado, a Kodak tenta vender mais de 1000 patentes de seus produtos digitais, mas as negociações, no entanto, não foram bem-sucedidas. Isto porque as empresas interessadas estão com receio de fechar negócio e a Kodak entrar com pedido de concordata a qualquer momento. Fontes ouvidas pelo Wall Street Journal afirmaram que a empresa busca ainda, antes de pedir trégua para o governo americano, ajuda financeira com alguns bancos, como JP Morgan e o Citigroup, para tentar se livrar das dívidas e manter seus quase 20.000 funcionários.
Nem todo mundo sabe, mas foi a Kodak quem criou a câmera digital, em 1975. O problema, no entanto, é que a companhia nunca soube ganhar dinheiro com o produto inovador que desenvolveu. Mesmo com a câmera digital, durante mais de duas décadas, a Kodak continuou a apostar no mercado de fotografia por filme e só em 2003 parou de fazer investimentos no negócio já defasado. A essa altura, outras companhias, como a Sony e a Canon, já dominavam o mercado de fotografias digitais e a Kodak, então, ficou bem atrás dos concorrentes.
Antes mesmo de suspender seus investimentos no segmento de filmes fotográficos, durante um bom tempo, a Kodak tentou apostar em outros setores do mercado, como o de produtos químicos e de limpeza e testes de dispositivos médicos, mas não obteve muito sucesso.
Assim que parou de investir em filmes fotográficos, em 2003, a Kodak depositou suas esperanças no mercado de impressoras, já dominado por gigantes do setor, como a HP. Sem obter muito sucesso, hoje a Kodak ocupa a quinta posição do ranking mundial desse setor, com pouco mais de 2% de mercado.
Durante muito tempo, a Kodak liderou o mercado de filmes fotográficos e acreditou que nunca enfrentaria uma crise, pois o setor se mostrava muito promissor. De acordo com informações de um ex-diretor da companhia que trabalhou na Kodak no auge de seus negócios, ouvido pelo WSJ, a companhia tinha um discurso de ser imbatível e nunca se preparou para enfrentar qualquer dificuldade.
Os resultados ruins verificados nos últimos meses geraram uma onda de venda de ações da empresa nos EUA, fazendo com que o valor do papel despencasse mais de 80% em 2011. Na última semana, a empresa recebeu uma notificação da Bolsa de Nova York (NYSE) afirmando que se o preço das ações não subir, ela terá de sair da lista de companhias abertas da bolsa. A legislação americana prevê que ativos com valor inferior a 1 dólar não podem ser negociados na NYSE - e a ação da Kodak vale menos de 1 dólar há 30 dias. Em 1997, o papel chegou a custar 90 dólares.
Caso o pedido de concordata ocorra, segundo o WSJ, deverá ser ainda neste mês - ou, no máximo, no início de fevereiro. Seria mais um exemplo de uma grande empresa em dificuldades que não conseguiu mudar seu modelo de negócios para acompanhar os avanços tecnológicos. Outras são a Polaroid, que entrou com o pedido de recuperação judicial em 2008; o grupo de livrarias Borders; e a locadora de filmes Blockbuster - ambas em 2010.
O fundador da empresa, George Eastman, também foi o inventor do filme fotográfico em rolo. Sua criação serviu de base para a gravação da imagem em movimento - que se tornaria, mais tarde, o cinema. Em 1932, aos 77 anos, Eastman cometeu suicídio, após padecer durante dois anos de uma doença degenerativa. Deixou apenas uma nota: "Meu trabalho está feito. Por que esperar?".
Já admirei, muito a empresa, afinal, imagem, capturada por uma lente, tinha que ter um filme de qualidade, que era Kodak. Outros produtos, como a câmera descartável, e a a prova de água, mas parou no tempo e não soube se atualizar. Mais um gigante que outrora brilhava no topo, que cai ao chão...
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