Existem coisas que considero de covardia extrema. Não entro na discussão a transmissão de valores religiosos e/ou morais. Mas coisas assim, por mais violento que esteja o mundo, ainda me chocam.
Um vídeo obtido pela
BBC mostra as marcas das terríveis torturas sofridas por Sahar Gul, uma adolescente afegã de 15 anos de idade. Ela se casou há cerca de sete meses - quando tinha apenas 14 anos - com um homem de 30, que, juntamente com seus pais e irmãos torturaram a jovem por meses a fio e ainda fizeram-na passar fome.
A adolescente Sarah Gul, de 15 anos, exibe os sinais da tortura que sofreu ao longo de vários meses. O caso veio a público depois que a polícia afegã conseguiu resgatar a adolescente, que havia sido trancada em um porão sem janelas, no porão da casa de seus sogros.
Ela teve unhas e tufos de cabelo até mesmo pedaços de sua pele arrancados com alicates. A jovem contou que foi submetida às torturas após ter se recusado a se prostituir. Entidades de direitos humanos dizem que atos de violência contra mulheres são comuns no Afeganistão. Somente no segundo semestre de 2011, foram registrados 1.026 casos. No ano 2010, a cifra foi ainda mais elevada, com 2.700 incidentes.
Vejo uma criança que deve ter sido escolhida e a família recebeu bens por ceder a filha a um homem bem mais velho. Tudo bem que isso venha a ser tradição em algumas culturas, afinal, escravos sempre existiram, no passado em maior abundância e descaramento.
Sob o manto de tradições, em algumas culturas, o homem pode bater na mulher se ela se recusar a alguma coisa. Ela também pode bater no marido, mas como fica o aspecto da força física? Agressão covarde, pode ser a primeira expressão sem emendar com um palavrão, mas é um problema, volto a frisar, cultural.
Isso acontece, sob os olhos do Estado, que não se prontifica a tentar proteger sua população de barbáries. Veja que foi aprovado que os pais aqui nessas terras, não podem bater nos filhos, nem que seja um tapa educativo. Como pai, vejo com reservas a tutela estatal, que escreve palavras lindas, textos maravilhosos, sem praticidade algum e em discordância do que ocorre.
Tive uma infância feliz, brinquei na rua, joguei, me machuquei, apanhei de minha mãe quando aprontei (o que foram várias vezes), e nem por isso cresci com traumas comportamentais ou me tornei ser insociável. Podemos aprender muito, olhando que o excesso de zelo as vezes prejudica mais. Estudar de fato o comportamento social, ao invés de se criar leis toscas ou se omitir sob a forma de manutenção de um processo cultural histórico, de nada vai ajudar a nos transformar em pessoas melhores...
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