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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Blasfêmia... - Entretenimento

Sempre vi as artes cênicas como uma manifestação pura de criatividade. Algumas coisas incomodam, outras  incomodam mais ainda. O longa Paradise Faith, do cineasta austríaco Ulrich Seidl, que compete pelo cobiçado Leão de Ouro do Festival de Veneza junto com outros 17 filmes, chocou o público durante a exibição no dia 31/8, com uma cena de sexo com um crucifixo.
O filme é protagonizado por uma católica fervorosa, Anna Maria, que se flagela, caminha pela casa de joelhos, impreca os pecadores e chega a se masturbar com um crucifixo. Na referida cena, Anna tira lentamente o crucifixo da parede de seu quarto, o acaricia, o beija, torna a beijá-lo cada vez mais intensamente, até que finalmente se masturba com ele sob as cobertas.
Paradise Faith foi aplaudido durante a primeira projeção à imprensa especializada e deve causar reações por parte do Vaticano – no filme há também uma cena na qual a imagem de Bento 16 é difamada.
O texto pode ser inovador no trato de alguns simbolismos religiosos, mas devemos ter cuidado, pois a liberdade de expressão deve ser comedida o suficiente para que isso não torne agressão. Algumas coisas que são feitas ou foram, tornaram-se problemas. O livro "Versos Satânicos", transformou seu autor em criminoso para alguns praticantes do Islamismo. O mesmo se deu nos desenhos de Maomé.
Devemos ter cuidado em não agredir. Provocar religiosos não é o caminho da tolerância. Não importa os objetivos e mágoas que estão embasadas nas imagens e estória. Os símbolos devem ser respeitados. Não é necessário que as pessoas sigam essa ou aquela conduta.
Houve um caso no Brasil onde um pastor de uma congregação Evangélica, durante transmissão em TV aberta, chutou e quebrou uma imagem daquela que é considerada a padroeira do Brasil. Isso revoltou os meios, não apenas na Igreja Católica, mas outras manifestações houveram por parte de várias frentes.
Alguns intelectuais vão aplaudir, como já fizeram, considerando que os responsáveis foram ousados. Na minha opinião pessoal, foram irresponsáveis, por não medir as consequências, buscando num evento único, manifestar a liberdade de criar e brincar com algumas coisas que devem ser respeitadas.

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